Não lembro da minha vida sem cachorros na volta. Nasci numa família de uma mãe muito cachorreira. Quando me entendi por gente, conheci a Tuca, a cocker spaniel da mãe. Quando a Tuca se foi, veio o Coni, o boxer tigrado. Quando completei 12 anos, minha mãe julgou que tinha idade suficiente para me tornar responsável por uma outra vida e, enfim, atendeu meu desejo de anos a fio: me deu um cachorro. O Snoopy, um cocker spaniel preto, que eu carinhosamente também chamava de Gordo, foi o melhor amigo que tive em toda a adolescência e entrada na idade adulta. Tão, mas tão importante e essencial que dediquei a ele um capítulo inteiro do meu terceiro livro “Tudo tem uma Primeira Vez”.
CAPÍTULO DEDICADO AO SNOOPY
A primeira vez que fui dona de cachorro
Snoopy viveu bem vividos 13 anos. Um dia se foi. Difícil pensar em ter outro cachorro quando a gente perde alguém que é um pedaço de nós. O Snoopy era um pedaço de mim e até hoje tem seu espaço reservado em um cantinho do coração que é só dele. Só nosso. É uma lembrança amorosa e saudável, como tem que ser com todos aqueles que se vão. Passei alguns anos sem pensar em ter outro cachorro – isso acontece muito com quem perde o seu grande amigo -, mas a vida me ensinou algo na prática que um dia li na teoria e postei no meu Instagram com o objetivo de influenciar as pessoas.
É a mais pura verdade. Abrir o coração e ceder espaço em nossas vidas para outras vidas, permitir que outros cães tenham o privilégio de ter um dono e um amigo – e conceder a nós mesmos a oportunidade de conviver e amar novamente um animal é uma bênção da qual não deveríamos nos privar. O amor, a amizade e as lições de vida que eles oferecem são infinitamente maiores do que qualquer dor dilacerante.
Saudade, nostalgia, pesar, lembranças – essas sempre irão existir. Não devemos querer enterrar esses sentimentos. O segredo está em aprender a conviver com eles – com a versão boa de cada um deles. Isso acontece apenas com muito amor envolvido. E cachorros são amor em estado puro.
PATRÍCIA E EU
A adorada boxer que entrou na minha vida após a partida do Gordo
Patrícia foi esta linda boxer que teve entrada na minha vida após a morte do Snoopy. Ganhei a Patrícia de presente surpresa (abre aspas: não incentivo dar nenhum ser vivo de presente surpresa para ninguém. Isso pode até ser assunto para outra coluna).
Patrícia era de uma doçura sem limites – e se há um legado deixado pela Patrícia é o legado da fidelidade. Patrícia e eu vivemos uma vida de muito mais qualidade do que quantidade. Quando ela tinha apenas um ano, fui embora de Porto Alegre por motivos profissionais e não havia como levá-la. Ficou na casa dos meus pais e sempre foi cuidada com o mesmo amor que eu dispensaria a ela a cada dia.
Passamos longos períodos sem conviver uma com a outra, mas a Patrícia sabia que a dona dela era eu, estivesse onde estivesse. Patrícia viveu longos 12 anos, e morávamos juntas novamente quando ela adoeceu e partiu. Este é o consolo que fica.
AMIZADE ETERNIZADA NO PORTA-RETRATO
Mandei o corpo de Patrícia (assim como o do Snoopy) para o crematório. Em uma estante de destaque no meu escritório, permanecem suas cinzas, nosso retrato juntas e a coleira que ela sempre usou. Me perguntam por que não joguei as cinzas da Patrícia em algum lugar que ela gostava. O lugar que ela mais gostava era junto a mim e foi esta a forma que encontrei de lidar mais confortavelmente com sua ausência. Cada um deve buscar o melhor alento para o seu coração.
Bento com seus quase 17 anos é parte integrante de outra fase desta minha trajetória. Bento é minhas pernas, meus braços. Bento é meu coração, minha alma, minha vida. Bento e eu vivemos juntos deste que ele tinha um mês de vida.
BENTO COM DOIS MESES NO MEU COLO NA NOSSA CASA EM SP
Começando a aprender os primeiros comandos
Como escrevi no título de um dos capítulos do meu segundo livro, Bento é meu companheiro de jornada.
“VIDA PEREGRINA: CAPÍTULO DO LIVRO DEDICADO AO BENTO
Bento nasceu em São Paulo. Moramos juntos no bairro Bela Vista, depois no Jardim Europa e no Morumbi. De São Paulo, fomos passar uma temporada de dois anos em Barcelona, na Espanha. Voltamos para Porto Alegre, depois para São Paulo, depois para o Rio de Janeiro e de volta para Porto Alegre.
Bento experimentou junto comigo novos sabores, novas culturas. Dividimos a bonança e também a escassez. Sempre unidos, juntos, fiéis, amigos. Grandes confidências eu fiz ao pé do ouvido do Bento, testemunha ocular de uma das fases mais ricas da minha história. Bento me surpreendeu ao receber de braços abertos, há dois anos, a chegada da Papaqui em nossas vidas.
PAPAQUI E EU
Abençoada por um anjo da guarda que bateu na minha porta. Conto o nosso encontro em detalhes no post Uma declaração de amor para minha adorada filha adotiva
Papaqui foi uma cachorrinha abandonada que, a cada dia que passa, creio mais veementemente ter sido enviada pelo meu tão onipresente anjo da guarda. Papaqui é amor em estado puro. Papaqui comunica-se comigo com os olhos desde o primeiro dia que botou o pé nesta casa. Papaqui é a peça mais extraordinária que o destino poderia me pregar.
BENTO E PAPAQUI
Meus amigos, minhas vidas, personagens de tantas passadas e muitas futuras histórias
Que lindo texto Mari! Me emocionei lendo sobre os teus fiéis amigos. Minha melhor amiga partiu há 02 anos, depois de 12 anos bens vividos. Um pedaço de mim se foi, o pior dia da minha vida, se foi em meus braços. Só tenho lembranças maravilhosas, e não me canso de imaginar ainda ela perto de mim, em espírito. Ainda não me sinto preparada para ter outro cãozinho, mas sei que esse dia vai chegar, e quando ele chegar sei que vou saber. Lindo texto Mari! Beijão
Mariana sempre choro quando teus posts falam do teu amor por eles.
Eu também tenho esse amor dentro de mim que me faz muito feliz perto do meu bichinho querido.
Bj. Feliz dia do Amigo!!
Mariana
Perdi minha companheira de jornada faz um ano, a saudade é imensa, mas ela vive no meu pensamento. Quando li a mensagem que tu postou, mudei de idéia. Iria comprar um outro cachorro, mas a minha Luna, eu pensei, gostaria mais, que eu adotasse,VOU ADOTAR UM CACHORRO. Obrigado pela idéia.
Que lindo, Sandra! Desejo muita sorte e felicidade ao lado do novo amigo. Luna vai ficar orgulhosa. Beijo com muito carinho. Mariana
Legal a cumplicidade que temos com peludos. Já tive o Lord Antônio, um vira latas puro, meu fiel companheiro, que se foi faz tempo. Agora por força das circunstâncias tenho o Fofo, um gato, que também é um bom companheiro. Abração HELOÍSA
Eu me emocionei com a história , sinceramente sentir na pele as alegrias e sofrimentos de todos que passaram na sua vida…
Simplesmente amei…amo animais e tb cresci no meio dos cachorros e até hj com 43 anos nunca ficamos sem …a diferença que hoje tento ajudar de alguma forma os que veio abandonados , não tenho como pega los pq moro em apto ,mas ando com ração e casinhas de papelão no carro é oq posso fazer no momento …um dia se deus quiser irei morar em casa e recolher o máximo que puder…Hoje tenho uma cachorra (lara ) e o gato (leo) são meus amigos e companheiros dormem comigo e digo com todas as letras vou viver sozinha sem marido porque minha cama é deles ….Se deus quiser minha segunda vontade é que minha filha se torne veterinária mas cm uma grande diferença pensar na dor deles em primeiro lugar , segundo o bem estar e lá por terceiro ou quarto o dinheiro ….vai ser por amor e não por dinheiro ….Parabéns pela sua história …linda
Abraços
DEBORA MATTOS
Oi Mariana, li no seu blog q o Bento tinha uma coceira terrível. Gostaria de saber se o spray clorexidine indicado por seu pai, surtiu algum efeito ? Pq tenho um shihtzu q já levei em todos os tipos de vet e ele continua se coçando. Hj toma banho com o shampoo clorexidine e fica sem se coçar somente no dia do banho. Depois começa tuuuuudo de novo. Obrigada e parabéns pelo blog.
Oi Mariana, acabei encontrando teu blog por causa da clorexidina. Que história linda. Estou chorando litros agora pois tenho 4 amadas vira latas, adotadas das ruas. Não tem explicação esse amor.Parabéns, amei teu texto!
Eu já tinha o Tobby e você ajudou a achar o nego… amores da minha vida. Obrigada Mari
OI, Mariana !
Linda narrativa. Também fui cachorreiro e hoje curto os dos meus netos. Enviando esta linda mensagem à minhas filhas para que meus netos tenha esta narrativa linda contada à eles. Abraços, Nelson Gehm.
Mari, que texto mais lindoooooo
Eu sou louca por cachorros.Tive uma poodle que se chamava Laura e era o meu amor maior, me surria de vez em qdo,me olhava com profundo amor e carinho.
Ela teve 4 filhotes e ficamos com a clara que era mais arteira mas muito esperta e querida,porém nosso vinculo nunca foi igual.Ela já partiu fazem 11 anos.
Qdo Laura partiu minhas filhas quiseram trocar a raça e compramos a Mel, uma lhasa apso que é outro amor meu, agarrada,carinhosa e muito medrosa tbm.
Já está com 12anos e apresentando aos poucos alguns probleminhas,mas não imagino minha vida sem ela e penso sempre que não vou querer mais ter outros,mas não sei.
Su texto deste finde me tocou muito ,talvez adote algum!!!!
Obrigado por estes relatos tão cheios de amor, beijos
Cristina Jaeger
Quando li esse teu livro, especialmente esse capítulo, quase morri chorando,senti por ti e lembrei da minha inseparável DUDA, que se foi em.2010, com 13 anos! Amo os animais,principalmente os cães e gatos!São mais q filhos jamais.te cobram te julgam, são puro amor incondicional! Felicidades Mari com teus dois anjinhos!Q eles vivam muitos anos e tenham muita saúde! Bjjjs
Chorei com teu texto.Ontem minha labradora Aisha resolveu partir. Fiquei de coração partido pois estava viajando e não junto dela. Melhores amigos sem dúvida nenhuma.
Me segurei pra não chorar, pois faz um ano que meu Eros (16 anos- poodle) se foi. Fins de maio veio o Duque (Dudu- 2 anos e meio e “vira latin”). Resolvi adotar (foi no supetão), pois intuitivamente cheguei a conclusão que o meu modo de via tem que ter cachorro. Óbvio, que sentia falta do Eros , mas tb sentia falta daquele meu modo de vida. O Dudu tem outra personalidade, but como todo cachorro adotado ele tem muita gratidão. bjs Mari
Que lindo texto Mariana! Me emocionei. Também tenho um amigo peludo, o Elvis, de 4 anos. Digo que ele foi meu “primeiro filho”, enviado cuidadosamente pelo meu anjo guardião (ah… esses anjos) para me ensinar a ser mãe, já que eu não queria filhos, em absoluto, e 1 ano após a chegada dele, engravidei! Me entristeço ao ver grandes casas, com lindos pátios, senhores de idade, sozinhos, com o olhar perdido, sem um único animalzinho a lhes fazer companhia e ocupar espaços tão mal aproveitados (físicos e emocionais). Mas, enfim, espero e desejo que um dia todos possam conhecer o que é o amor de um cão. Bjs!
Compreendo tão bem esse amor e respeito pelos peludos!
Que linda história de amor!!!! Parabéns pela crônica de tanta sensibilidade. Abraço
Emocionante, umas das melhores crônicas que li até hoje. Confesso que fiquei com os olhos marejados ao terminar de ler.
Mariana
Meu sentimento é assim também.
Que foto amada.
bj