E então? Me contem! O senhor Noel apareceu? Estava bem-humorado, sorridente e generoso? Espero que sim. Espero que a noite do dia 24 e o dia do dia 25 tenham sido de muito amor, paz e prosperidade no coração de vocês.
Meu Natal foi legal. Desta vez, não juntamos as famílias. As duas matriarcas tinham o desejo de celebrar o Natal em suas respectivas casas – e nós compreendemos. E nos dividimos. Acho que a maioria dos jovens casais acaba se dividindo na noite de Natal, vai dizer? Um pouquinho aqui, um pouquinho ali. Faz parte, e para mim e Chico é tranquilo, afinal de contas, minha mãe adora começar a celebração cedo, tipo 18.30min/19h, e a mãe do Chico só dá o sinal verde para a ceia depois das 11h da noite. Assim sendo, dá tempo de ficar bastante com cada família.
Sim, comer duas ceias. Na casa da mãe, montei uma espécie de menu degustação no prato. Explico: minha mãe descobriu um serviço de ceia simplesmente excepcional. Juro por Deus nosso senhor que eu jamais havia comido uma ceia tão extraordinária como a que comi no Natal do ano passado. Este ano, claro, supliquei para mamãe repetir a dose, e ela voltou a contratar os serviços da Ana Behar.
Receitinha básica de pesto para comer com tudo que a gente desejar
Dei uma procurada no Google para saber mais sobre ela e, acredite se quiser, não achei quase nada. Achei um contato de email (buffetanabehar@yahoo.com.br) e era isso. Mas olha: indico. Indico demais a comida da Ana (acredito que ela deva trabalhar o ano inteiro com isso e não apenas em ceias natalinas).
CONTA DO TEU PRATO DEGUSTAÇÃO, MARIANA
Claro, meu prato degustação! Bom, mami encomendou peru, claro, mas também uma salada de bacalhau de entrada e rosbife para as crianças. Além disso, também de entrada, tinha um ratatouille de legumes simplesmente fenomenal. O peru e o rosbife eram acompanhados de arroz com castanhas. Tudo isso eu coloquei no prato, ressalte-se.
Animal está exagerando, pra variar. Não teve orgia nenhuma. Coloquei um pinguinho de cada coisa para experimentar – e foi a melhor decisão que tomei. E tenho mais a dizer: odeio bacalhau. Nunca consegui dar duas colheradas em um prato de bacalhau. Mas daí eu pensei: “Se eu amo tanto esta comida da Ana, impossível que não vá gostar também do seu bacalhau”. Dito e feito. A salada de bacalhau estava simplesmente sensacional!
Pois então… Não tem foto de nada. Dei um tempo em celular ontem e hoje, sabe assim? Resolvi passar a noite longe de mensagens e Whats App e essa coisa toda – e o dia offline também. Tomei um fartão de conectividade, compartilhamento, redes sociais. Achei justo passar esta data especial prestando mais atenção à família na volta. Bom, então teve a sobremesa da Ana Behar. Uma torta de chocolate amargo (e belga) divina, baba de moça. E brigadeiros. Juro por Deus nosso senhor que eu apenas provei uma garfada da torta da minha irmã e comi apenas um brigadeiro.
Teria comido muito mais se não tivesse outra ceia no horizonte. Então, na casa da minha sogra, comi mais peru com salada de batata, sarrabulho e chutney de manga. Genial! De sobremesa, um copinho de mousse de chocolate.
DOIS COPINHOS DE MOUSSE DE CHOCOLATE
No dia 25, acordei sonhando em arrumar a casa. Estava havia hooooooras para fazer isso. Sabe quando a gente precisa dar um jeito em tudo para sentir a energia do lugar se renovando? Eu precisava muito dar um jeito na horta, nos livros de culinária da cozinha e nos potes com quinquilharias dentro, na papelada do escritório, no meu closet e nos produtos de beleza que se acumulam no banheiro. O dia passou voando – e eu ainda não cheguei ao closet e ao banheiro. Mas a casa já respira aliviada com a quantidade de lixo que saiu aqui de dentro.
Terapeutas ocupacionais recomendam horta caseira contra o estresse
A horta ficou com o Chico. Ele tirou todas as mudas que estavam meio mortas e replantou os pés de manjericão que estavam em vasinhos na grande floreira, com terra nova e adubo.
– Que alívio – disse ele, depois do trabalho concluído.
– Tá vendo? Eu disse que a gente precisava fazer isso para se sentir melhor – respondi.
– É uma sensação de muito bem-estar.
O animal não sentiu nada e tampouco ajudou em alguma coisa. Ficou de pelotas na sala assistindo ao entra e sai de nós dois trabalhando em prol da boa energia no nosso lar doce lar. Paquinha tem seguido à risca o ótimo exemplo do animal. Não faz nada. Ficou das ladeadas no tapete, com um olho aberto e outro fechado, só controlando a movimentação.
BENTO DISSE QUE A GENTE VEIO AO MUNDO A PASSEIO
Na cozinha, separei todos os livros de culinária e arrumei de volta na prateleira – e eles não são poucos. Fiz uma triagem. Tem os feios que não servem para nada; os bonitos que não servem para nada; os feios com receitas básicas; os bonitos com receitas naturebas; livros de sopas, livros de saladas, livros espanhóis da minha época em Barcelona; livros que não têm fotos e portanto não contam com minha simpatia, recortes de receitas de jornais, recortes de receitas de revistas… Tem de tudo naquela cozinha.
Deixei enfeitando a prateleira os livros bonitos que não servem para nada (Jamie Oliver em inglês, por exemplo, e os doces da Nigella Lawson). Me diga você, amiga leitora, quando é que um ser humano de carne e osso, feito eu, terá tempo de preparar um bolo de sorvete com merengue e raspas de chocolate? E vai comer quando esse troço, se precisa controlar o peso? Tipo quarta-feira de noite, de sobremesa?
EU NÃO COMO BOLO ASSIM, TÃO IMPUNEMENTE, NIGELLA!
O resultado da arrumação dos livros da cozinha foi sensacional. Porque achei receitas vegetarianas e magrinhas ótimas para fazer de jantar e tomei uma resolução para 2016: deixarei essas receitas bem marcadinhas e darei total autonomia para a Rosa se virar e escolher o que fazer. Assim sendo, não precisarei ficar matutando todo santo dia quando ela chega e pergunta se precisa deixar alguma comida pronta. “Dona Mariana, o que eu deixo para o jantar?”.
Todas as receitas estarão lá, naqueles livros bonitos e feios, mas livros de receitas para pessoas de carne e osso preparar com as próprias mãos. No escritório, montei meu calendário semanal de atividades e, pela primeira vez desde que comecei a trabalhar em home office, acho que entendi esse novo esquema profissional da minha vida. O ano de 2015 foi de adaptação a uma nova rotina que eu não estava costumada. Agora, 2016 vai ser de realizar e colocar esse novo momento profissional a funcionar a pleno vapor.
A noite de 25 de dezembro terminou com mais ceia de jantar. Tem coisa melhor do que comer a ceia requentada? Nããããooooo!!!Fiz o que não se faz: comi no sofá, com a bandeja no colo, na frente da TV. Não posso perder um capítulo da novela (qualquer dia escrevo só um post sobre a Monique Alfradique, a Tina, maior revelação da comédia na minha opinião). Depois, o programão foi assistir ao The Voice e quase ficar sem ar com as apresentações do Renato Vianna.
Vocês assistiram? Viram ele cantando a versão em português de My Way? O que era aquilo, Jesus? Me arrepiou até a alma. Só podia vencer mesmo com 56% dos votos. Desejo uma vida muito longa na carreira. Uma das vozes brasileiras mais lindas que eu já ouvi.
Olha esta apresentação dele, por favor, cantando “Oh, Darling”, dos Beatles. Eu, que não suporto Beatles, fiquei emocionada. Dá o Play!
Agora, neste sábado 26, quero terminar de renovar as energias da casa dando um jeito no meu closet e no banheiro. Depois, tenho que arrumar a mala (a minha e a da dupla que veio ao mundo a passeio). Amanhã ou segunda-feira, partimos para Punta del Este para passar o Ano Novo e lá ficaremos até o dia 18.
Quer dizer… Mais ou menos férias. Levarei o notebook, como sempre faço, e mandarei notícias made in Uruguai! Ou seja: ficaremos em contato. Oba! Não com tannnnntas atualizações aqui no blog e no portal porque eu também sou filha de Deus e preciso descansar um pouco antes de pegar no tranco de novo. Mas todo dia darei pelo menos uma vez o ar da graça, combinado?
ELA PROMETEU MILANESAS NA PRAIA
Sim, tive que prometer milanesas na praia. O animal só fala nisso desde nossa última estadia por lá em novembro. Explico: o animal cresceu alimentando-se de lanches na praia. No Rio, adorava as esfirras do Khaled, um vendedor vestido de árabe que já conhecia os gritos do animal cada vez que se aproximava. Então, adentrava o meu guarda-sol, ajoelhava-se diante do animal e dizia, já abrindo o isopor:
– Ixfirra de carrrne, Bento? – com aquele chiado carioca.
Em Punta, acostumou-se ao pancho. Ou melhor, à salsicha do pancho. Tanto que compro pancho sem pão, só com salsicha. O que aconteceu, então, no último mês de novembro quando estivemos lá? Ainda não tinha sido aberta a temporada de panchos na praia, pois não era alta temporada. Com o animal berrando nos meus ouvidos que estava na hora do lanche, saí me descabelando até o parador mais próximo e perguntei o que tinha para petiscar uma vez que eu queria voltar a ter paz à beira-mar. “Milanesas”, o vendedor respondeu.
O mundo encantado por trás da portinha de garagem do Si, Querida
Então, ele disse que levaria para a gente na areia – e levei esta informação ao animal e à sua fiel escudeira, que está ficando com as mesmas manias, mas pelo menos não berra nos meus ouvidos. Reparem na sequência de cenas, por favor.
CENA 1
Bento e sua fiel escudeira Paqui tomam conhecimento de que o garçom do parador virá até a areia com nossas milanesas (que ele acha, no caso, que são só dele). O olhar fixo dos dois no parador permanece congelado…
CENA 2
O garçom deixa as milanesas em nossa canga, e o animal vem da fé do que está acontecendo, uma vez que, para implicar um pouco, começamos a comer e não convidamos…
CENA 3
O animal começa, então, a entrar em surto – e a me intimar, claro. Quer saber se pode cair de boca nas milanesas. Eu respondo que não, que as milanesas são de nós quatro e que ele vai comer depois que a gente comer. Ele, então fica indignado e começa a berrar. Eu viro as costas, começo a rir escondido e digo para que ele fale com o Chico…
CENA 4
O animal, indignado, vira-se para o Chico e começa a bradar por seu direito a milanesas. Fala toda sorte de impropérios. Paquinha, que de boba não tem nada, apenas aprova a gritaria do animal em silêncio, uma vez que sabe que sairá ganhando também (e não passará por louca)…
CENA FINAL
O animal deixa a todos tão atordoados que, enfim, Chico rende-se e começa a dar milanesas na boquinha de Vossa Excelência