Reduzir o consumo de açúcar refinado deixou de ser apenas uma questão estética. É também caso de saúde pública. A alta ingestão aumenta o risco de diversas patologias como hipertensão, obesidade e, especialmente, o diabetes. Para ter uma vida saudável e prevenir essas e outras alterações metabólicas torna-se fundamental reduzir o consumo ou buscar alternativas mais saudáveis para substituir o açúcar refinado, sem prejudicar o sabor dos alimentos nem colocar em risco o prazer de apreciar uma guloseima de vez em quando.
O tipo de açúcar mais popular e mais consumido no Brasil e no mundo é sem dúvida a sacarose, que nada mais é do que aquele pó branco e refinado que compõe a mesa dos brasileiros e adoça o cafezinho logo pela manhã. O problema é que o ingrediente não agrega nenhum benefício para quem o consome. Por ser um carboidrato simples, de alto índice glicêmico, ele é capaz de resultar no ganho de peso e outras disfunções metabólicas se consumido em excesso.
AÇÚCAR: INIMIGO PERIGOSO E CAUSADOR DE INÚMERAS DOENÇAS
A nutricionista esportiva Luciana Guerreiro, explica porque o alimento é considerado uma caloria vazia:
– O produto é extraído da cana, ou seja, é natural. No entanto, para chegar à aparência que conhecemos, ele passa por diversos processos químicos que removem todos os nutrientes presentes na planta. Desta forma, o ingrediente perde todo o seu valor nutricional.
Segundo a profissional da Nature Center, considerando que a obesidade é relacionada a problemas como o aumento do colesterol ruim, triglicerídeos, hipertensão e doenças cardíacas, controlar a ingestão do açúcar é fundamental.
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Alto índice glicêmico
A ingestão de carboidratos simples como o açúcar eleva a concentração glicêmica do corpo, exigindo que pâncreas aumente seu ritmo de trabalho para regular esses níveis, através da produção de insulina – hormônio responsável por transportar a glicose para dentro das células a fim de que ela seja usada como fonte de energia. Quando esses picos glicêmicos acontecem com frequência, o organismo tende a desenvolver resistência ao hormônio.
– Dessa forma, o organismo não utiliza a glicose de forma adequada. Sua concentração no sangue aumenta e ocasiona a temida diabetes. Além disso, esse excesso que não chega até as células é armazenado no tecido adiposo, podendo aumentar a gordura corporal e o triglicérides.
PERIGO, ASPARTAME: ELE PREJUDICA A ENZIMA DO INTESTINO QUE AUXILIA NA PREVENÇÃO DA OBESIDADE
O adoçante é uma boa escolha na dieta?
Quem quer abolir o açúcar ou reduzir seu consumo e ainda assim adoçar as receitas pode recorrer aos adoçantes que possuem menos calorias em comparação com a versão refinada que estamos acostumadas a utilizar. Dos naturais aos artificiais, existem diversos tipos de adoçantes comercializados no mercado e, diante de tanta variedade, surge a dúvida: o que os diferencia e qual é o mais indicado para o consumo?
Apesar de muitas marcas venderem a ideia de que todos os adoçantes são ideais para auxiliar na perda de peso, há alguns estudos que provam o contrário, como é o caso do realizado por pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos. Os estudiosos descobriram que alguns adoçantes artificiais, como o aspartame, impedem a ação da fosfatase alcalina intestinal, uma enzima do intestino capaz de auxiliar na prevenção da obesidade. O ideal é apostar sempre nos naturais!
XILITOL: ele é incapaz de causar alterações rápidas nos níveis de glicose, evitando picos de insulina. Por isso pode ser usado por diabéticos
Xilitol
Apesar do nome diferenciado, a substância nada mais é do que um adoçante natural encontrado nas fibras de diversos vegetais, entre eles o milho, a framboesa, a ameixa e alguns tipos de cogumelos. Atualmente, o xilitol é promovido por organizações de saúde como uma alternativa mais saudável ao açúcar de mesa. “Além de ser menos calórico, o elemento também exerce um impacto menor sobre a taxa glicêmica do indivíduo, pois ele é absorvido lentamente pelo organismo.
STEVIA: por ter calorias baixas e mais doçura que o açúcar, entre 40 a 300 vezes mais, as pessoas podem consumir mais despreocupadas. É recomendado para integrar dietas de baixa caloria
Stevia
A planta vem sendo utilizada como adoçante há muito tempo pelos índios Guaranis. Pode ser utilizado em temperaturas quentes de até 200ºC. Por isso já é comum encontrá-lo no preparo de chás, bolos e, recentemente, alimentos industrializados, como refrigerantes, sucos processados, chocolates e gelatinas.
Fuja dos artificiais!
Aspartame
O aspartame nada mais é do que um adoçante artificial encontrado em muitos produtos industrializados. Seu grande problema é sua composição: 40% de Ácido Aspártico, 50% de Fenilalanina e 10% de Metanol. Este último elemento presente na fórmula do adoçante serve apenas para unir os dois aminoácidos e é capaz de se transformar em um radical livre extremamente perigoso e venenoso, se submetido a temperaturas altas.
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Já a Fenilalanina, de acordo com a nutricionista, também pode ser muito danosa aos diabéticos e às pessoas sensíveis à essa substância, portadoras de uma patologia que rejeita esse elemento, conhecida como Fenilcetonúria:
– Apesar de rara, a enfermidade é caracterizada por dificultar a metabolização da Fenilalanina no organismo e causar doenças muito graves, como a deficiência mental irreversível em crianças – explica a profissional.
PERIGO SUCRALOSE: estudo realizado por pesquisadores da Unicamp constatou que, quando aquecido, o adoçante é capaz de se tornar quimicamente instável, o que libera compostos tóxicos e cumulativos ao organismo, como os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos clorados (HPACs), que são substâncias potencialmente cancerígenas. Além disso, a longo prazo, podem causar disfunção na glândula tireoide por diminuir a captação de iodo pela mesma.
Sucralose
Também pertence ao grupo dos adoçantes artificiais, porque o produto é feito por meio do processamento do açúcar branco, mas tem uma composição química distinta. A substância praticamente não contém calorias, pois não é reconhecida pelo organismo, o que faz com que continue intacta e passe sem ser metabolizada pelo sistema digestivo. Além disso, apesar de ser um composto extremamente doce, o adoçante praticamente não altera a taxa glicêmica e, portanto, não influencia a produção de insulina.
Outras alternativas para o açúcar refinado
Apesar de também conter um alto índice glicêmico, com exceção do “açúcar do coco”, existem ainda outras categorias que são consideradas mais saudáveis que o tradicional açúcar de mesa. Isso porque elas não se classificam como calorias vazias, já que essas versões possuem nutrientes benéficos à saúde. No entanto, a moderação é primordial para consumir esses elementos sem prejudicar a saúde ou acarretar o ganho de peso. São eles:
AÇÚCAR MASCAVO
Este é o primeiro subproduto extraído da cana e por isso conserva alguns nutrientes como o cálcio, ferro, potássio e outros sais minerais. Sua coloração é mais escura e sua textura é mais arenosa, pois ele sofre menos processos químicos e seu sabor semelhante ao da planta
AÇÚCAR DEMERARA
Esta versão sofre um processo de refinamento leve, ou seja, sem aditivos químicos, o que preserva parte do valor nutricional da cana e ainda confere uma textura mais refinada e clara em relação ao mascavo
AÇÚCAR ORGÂNICO
Desde o plantio até a industrialização, esta versão não recebe nenhum aditivo químico, por isso ela é altamente nutritiva e capaz de adoçar quase tanto quanto o açúcar refinado
AÇÚCAR DE COCO
Feito à base de coco, este tipo de açúcar ainda não é muito popular. No entanto, é uma aposta promissora, devido ao seu baixo índice glicêmico. A versão conserva um sabor residual do fruto e tem um potencial adoçante menor em relação aos demais