Estamos assistindo a uma neurose de merchandising em blogs e redes sociais. Inclusive, estamos editando para a revista Donna uma reportagem muito bacana do New York Times que fala sobre essa questão. A menos que esse merchandising seja escancarado, como fizeram Juliana Paes e a revista Vogue, dia desses no Instagram, gerando um mal estar entre os seguidores, muitas vezes o elogio a algum lugar ou a algum produto pode provocar nos leitores uma sensação de “será que esta pessoa/blogueira/veículo está falando a verdade ou está sendo paga para isso?”. Explicando de forma ainda mais clara: “Será que ela realmente curte esse produto/lugar ou está tentando me enganar porque está ganhando uma grana em publicidade?”.
A foto do Instagram em que Juliana Paes escreve ser uma feliz consumidora do shampoo. Pode até ser. Mas, no momento em que assinou um contrato publicitário com a empresa para ser sua garota-propaganda, automaticamente coloca tudo o que diz sobre o produto em xeque. E foi bastante criticada pelos seguidores.
O Instagram da Vogue com um dos textos mais infelizes que eu já li nesta rede social. Os comentários dos seguidores criticando a revista foram implacáveis
Resolvi tocar neste assunto porque ele está presente nas 24 horas do meu dia – e também nas 24 horas do dia de quem faz Donna. Costumamos discutir esses maus exemplos e debater para onde não devemos caminhar. Como falei em uma palestra sobre a marca Donna que fiz na Dez Propaganda há cerca de um mês, não existe publicidade velada em Donna. O que é publicidade está devidamente alertado com a marca DONNA BRANDS – CONTEÚDO PUBLICITÁRIO, justamente porque não pretendemos fazer merchandising velado e não passa pelos nossos princípios éticos a possibilidade de tirar o leitor para bobo.
Falo sobre este assunto aqui no meu blog porque também os blogs que estão sob o guarda-chuva Donna seguem o mesmo princípio. Ontem, após escrever um post absolutamente espontâneo sobre o restaurante Seasons (Desculpa ter implicado com você, divino Seasons), recebi um comentário na página do Por Aí no Facebook, assinado pela leitora Julieta, que, lá pelas tantas, dizia o seguinte: “… Tens e conquistaste um domínio sobre sua literatura. Não desejo ser indelicada, porém, como sou crítica demais, vai aí um ponto de interrogação: vale a pena misturar isso tudo com merchandising?”
NÃO FAÇO MERCHANDISING, JULIETA!!
Não é merchandising, Julieta. Se existe algo do qual me orgulho é de ser uma jornalista idônea que não faz merchandising em seu blog e em nenhum outro lugar. Tudo, tudo, tudo, absolutamente tudo que escrevo é porque acredito, é porque consumi, é porque tenho curiosidade de experimentar e é porque gosto ou não gosto – como disse que não gostava da decoração do restaurante Seasons. O dia que eu quiser vender produtos da forma como fazem as blogueiras, deixo de ser jornalista e vou ser blogueira – 0 que jamais acontecerá, uma vez que minha profissão e a credibilidade do meu nome são meus bens mais valiosos.
COMO O DIAMANTE ROSA DO COMENDADOR
Eu acredito que o futuro da comunicação está na credibilidade de quem escreve e no conteúdo disponibilizado pelo produto. Essas são as premissas de quem trabalha comigo aqui em Donna: CREDIBILIDADE E CONTEÚDO. Precisamos de publicidade para viver, é verdade. Mas ela estará sempre bem identificada. E se por algum acaso surgir alguma dúvida, meu email está aqui ó: mariana.kalil@revistadonna.com. Podem me escrever.
Dia desses, uma leitora me escreveu com o Donna Pocket em mãos. Estava em dúvida sobre a matéria de uma clínica dentária. Perguntou se validávamos a clínica editorialmente ou se era conteúdo publicitário. Pedi a ela que olhasse, por favor, se a matéria estava envolvida pela marca Donna Brands.
AQUI ESTÁ UM EXEMPLO DE PÁGINA DONNA BRANDS
Ela respondeu que sim. Esclareci, então, que sempre que ela visse a marca Donna Brands, tratava-se de conteúdo publicitário. Ou seja: o texto que está abaixo daquela marca é de responsabilidade do anunciante. Aqui no blog (e em todos os blogs de Donna), a regra é a mesma. Sempre que existir um Donna Brands envolvido, existe uma propaganda por trás. Do contrário, é a palavra da Mariana e de ninguém mais (ah, só a do xerife, claro).