Não sou uma pessoa de muito tempo disponível para participar de cafés da manhã e almoços para lançamentos de novos produtos. Mas o convite da Natura, feito há uma semana, me sensibilizou. Me pareceu muito mais do que um simples lançamento de produtos. Tinha algo de emoção ali. E eu fui ver de perto. Hoje de manhã, em um adorável ambiente do restaurante Lorita (que eu amo de paixão), a equipe da Natura, que veio diretamente de São Paulo, mostrou a novidade que só vai chegar ao mercado em agosto: a linha Vôvó.
Não sei se ando emotiva e talvez ainda não tivesse me dado conta, mas no primeiro frame do vídeo mostrando depoimentos de avós e netos já comecei a chorar. Não, não caí numa crise convulsiva de choro e interrompi a apresentação, nada disso! Haha!! Mas escorreu aquela lagrimazinha, sabe assim? Porque mais do que duas novas colônias, um hidratante, um sabonete líquido, um creme de massagem e afins, o que a Natura quis mostrar é essa importância de a gente olhar logo ali pra trás e ver que nossa história começou nos nossos avós – e como eles merecem ser reverenciados.
Eu começo em você. Eu continuo em você.
Esse slogan tão singelo e tão verdadeiro diz muito a respeito deles e de nós.
Na cultura africana, na cultura indígena e na cultura oriental, a reverência aos antepassados é muito maior do que na nossa cultura ocidental. No Oriente, é lindo dizer: “Eu tenho 60, 70, 80 anos”. Aqui, a gente pede para nossa idade não ser revelada. Que bobagem. Existe uma ciranda da vida, com passado, presente e futuro – e nada mais digno que homenagear cada pedacinho dessa trajetória.
Eu espero do fundo do coração que a Natura seja muito feliz nessa nova campanha e seja capaz de fazer as pessoas refletirem mais sobre a importância dos nossos avós e de como eles têm muito a dizer sobre nós. Fiquei particularmente tocada por um produto da linha Vôvó (o nome não é ótimo?). Trata-se do creme para massagem de mãos e braços. Em uma das tantas pesquisas, a Natura descobriu que o toque, o carinho entre avós e netos, se dá muito pelo contato dessa região.
E daí lembrei do meu vô Kalil, que morreu quando eu tinha 11 anos. Sempre que chegava de Bagé, me pegava pelos braços, me levantava até o céu e dizia: “Uuuupa!”.
E daí lembrei também do meu vô Antônio, que morreu quando eu tinha 17. Quando me via com frio, me sentava em seu colo, colocava minha mãos entre as suas e massageava meus braços.
E daí lembrei da minha bisavó Yolande, que morreu quando eu tinha 27. Todo dia de sol, nos sentávamos no pátio, e eu lia todo o jornal para ela, enquanto ela segurava minha mão.
E daí lembrei que tenho a graça de ter duas avós comigo, vó Arleta e vó Maria Helena. E do quanto de carinho ainda posso dar para que, no futuro, não tenha a sensação de que, apesar de todo meu amor, fui uma neta insuficiente.
PS: na próxima, terça-, dia 26, é celebrado o Dia dos Avós.