Sozinhos no feriado de Páscoa, fomos dormir, Bento e eu, na noite de quinta-feira, às 21h em ponto. Bento é um cachorro que sempre amou dormir cedo. Se o relógio soa as 10 badaladas noturnas e ele ainda não foi para o quarto, começa a me encarar com aquela cara de cachorro louco com os dois olhos esbugalhados. Em seguida, se põe a espirrar.
Não tive muito do que discordar na noite passda, uma vez que jantamos nossa sopa de cebola às 8h da noite e dali em diante não havia muito o que fazer. Fomos para o quarto, para a alegria do animal, na companhia de Eliane Brum.
“Meus Desacontecimentos, A História da Minha Vida com as Palavras”
Faz cerca de um ano e meio que não falo com a Eliane (data em que ela esteve em Porto Alegre para ilustrar uma reportagem linda do Caue Fonseca na capa de Donna), mas ela mora no meu coração. Nossa trajetória profissional tem alguns encontros. Primeiro, na redação de Zero Hora, onde ambas começamos a carreira. Depois, na redação da revista Época, para onde nos transferimos praticamente na mesma época (olha o trocadilho!) a convite do diretor de redação Augusto Nunes, que havia chefiado ZH. Chegamos forasteiras a São Paulo, bichinhos meio assustados. Eu, logo saltitei pra lá e pra cá em outros trabalhos e horizontes, como conto em meu segundo livro Vida Peregrina.
Eliane, não. Eliane permaneceu na Época durante uma década. Hoje, é colunista da edição brasileira do jornal El País e uma das escritoras mais compartilhadas nas redes sociais. Não é pra menos. Eliane tem um dom com as palavras difícil de ser traduzido. É uma escritora forte, intensa, mas ao mesmo tempo suave e bela.
Um trecho de “Meus Desacontecimentos” que achei lindo e postei no meu Instagram hoje de manhã
Eliane sempre me inspirou como jornalista e acho que nunca cheguei a dizer isso para ela. Eu acredito naquele jornalismo de profundidade, jornalismo de quem gosta de contar uma boa história – o mesmo jornalismo da Eliane, diferentemente do jornalismo da audiência pela audiência tão comum nos dias de hoje. Por isso, amo tanto outro livro da Eliane, de puro jornalismo, A Vida que Ninguém Vê.
Olha!
Uma coletânea de fascinantes histórias da vida real que fizeram sucesso no final dos anos 90, na coluna “A Vida que Ninguém Vê”, publicada na edição de sábado de Zero Hora e que eu acompanhava sem perder uma vírgula
Poderia ficar aqui o feriado inteiro de Sexta-Feira Santa declarando meu amor pelo talento da Eliane, que, ora veja só outra coincidência: foi colega de aula do Chico, meu respectivo marido, em Ijuí, onde ambos nasceram.
Bento é de uma cara de pau que impressiona. Está com saudade do Chico não porque o Chico está longe, com os pais e os irmãos na fazenda neste feriado de Páscoa. Está com saudade do Chico porque, se o Chico estivesse em Porto Alegre, ele estaria em casa com o Chico, de pelotas em sua cama, esparramado, depois de almoçar e arrotar na minha cara – o que fez hoje de manhã.
Mas hoje, Sexta-Feira Santa, 18 de abril de 2014, eu fiz questão de mostrar para o animal que a vida não é essa moleza toda que ele ama. Eu tive que vir para a redação trabalhar, não é mesmo? Mas ele veio junto.
ESTOU HÁ DUAS HORAS NOS PÉS DELA
E vai ficar mais algumas.
O Bento parece bem feliz em ficar com a dona no trabalho.
Beijos
E eu aqui, aproveitando o feriado em ótima companhia: com você!
Estou acompanhando a tua trajetória em Vida Peregrina e fascinada com as nossas semelhanças em momentos de crise existencial, naquilo que te realiza, no que te conforta!!
Parabéns pelo teu trabalho e pela pessoa que és! Te admiro muito.
Grande beijo!!
Pisada das grandes!!! Hehehehe
Mari!
Acompanho todos os dias seu blog. Amo de paixão ler suas postagens e como colega de profissão a admiro muito, você é uma grande profissional. Também sou ijuiense e tenho orgulho da minha conterrânea Eliane, uma profissional ímpar! Não sabia que Chico também era descendente da “colmeia do trabalho”! Rsrs
Embora nunca deixar comentários por aqui, te acompanho todos os dias!
Um grande beijo