Como ganhar um Oscar, segundo cinco requisitos apresentados por estudiosos da premiação

Neste domingo 26 acontece mais uma edição da premiação mais importante do cinema mundial, a festa do Oscar, em Los Angeles. Quantos atores e atrizes anseiam pelo papel de suas vidas para levar a estatueta para casa? Um papel em que tenham a oportunidade de demonstrar todo seu potencial, presença e versatilidade diante das câmeras de forma que o trabalho seja agraciado com este título máximo?

Neste ano, Emma Stone disputará o prêmio com Natalie Portman e Meryl Streep. Ryan Gosling entrará na corrida contra Casey Affleck e Denzel Washington. O que a ciência acaba de revelar em um estudo recente é que a probabilidade de arrebatar o Oscar não depende apenas de suas respectivas atuações.

Leonardo DiCaprio accepts the award for best actor in a leading role for “The Revenant” at the Oscars on Sunday, Feb. 28, 2016, at the Dolby Theatre in Los Angeles. (Photo by Chris Pizzello/Invision/AP)LEONARDO DICAPRIO: O OSCAR ENCANTADO DO ATOR VEIO APÓS UMA INTENSA PREPARAÇÃO FÍSICA  PARA O FILME “O REGRESSO”

O estudo foi realizado pela Universidade de Queensland, na Austrália, que se dedicou à análise dos vencedores nas categorias Ator e Atriz, tanto dos Oscar como dos BAFTA, nas últimas quatro décadas. Conclusão: em comum, os premiados reuniam outros fatores que não unicamente o fato de terem sido melhores intérpretes. Os pesquisadores encontraram características em comum nesses atores e atrizes que os tornavam mais “oscarizáveis” que seus concorrentes. Observando exemplos recentes, comprova-se a tese. Vamos ver?

stone-la-la-land-dec08-1481236673-compressedEMMA STONE: A TEMÁTICA AMERICANA DE “LA LA LAND” PODE AJUDÁ-LA NA BRIGA PELA ESTATUETA DE MELHOR ATRIZ

1) Diga-me com quem andas e te direi se podes ganhar um Oscar
A nacionalidade é um fator muito relevante para ganhar os principais prêmios do cinema, especialmente a americana. Mais de 50% dos vencedores de Oscar e BAFTA analisados tinham nascido nos Estados Unidos. Ou seja, as estrelas americanas conquistaram 52% dos BAFTA e 69% dos Oscar. Para efeito de comparação, os britânicos levaram 34% de BAFTA e 18% de Oscar.

Com esta premissa, poderia-se afirmar que, neste ano de 2017, Emma Stone e Meryl Streep, ambas americanas, teriam mais possibilidade de ganhar a estatueta do que Natalie Portan (dona de dupla nacionalidade – americana e israelense), Ruth Negga (etíope-irlandesa) e Isabebbe Huppert (francesa). No elenco masculino, Denzel Washington, Casey Affleck e Viggo Mortensen teriam mais chances do que Ryan Gosling (canadense) e Andrew Garfield (britânico)

2) A temática, também americana
Se a história do filme está relacionada com acontecimentos ligados à cultura americana, também aumentam as possibilidades de vencer. Oitenta e oito dos vencedores participaram de filmes relacionados a grupos sociais ou à história americana.

matthewmcconaugheyjaredletobackstage86thtltzfujrqmwlMATTHEW MCCONNAUGHEY E JARED LETO: A TRANSFORMAÇÃO FÍSICA AJUDOU NA DOBRADINHA EM “CLUBE DE COMPRAS DALLAS”

3) Personagem que exija complexa transformação física
Se o personagem requereu uma grande transformação física por parte do ator e da atriz, aumentam muito as possibilidades. Basta lembrar de Charlize Theron (Monster), Natalie Portamn (Cisne Negro), Matthew McConnaughey e Jared Leto (Clube de Compras Dallas), Leonardo DiCaprio (O Regresso). O caminho rumo ao Oscar torna-se mais curto na medida em que aumenta a quantidade de maquiagem e quilos a mais ou a menos na balança.

2015-02-23t052233z_1518567660_tb3eb2n0exa4t_rtrmadp_3_awards-oscarsJULIANNE MOORE: MELHOR ATRIZ PELO PAPEL DE UMA MULHER DE MEIA IDADE QUE SOFRE DE ALZHEIMER EM “PARA SEMPRE ALICE”

4) Interpretar um personagem problemático
Seja por doença – vide Julianne Moore em Para Sempre Alice -, seja por uma cruzada emocional (Kate Winslet em O Leitor) ou por orientação sexual (Sean Penn em Milk), dar vida a alguém que “fuja do normal” encanta os acadêmicos.

image_2_for_2009_academy_award_winners_gallery_114969542SEAN PENN: VENCEDOR PELO PAPEL BASEADO NA VIDA DO POLÍTICO E ATIVISTA GAY HARVEY MILK

5) A morte lhes cai bem
Russell Crowe morreu e Gladiador, Tom Hanks morreu em Philadelphia, Roberto Benigni morreu em A Vida é Bela, Sean Penn morreu em Milk – A Voz da Igualdade. Todos levaram a estatueta pra casa. No caso das atrizes, a morte também rendeu Oscar para Hillary Swank (Garotos não Choram).

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Mari Kalil

Mari Kalil

Sou escritora, jornalista, colunista da Band TV e Band News FM e autora dos livros "Peregrina de araque", "Vida peregrina" e "Tudo tem uma primeira vez". Sou gaúcha, nasci em Porto Alegre, vivo em Porto Alegre, mas com os olhos voltados para o mundo. Já morei em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Barcelona. Já fui repórter, editora, colunista. Trabalhei nos jornais Zero Hora, O Estado de S.Paulo e Jornal do Brasil; nas revistas Época e IstoÉ e fui correspondente da BBC na Espanha, onde cursei pós-graduação em roteiro, edição e direção de cinema na Escuela Superior de Imagen y Diseño de Barcelona. O blog Mari Kalil Por Aí é direcionado a todas as mulheres que, como eu, querem descomplicar a vida e ficar por dentro de tudo aquilo que possa trazer bem-estar, felicidade e paz interior. É para se divertir, para entender de moda, de beleza, para conhecer lugares, deliciar-se com boa gastronomia, mas, acima de tudo, para valorizar as pequenas grandes coisas que estão disponíveis ao redor: as coisas simples e boas.

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