O que você realmente já deveria ter feito, mas fica deixando para depois? Pense daí que eu penso daqui. Um minuto para nós. Valendo! Eis o que veio à cabeça de Mariana neste um minuto:
1) Já deveria ter ingerido as oito cápsulas que a dermatologista mandou engolir todas as manhãs.
2) Já deveria ter tomado banho, pois teria melhorado meu potencial criativo e agora estou aqui lutando contra um bando de neurônios grogues pelas caipirinhas a mais de ontem à noite.
3) Já deveria ter levado ao brechó a mala de roupas que separei há 40 dias e que segue atolada em um canto do quarto.
4) Já deveria ter avisado que eu sei desde já que não conseguirei comparecer a um evento para o qual sou esperada na semana que vem.
5) Já deveria ter limpado e medicado os ouvidos podres do animal.
SEMPRE SOBRA PRA MIM
Todos nós já deveríamos ter feito várias coisas, das importantes às comezinhas, diariamente. E por que a gente não faz? O que me impede de engolir as malditas cápsulas da dermatologista de uma vez por todas após o café de todas as manhãs e parar de ficar o dia inteiro lembrando desse assunto? Qual o empecilho de parar agora e escrever o email avisando que serei convidada não vista no tal evento? Acredite: eu não sei dizer.
MASOQUISMO
Deixar para depois é uma característica inata do ser humano. Ou porque a tarefa em questão é complicada, consome tempo, ou porque a gente sinceramente acha que daqui a pouco vai ali e faz – e acaba não fazendo. Há, no entanto, uma fórmula para tentar levar a vida com menos pendências e consciência mais tranquila. Pesquisas indicam que combinar o que queremos fazer com o que devemos fazer pode ser um excelente truque para conquistarmos nossos objetivos.
O método é conhecido como “temptation bundling” (algo como “pacote de tentação” em inglês), e é basicamente a combinação de duas coisas diferentes, porém complementares. Resumidamente, é combinar algo que você gosta com algo que você não gosta, o que lhe dá um incentivo para fazer aquilo que está evitando fazer.
POR EXEMPLO, MARIANA?
Caminhar na esteira da academia. Me diga se há punição maior do que ficar 40 minutos andando naquele troço sem sair do lugar e sendo obrigada a assistir SportTV transmitindo uma partida de futebol da semana passada ou um enfadonho jogo de tênis? Pois em meus tempos de esteira na academia (graças a Deus eles não fazem mais parte da minha vida por um decreto meu!), resolvi que deveria ser recompensada por aqueles intermináveis minutos de martírio. Escolhia uma série do Netflix e me dava de presente assistir um capítulo de 50 minutos por caminhada. O tempo passava voando.
MEU MAIS NOVO VÍCIO BEM LONGE DA ESTEIRA
Outro exemplo: exames médicos. Tirando a ressonância magnética, que eu adoro, pois tenho a chance de ficar enfiada em um tubo, em silêncio e sem celular (já peguei até no sono em mais de uma ocasião), fazer exames é um pé no saco, vai dizer? Estritamente necessário, no entanto, para diagnósticos precoces que evitam problema maiores. Eu sou obrigada, por recomendação médica, a fazer bateria de exames de sangue e imagem a cada seis meses. Ecografia abdominal, raio x de tórax, mamografia, ecografia mamária, dermatoscopia digital… Sem falar nos mais de oito tubinhos de sangue enxugados do meu organismo.
SORTE QUANDO NÃO ERRAM A VEIA
Não é apenas o exame em si que chateia, mas as horas de espera, o jejum de 12 horas e, sobretudo, a expectativa pelo resultado. O que combinei comigo a cada seis meses quando a temporada aproxima-se? Terminada a maratona, ganho o direito de sair do hospital diretamente para a sorveteria da minha escolha para comer o tamanho do sorvete que desejar. Então, consegui transformar a inquietação com o período de exames médicos em algo prazeroso, já que se torna também o período da libertinagem gelada.
VIVA A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA!
TU PODE LIMPAR MEUS OUVIDOS AGORA?
TU PODE FAZER UMA MASSAGEM NAS MINHAS COSTAS DEPOIS?