Pedi ao meu marido Chico que me deixasse dormir manhã dessas. Que colocasse o despertador para às 6h45min bem longe do meu ouvido, levantasse devagar e não viesse me acordar meia hora depois. Na noite anterior, havia chegado em casa precisando dormir. Sabe quando a memória RAM da cabeça está cheia e precisando de uma boa noite de sono para descarregá-la sob pena de um apagão iminente? Pois é. Por isso pedi ao meu atencioso marido que me deixasse dormindo até a hora que meu organismo gritasse “basta!”.
Esse tipo de liberdade que a gente se permite em alguns dias da vida é o que torna a vida divertida e que faz enxergarmos a felicidade nas coisas mais simples, vai dizer? A felicidade que senti ao abrir os olhos naquela manhã, exatamente às 10h15min e com a sensação de que dormi tudo o que precisava dormir, me fez uma das pessoas mais felizes do mundo.
Me peguei então pensando sobre os benefícios do sono, quais seriam eles e imaginando como deve ser ter vindo ao mundo um ser humano insone, ou que sofre para dormir. Sim, conheço pessoas assim – e não são poucas. Dormir bem ajuda até no emagrecimento, pode acreditar. Explica a neurologista Rosa Hasan:
“Durante o sono, nosso organismo produz a leptina, um hormônio capaz de controlar a sensação de saciedade. Portanto, pessoas que têm dificuldades para dormir produzem menores quantidades desta substância. A consequência disso é ingestão exagerada de calorias durante o dia, pois o corpo não se sente satisfeito. Além disso, o grupo dos insones produz uma maior quantidade de um outro hormônio, a grelina, uma substância que está relacionada à fome e à redução do gasto de energia.”
Outro fator é importante é a perda de gorduras. Segundo um estudo feito na Universidade de Chicago, pessoas que dormem de 6 a 8 horas por dia queimam mais gorduras do que aquelas que dormem pouco ou têm o sono fragmentado. De acordo com o estudo, dormir pouco reduz em 55% a perda de gordura.
Pessoas que conseguem ter uma boa noite de sono absorvem melhor as informações do dia a dia do que aquelas que passam longos períodos sem dormir, diz um estudo feito pela Universidade de Lubeck, na Alemanha. Segundo os pesquisadores, isso acontece porque, durante o descanso, ocorre a síntese de proteínas responsáveis pelas conexões neurais, aprimorando habilidades como memória e aprendizado. Outro dado interessante: dormir previne a depressão.
As chances de a depressão comprometer a qualidade de vida de uma pessoa pode ser menor se ela dormir entre 6 e 9 horas por noite. É o que indica um estudo feito no Cleveland Clinic Sleep Disorders Center, em Ohio, nos Estados Unidos, que analisou mais de 10 mil pessoas.
Os resultados mostraram que pessoas com o sono considerado “normal” – de 6 a 8 horas por noite – tiveram índices mais altos de qualidade de vida e níveis mais baixos de depressão quando comparados aos que dormiam pouco ou muito. Também foi observado aqueles que dormem menos que 6 e mais de 9 horas por noite: sofrem uma piora na qualidade de vida e índices de depressão mais altos.
Tudo muito bom, tudo muito bem, mas como ajudar o organismo a relaxar e ter uma boa noite de sono? Deixo com vocês o ótimo vídeo da nutricionista Tatiana Zanin com dicas sobre os melhores alimentos para ajudar a dormir melhor. Ela também diz qual é o exame que deve ser feito pra diagnosticar uma causa de insônia que é muito fácil curar com suplementação.
Um fim de semana de bons sonhos pra nós!
Concordo! Dá muita alegria poder acordar naturalmente, sem ter um despertador te assustando logo de manhã. Pena que são poucos os dias em que é possível ter esse prazer. A gente sente mesmo a diferença em tudo quando dormimos o suficiente e com qualidade. Bom fim de semana!
Em Porto Alegre, quem tiver insônia daqui pra frente tem direito a trilha sonora do sabiá.