A opção de tornar-se vegetariana ou vegana exige uma série de modificações no cardápio e em aspectos cotidianos da vida. Por mais vontade que exista, é preciso se programar. Muitas mulheres, que abdicaram do consumo da carne e/ou de produtos de origem animal, costumam ter dúvidas durante a gestação. Faltará algum nutriente importante para o bebê? Quem responde para a gente é Cristina Ferreira, gerente industrial da Superbom, empresa alimentícia especializada em produtos saudáveis.
Ela aponta para vários estudos técnicos com as vegetarianas estritas. Esses estudos concluem que a dieta vegetariana não prejudica o desenvolvimento normal da criança, mas é necessário um acompanhamento médico e nutricional para passar as orientações necessárias.
– As pessoas pouco discutem os benefícios da dieta vegetariana, como maior consumo de fibras, menos gordura saturada e colesterol ruim, além de que o cardápio sem carne animal protege as mulheres contra os hormônios e toxinas presentes no peixe, frango, na carne vermelha e nos laticínios – explica ela.
FOLHAS VERDES: FONTES NATURAIS DE VITAMINA B9
Segundo Cristina, outra vantagem é que as folhas verdes são fontes naturais de ácido fólico (vitamina B9), essencial no primeiro trimestre de gravidez, porque reduz em 50% a incidência de má formação do tubo neural do bebê.
– Isso não exclui a necessidade de suplementação, já que é recomendada para todas as mulheres – complementa. – Outro ponto importante é a ingestão de nutrientes encontrados principalmente nas carnes. Nesse caso, é indicado ingerir suplementos alimentares para prover a vitamina B12 necessária, substância responsável pelo desenvolvimento do sistema neurológico e sanguíneo da criança.
Ferro e Cálcio, elementos necessários durante a gestação
Cristina indica que a gestante deve consumir diariamente alimentos ricos em ferro, como feijão, grão de bico e frutas secas – exceto, claro, as mulheres que têm excesso de ferro no organismo. A suplementação do cálcio também é essencial, porque as grávidas precisam do dobro da quantidade de uma mulher normal (aproximadamente 1500mg/dia) durante o período gestacional.
– Mesmo que o cálcio seja encontrado nas verduras, o ideal é ingerir um suplemento, obviamente com acompanhamento médico. A necessidade de suplementação pode ser identificada a partir de exames clínicos de dosagem de minerais, que ajudarão a definir os tipos de alimentos que devem compor a dieta para equilibrar o organismo. A gestante também pode incluir os produtos à base de soja, como a salsicha, bife e o hambúrguer, excelentes fontes de proteínas e fibras – afirma a executiva.