Foram dois dias ininterruptos de blecaute total. Cabeça pifada, neurônios se debatendo meio bêbados, sem conseguir juntar lé com cré. Segui conselhos e saí da frente do computador. Arrumei gavetas de bijuterias, coloquei todos os cabides do guarda-roupa voltados para o mesmo lado, adubei minha plantação de manjericão, fiz massagem ayurvedica (preciso voltar a este assunto outra hora, me cobrem!) e fui ao show dos Rolling Stones – e agora cheguei aonde queria com este post: o show dos Rolling Stones no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre.
POR ONDE COMEÇAR A RELATAR A EXPERIÊNCIA?
Quem me lê há algum tempo sabe o que penso sobre shows em estádios. Para falar de forma elegante, digo apenas que não gosto. Não gosto de aglomeração, não enxergo o show, vejo tudo pelo telão e acho que, se é para ver pelo telão, eu fico em casa, compro o DVD e assisto no conforto do meu sofá e bem longe das nojeiras desses banheiros químicos. Dito isso, ganhei de presente de aniversário de meu respectivo marido, que jura muito me amar, um ingresso para a pista premium dos Rolling Stones.
ENTENDERAM A MALANDRAGEM DELE?
Como sabe que eu não gosto de show e não faria o menor esforço para ir ao show, ele me deu de presente de aniversário o ingresso. Ou seja, não havia como fugir ou doar ou vender. Resolvi, então, entrar na onda. Ontem à tarde, saía do Moinhos Shopping quando dei de cara com um alvoroço. Eram os Stones deixando o hotel Sheraton rumo ao estádio. Tenho que admitir que foi impossível não me contaminar com o Mick Jagger diante do nariz.
ELA FICOU BERRANDO PARA O MICK
Não era para entrar no clima? Parei ao lado da multidão que berrava e comecei a berrar junto “Mick Jagger, Miiiiiiick Jaaaaagger”. Filmei, tirei foto, não deu para ver nada nas filmagens e nem nas fotos, e comprei duas camisetas dos camelôs – uma para mim e outra para o Chico. O uniforme do show estava garantido.
ELE ODEIA SE FANTASIAR PARA SHOW
Havíamos comprado vaga de estacionamento dentro do estádio e lá fomos nós!
CHICO, LULU E EU FAZENDO A SELFIE CLÁSSICA DA LÍNGUA PRA FORA
Quanta criatividade!
Entramos no estádio às 8.30min, faltando meia hora para o início do show. Bastou Mick Jagger e turma subirem ao palco para a chuva desabar. Mas não era uma chuvinha qualquer. Era uma chuuuuva. Pingos grandes, vento, chuva e chuva, chuva e chuva. Chuva sem trégua. Tinha comprado essas capas de chuva transparentes de camelô, essas que parecem um saco de lixo, e me enfiei dentro dela. Tirei os óculos de grau da pochete que levava na cintura e coloquei no rosto a fim de tentar enxergar alguma coisa em cima do palco.
Olha!
Minha adorada irmã disse que eu parecia uma bocó enfiada dentro da capa com cara de idiota. Não parava de rir, e eu perguntei que tanto ela ria.
– Dessa tua cara de nerd – ela continuava rindo. – Preciso fazer esse registro.
Então, ela pegou o celular e disse:
– Finge uma certa empolgação.
Foi o que fiz.
O que tenho a dizer sobre minha experiência no show dos Rolling Stones. Foi única. Nunca peguei uma chuva daquelas em um lugar descampado feito a pista de um estádio. Nunca fiz tanto xixi num banheiro tão podre. Nunca fiquei tão molhada, nunca perdi tanto a minha voz, nunca vi tampouco um palco. O telão estava uma maravilha. Vi o show pelo telão, como sempre costuma acontecer. Alias, três telões.
VOCÊ ESTAVA LINDO NO TELÃO, MICK!
O cenário era incrível – e o que dizer daqueles quatro loucos em cima do palco? Uns loucos, literalmente. Seres de outro planeta. Só não achei uma completa indiada porque eram os Rolling Stones. Porque têm lá seus 70, 80 anos, porque são a maior banda da história desse mundo que conheço, porque com certeza nunca mais verei os quatro reunidos de novo, porque se trata de cultura geral, porque são ícones, porque merecem serem abençoados pela multidão.
Porque são humildes, característica que eu tanto prezo. Porque se esforçaram em agradar o público quando nem precisam mais disso, porque Mick Jagger aprendeu palavras e frases em português e gauchês para ser cordial. É um baita show? É um baita show – e está visto.
Como não há nenhuma outra banda à altura dos Stones, como acredito que eles não voltarão a Porto Alegre nesta encarnação, posso dizer que acordei sem voz e com dor de cabeça, mas de alma lavada. Livre de ter que voltar tão cedo a um estádio para outro show de quem quer que seja.
Ahahahahahahahah adoreiiiiiii!!! Tu és a pessoa que mais me diverte atualmente Mariana!!! E olha que com a idade avançando isso vai ficando difícil… Vai dizer!!
Hahahhaha!! Que bom, Karin! Fico feliz!! Bjo grande. Mariana
Oi Mari, fui ao show também, mas fui nas cadeiras superiores e não me molhei durante o show, mas na saída, claro, foi um banho completo…mas só queria te dizer que quando estava lá, olhando para aquela chuva imensa, lembrei de ti, olhava para a pista e pensava: E a Mariana Kalil, que nem gosta de show em estádio, tá lá tomando toda aquela chuva!
Hahahhaha!!! Me sinto confortada de uma viva alma ter lembrado de mim naquele momento, Luciana!! Bjo. Mari