Não visto essa camisa

Foi na tarde de 17 de julho, durante a Copa do Mundo, nos Estados Unidos, a última vez que me vi ajoelhada, em posição de vida ou morte, sofrendo na cobrança de pênaltis na partida final entre Brasil x Itália. Aquele clássico chute para fora de Roberto Baggio entrou para os anais da minha história como a última vez em que sofri de verdade pela alardeada pátria de chuteiras.

DPA Soccer World Cup 2002 - Brazil wins championshipESQUECEU DA GENTE, MARIANA?

A Seleção Brasileira de 2002 ainda levantaria o título do pentacampeonato, em uma última demonstração de garra na história recente do futebol brasileiro, mas o meu coração já não pulsava como antes – e parou definitivamente de bater na superfaturada Copa de 2014, no Brasil.

12802767431QUER UM EMPRESTADO?

O combo dinheiro, estrelismo, falta de profissionalismo, interesses diversos – de dinheiro a gandaia – tomou conta da cabeça dessa geração brinquinho de brilhante na orelha encabeçada pelo pavão-mór, o arrogante e marrento Neymar.

2362812_largeESTOU FALANDO DE TI

O espelho tornou-se mais importante do que a bola; a raça, menor que a graça. Faço minha a tese da cronista Tatiana Druck: o Brasil é um país mimado, característica que se reflete no jogo bonitinho mas ordinário da Seleção – essa garotada que acha que dá para colher sem plantar, vencer sem suar, com foco torto na profissão e a crença de que a nécessaire Louis Vuitton recheada de creminhos cheirosos e perfumes importados concede a eles algum passaporte imaginário para o mundo dos grandes boleiros. No meu tempo de torcedora, jogador de Seleção Brasileira driblava o adversário feito gladiador, marcava feito homem, cobrava pênalti feito craque, cuspia no gramado feito macho.

bento1DUNGA, ESTOU A POSTOS!

olivia10BENTO SE ACHA

Hoje, qualquer mudança de clima é motivo para dor de cabeça, moleza, alguma virose e justificativa para perder campeonato. O que me preocupa não é a ausência de títulos ocasionada pelo corpo mole das donzelas tatuadas – quero mais é que se danem! –, mas o exemplo oferecido a milhares de jovens e atletas que enxergam nesses indivíduos exemplos a serem seguidos.

praying-the-rosary-724621ABRA OS OLHOS DESSES JOVENS, SENHOR!

Enquanto a pátria de chuteiras continuar representada pela soberba dessa geração, não me vem à cabeça nenhum outro grito mais apropriado. Vai que é tua, Galvão!

galvaoGOOOOOL DA ALEMANHA!

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Mari Kalil

Mari Kalil

Sou escritora, jornalista, colunista da Band TV e Band News FM e autora dos livros "Peregrina de araque", "Vida peregrina" e "Tudo tem uma primeira vez". Sou gaúcha, nasci em Porto Alegre, vivo em Porto Alegre, mas com os olhos voltados para o mundo. Já morei em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Barcelona. Já fui repórter, editora, colunista. Trabalhei nos jornais Zero Hora, O Estado de S.Paulo e Jornal do Brasil; nas revistas Época e IstoÉ e fui correspondente da BBC na Espanha, onde cursei pós-graduação em roteiro, edição e direção de cinema na Escuela Superior de Imagen y Diseño de Barcelona. O blog Mari Kalil Por Aí é direcionado a todas as mulheres que, como eu, querem descomplicar a vida e ficar por dentro de tudo aquilo que possa trazer bem-estar, felicidade e paz interior. É para se divertir, para entender de moda, de beleza, para conhecer lugares, deliciar-se com boa gastronomia, mas, acima de tudo, para valorizar as pequenas grandes coisas que estão disponíveis ao redor: as coisas simples e boas.

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