O lado ruim de viver na Dinamarca

Sugiro que ninguém deixe de ler o próximo Donna. O caderno traz na capa uma reportagem que eu sempre quis publicar, mas nunca pensei que fosse possível: contar a experiência de jantar no Noma, o restaurante dinamarquês eleito pelo segundo ano consecutivo o melhor do mundo. A lista de espera por uma mesa pode levar “tempo indeterminado”, fora o deslocamento até Copenhage, que não é como ir até a esquina, vamos combinar. Porém, eis que o querido José Antônio Pinheiro Machado, o Anonymus Gourmet, esteve lá – e conta tudo em detalhes.

Visitar os países escandinavos é um dos meus sonhos de consumo e roteiro de umas férias que, espero, não demorem muito a chegar. Tenho mania de ficar bisbilhotando sobre o modo de vida dos dinamarqueses, suecos, finlandeses, noruegueses e vizinhos. Pois acabo de saber que, ao contrário do que um dia já pensei, não seria mais feliz na Dinamarca do que sou no Brasil. Um motivo essencial: o governo dinamarquês acaba de baixar uma lei que taxa com impostos mais altos produtos como manteiga, leite, queijo, pizza, carne, óleo, azeite e alimentos processados.

Segundo o jornal “Copenhagen Post”, um pacote de 250g de manteiga sofrerá um aumento de mais de 14%, enquanto o litro do azeite de oliva custará 7% a mais. Dinamarqueses com hábitos alimentares parecidos com os meus, estão fulos da vida, claro. E assim como eu costumo ir a Aceguá abastecer minha despensa com esses produtos, eles já planejam pulinhos à Alemanha.

Às vésperas do aumento, na sexta-feira passada, a população fez compras em grandes quantidades de produtos como manteiga, queijo e azeite. Segundo o dono de um supermercado de Copenhage, “foi uma semana caótica, com as prateleiras vazias”. E isso que, na Dinamarca, só 11% da população pode ser considerada obesa. Aqui, somos 16%. Nos EUA, 34%.

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Mari Kalil

Mari Kalil

Sou escritora, jornalista, colunista da Band TV e Band News FM e autora dos livros "Peregrina de araque", "Vida peregrina" e "Tudo tem uma primeira vez". Sou gaúcha, nasci em Porto Alegre, vivo em Porto Alegre, mas com os olhos voltados para o mundo. Já morei em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Barcelona. Já fui repórter, editora, colunista. Trabalhei nos jornais Zero Hora, O Estado de S.Paulo e Jornal do Brasil; nas revistas Época e IstoÉ e fui correspondente da BBC na Espanha, onde cursei pós-graduação em roteiro, edição e direção de cinema na Escuela Superior de Imagen y Diseño de Barcelona. O blog Mari Kalil Por Aí é direcionado a todas as mulheres que, como eu, querem descomplicar a vida e ficar por dentro de tudo aquilo que possa trazer bem-estar, felicidade e paz interior. É para se divertir, para entender de moda, de beleza, para conhecer lugares, deliciar-se com boa gastronomia, mas, acima de tudo, para valorizar as pequenas grandes coisas que estão disponíveis ao redor: as coisas simples e boas.

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