Oi, alô, câmbio… Alguém do outro lado da porta? Querem entrar? Bem-vindas! Mariana voltou para o encantado planeta virtual! Depois de 48 horas fora do ar, o site de Mariana vive! Oba! O que eu fiz nessas 48 horas em que fiquei impedida de postar qualquer coisa?
As emoções começaram com o suicídio de um ovo de micro-ondas. Sim, eu sei que para fazer ovo no micro-ondas precisamos, ao colocá-lo no potinho, furar a gema para que ela não exploda. Sim, eu aprendi isso na prática depois de explodir umas duas dúzias de gemas – e o pior não foram as gemas suicidas. O pior foi ter que limpar o micro-ondas.
ELA FALOU COISAS IMPUBLICÁVEIS
Desta vez, no entanto, eu juro: furei a gema. Peguei o garfo e fiz vários furinhos. Mesmo assim, POW!
MOMENTO EM QUE MARIANA ABRIU O MICRO-ONDAS
Fazia um ovo de micro-ondas para comer com o pão da Vivi. A Vivi é prima do Chico e mora em Cruz Alta, cidade distante 380 quilômetros de Porto Alegre, onde mora Mariana. A Vivi tem feito cursos de gastronomia por este Brasil e mundo afora e aproveitou a passagem do Chico por Cruz Alta para presenteá-lo com um pão.
Olha!
Estou para dizer às amigas que não lembro de ter comido um pão como o da Vivi. O pão da Vivi é de abobora, sem glúten, sem lactose e com uma finíssima fatia de copa (É copa, Vivi? Aquela coisa salgadinha nas entranhas do pão?)
QUANDO EU DIGO QUE ESSE SITE É UM DESSERVIÇO, ELA BRIGA COMIGO
Logo, logo Vivi vai responder. Eu não sei se é copa. Eu só sei que o sabor meio doce da abóbora com o salgadinho da copa, o croc croc croc da casca do pão com a fofura do miolo tornaram Mariana uma dependente do pão da Vivi.
O ovo que Mariana explodiu no micro-ondas era para comer com a última fatia do pão da vivi + azeite de oliva + cottage. Óbvio que Mariana ressuscitou o ovo que jazia inerte no prato do micro-ondas, colocou-o de volta no copo e comeu mesmo assim. A questão agora é que o pão acabou. Pior não é isso. Pior é que o Chico esteve novamente em Cruz Alta, e eu encomendei a ele o pão da Vivi.
A VIVI DISSE QUE NÃO ERA DIA DE PÃO
Peço encarecidamente a você, querida amiga leitora, de Cruz Alta e arredores: poderia fazer o obséquio de colocar no ônibus um pão da Vivi pra mim? Eu compro a passagem do pão e envio os dados pela internet. Vocês só precisam dar uma carona para o pão até a rodoviária.
Quando não estive comendo pão com ovo explodido, estive fazendo minha estréia à mesa da única boutique de pizzas de Porto Alegre, a Pot Porri. Havia hoooooras me ensaiava para ir até lá experimentar as pizzas de massa fininha e croc croc croc. Assim que, uma vez afastada durante 48 horas do mundo virtual por motivos de força maior, achei que era por bem cair nas tentações carnais do mundo real. Convidei meu respectivo marido para me fazer companhia.
Cachorro não entra na Pot Porri, Xerife.
Já eu e o Chico aqui adentramos!
BEM-VINDAS AO POT PORRI
Estão vendo aquela cadeira ali na varanda à esquerda com um pelego em cima? Pois ali eu sentei!
Optamos pela varanda. Sempre preferimos sentar ao ar livre, se o clima assim permite. Luz baixinha, plantas ao redor… Me senti em um recanto gastronômico em alguma viela parisiense. Pedimos uma cervejinha bem gelada e detalhes sobre o serviço da casa. Optamos em dividir uma pizza e, se fosse o caso (obviamente seria), pedir outra.
– Vamos na pizza de cogumelos? – perguntei ao Chico.
– Vamos! – ele consentiu.
Olha!
Deliciosa! Recomendo muito pedir que ela venha cortadinha a xadrez para dividir e ficar aperitivando, sabe assim? Aprovadíssima! Muuuito croc, massa bem fininha e feita na própria pizzaria. Óbvio que uma pizza apenas foi pouco. Então, deixei que o Chico tomasse a dianteira para escolher o sabor seguinte.
Agora, me responda você, querida leitora, porque homens em geral têm mania de escolher pizza com lingüiça e outros embutidos?
– Vamos de Mafiosa? – ela perguntou.
– Mafiosa tem lingüiça – respondi.
– Sim, tem lingüiça – ele consentiu.
– Não pode ser algum outro sabor sem lingüiça?
– Tipo?
– Marguerita!
– Vamos experimentar a Mafiosa – ele decretou.
PRA QUE COMER LINGUIÇA, ME DIZ?
Com tantos outros sabores, para que pedir uma pizza com lingüiça? Eu não tenho nada contra lingüiça em pizza ou fora da pizza. Como lingüiça apimentada no churrasco, gosto de arroz com lingüiça. Mas neste dia eu simplesmente não estava a fim de comer lingüiça.
Bebemos mais uma cervejinha e então chegou la Mafiosa!
Olha!
Estava beeeeem boa! Não existe pizza ruim quando a massa é deliciosa e fininha, quando os recheios combinam entre si como dá para perceber em todo o cardápio da Pot Porri. Só que da próxima vez eu vou comer a Marguerita (depois da de cogumelos, claro).
Olha!
No maravilhoso mundo de Mariana desconectada durante 48 horas também foi possível descobrir a cura para as coceiras do animal. Eu juro por todos os santos que nunca pensei que isso fosse minimamente provável.
Aconteceu, no entanto, que mais uma vez Bento apareceu com um dos ouvidos muito feios, vermelhos, coçando e congestionados. Lá se foi o animal para mais uma consulta com a doutora Neusa Pacheco. E qual não foi a maravilhosa notícia: um novo medicamento que acaba de ser lançado substitui essas malditas injeções de corticoide que devemos sempre evitar ao máximo, pois acabam sobrecarregando outros órgãos do corpo.
Sempre procurei evitar ao máximo e espaçar ao máximo as tais injeções. Mas tinha vezes em que Bento entrava em crise, uma crise horrorosa de coceira que só aliviava com o corticoide na veia. Pois este problema acabou!
Como muitas queridas leitoras me escrevem muuuito, mas muuuito mesmo, perguntando como eu faço para lidar com as coceiras do animal, já que muuuitos cães das raças Lhasa Apso e Shih Tzu padecem deste mal, venho por meio desta apresentar o novo tratamento do animal – que levou o animal, já há uma semana a nunca mais se coçar na vida!
Olha!
Não quero com isso estimular que você, querida leitora dona de lhasas e shih tzus com coceiras, vá até uma pet mais próxima comprar sem indicação de um profissional especializado, ok? Primeiro, por favor, consulte o veterinário e, caso ainda não conheça esse tratamento, converse a respeito com ele. O Bento está tomando um comprimido a cada doze horas nos primeiros quinze dias. Depois, passará a um comprimido por dia até fechar um mês.
Nunca mais comeu a patinha, nunca mais coçou o lombo, nunca mais ficou resmungando, nunca mais! Parece um milagre. Dorme a noite inteira sem que eu precise grudar meia dúzia de travesseiros na testa dele para que, pelo amor de Deus, não destrua as patinhas.
Por falar em dormir, quem anda dormindo com os deuses nesta casa é uma Lhasa Apso que está cada dia mais folgada: Papaqui. Mês que vem completa-se um ano em que Zizi Papaqui chegou nesta residência vinda de um abandono na rua. Para comemorar antecipadamente, Madame Zizi Papaqui, a cachorrinha que está cada dia mais manheira e folgada, ganhou uma cama nova.
Não é uma cama qualquer, ressalte-se. É uma cama King Size. Uma cama que combina com a pelagem de Zizi Papaqui. Uma cama em que Zizi Papaqui afunda-se e não levanta mais.
Reparem na pose da beldade!
NÃO QUER MAIS SABER DE LEVANTAR
Então, uma vez em que a escrava de lhasas Mariana acomodou seus dois patrões, uma vez que a tecnologia do site para sua volta ao ar estava quase solucionada, Mariana achou por bem dar-se o direito de um jantar. Sozinha em casa na noite da terça-feira, apos explodir o ovo no micro-ondas, Mariana serviu-se primeiro de uma salada de rúcula com tomate + azeite + gergelim + balsâmico glacê. Em seguida, ofereceu a si mesma o prato principal, receita de sobrecoxa de frango com tempero indiano.
Então, Mariana iniciou o processo de degustação de seu magnífico frango com tempero indiano. Uma garfada, duas garfadas, um cálice de vinho, Olimpíadas na tevê… Foi quando de repente, não mais que de repente…
Um ossinho daqueles finos e pontiagudos parou atravessado na minha garganta.
Então, POW! Estourou um gerador de luz na esquina do prédio. E faltou luz. Então, Mariana, esta que vos escreve, com um osso pontiagudo de galinha atravessado na garganta, correndo pela casa sem luz com dois lhasas no encalço enxergou o seu trágico fim. Mas ele não veio. A energia voltou. O site também. E a certeza de que sempre haverá luz no fim do túnel.