Desde a sua estreia, o filme Mulher-Maravilha vem dividindo opiniões. Argumentos à parte, o fato é que a aventura de Patty Jenkins já atingiu a incrível marca de US$ 652 milhões de arrecadação mundial transformando-se no longa-metragem mais rentável com uma mulher na direção. Vamos combinar que os números colocam abaixo as teorias de quem insiste em afirmar que o filme é uma bobagem.
Os cinéfilos mais puristas questionam os valores cinematográficos da película, enquanto as feministas vibram com o empoderamento feminino que a história da super-heroína interpretada por Gal Gadot levou para os cinemas. A conversa saiu da mesa de bar e foi parar no ambiente profissional. Não bastasse tudo isso, o filme de Patty Jenkins, acredite, vai mexer também com o nosso guarda-roupa.
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O filme vem provocando movimentos também no mundo fashion. Algumas coleções estão sendo desenvolvidas em torno da personagem, como é o caso da grife Valentino e da HSN, maior rede de vendas on-line, que criou uma coleção de braceletes inspirados na Mulher Maravilha.
TRÊS BRACELETES DA HSN EM ALUSÃO À PERSONAGEM
Além disso, em Paris foi realizado um leilão em benefício de mulheres africanas com adesão de marcas como Versace e Stella McCartney. De olho em tudo o que está acontecendo, quase todas contribuíram com criações inspiradas no figurino da heroína.
VALENTINO INTERPRETA A HEROÍNA
Corner da coleção criada pelo estilista italiano e detalhes de algumas peças
As vitrines das grandes grifes também reforçam o sucesso da Mulher Maravilha. Os tons de vermelhos, azuis e dourados usados pela super heroína estão em alta. Acessórios como braceletes, correntes e brincos, além dos espartilhos e botas acima do joelho, mostram uma mulher feminina e muito poderosa.
Nas ruas, elementos, acessórios, cores e palavras que remetem à heroína também são desfilados com sutileza e elegância. Dá uma olhada em algumas manifestações.
Se você faz parte do grupo que ainda não se rendeu ao filme de Patty Jenkis, é bom saber o porquê de tanto alvoroço. Quando a personagem foi criada, em 1941, por William Moulton Marston, um renomado psicólogo e teórico feminista, também conhecido pelo pseudônimo Charles Moulton, seu objetivo era fazer um super-herói que fosse a favor do amor e da paz.
Marston vivia uma relação poliamorosa com a esposa Elizabeth e com outra mulher, Olive Byrne – tudo em perfeito consenso e harmonia entre os três. Então, foi convencido pelas duas de que uma heroína “vestiria” muito melhor os super poderes que ele sonhava. Assim surgiu a Mulher Maravilha.
A MULHER-MARAVILHA DE CHARLES MOULTON
Primeira super-heroína da história dos quadrinhos
No entanto, a Mulher Maravilha de 2017 resiste à reflexiva adoração de poder que arrasta tantos filmes de super-heróis. Ao contrário da maioria dos seus homólogos do sexo masculino, sua heroína não está tentando exorcizar demônios internos ou resolver problemas em demasia. Ela quer funcionar livremente no mundo, ajudar quando necessário e ser respeitada por suas habilidades.
Não é de admirar que enfrente tanta resistência. A Mulher-Maravilha que está nas telas é o retrato da mulher atual que busca reconhecimento. Sem esquecer que todos esses elementos ganham um peso ainda maior pelo fato de o filme ser dirigido por uma mulher, que demonstrou, com inteligência e sensibilidade, que filmes de super-heróis podem ser feitos com outro olhar.
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Eu sei que existem aqueles que reviram os olhos sobre a reação entusiasmada que as mulheres tiveram depois de assistir o filme, mas é preciso entender o quanto nós estávamos loucas por uma heroína como esta. Não se trata apenas de se relacionar com um super-herói feminino. Como mulheres, podemos nos relacionar com os super-heróis masculinos muito bem, mas raramente nos vimos na tela grande em papel tão icônico.
Em tempos de empoderamento feminino e luta pelas mulheres serem reconhecidas pela sua capacidade e não pelas suas formas, nada melhor do que ter uma heroína justiceira para ser chamada de nossa!