Coloquei uns pés de pato e uma máscara de mergulho para entrar no clima de tempestade que cerca a todos nós, gaúchos e gaúchas desta querência. Quando vai parar de chover por essas paragens? Só quando o feriado acabar. Quem vai viajar neste feriado? Eu que não vou. Vou ficar submersa em xixis de alguém que veio morar nesta casa. Serei escrava com pano de chão e balde na mão de uma certa madame que tem nojo de molhar as patinhas na hora de fazer xixi na grama molhada em frente ao prédio.
ESTOU FALANDO DELA
A MANA ESTÁ DE SACANAGEM
Voltando às cenas do novo capítulo: quem leu o blog ontem à noite ficou sabendo que fomos chamados para uma reunião de emergência na casa da síndica. Eu não fui; Chico compareceu. Quem não acompanhou este capítulo, poder clicar no link NÃO ESTÁ SENDO FÁCIL ESTA QUARTA-FEIRA COM CHUVA. OU ESTÁ?. Resumo da história: Mana voltou a fazer xixi no tapete do prédio, agora por descuido da Rosa. Ou seja: eu, que havia chamado a Clean Carpet há 10 dias e desembolsado R$ 130 para lavar o tapete da área comum do prédio, terei que chamar a Clean Carpet de novo e desembolsar mais R$ 130. Até aí são danos materiais. Ok, faz parte. O problema é que a Mana, como diz o Bento, está de sacanagem.
OU NÃO ESTÁ?
Reparem na cara de uma sem vergonha que sabe que fez coisa errada e está se fazendo de galinha morta para passear de caminhonete!
Pouco antes de irmos para o quarto dormir, fiz o que sempre faço: desci com a dupla para o xixi na grama. Chovia cântaros, mas tem um espacinho no jardim coberto por uma árvore que fica protegido. Larguei os dois na grama. Bento, obediente, fez o xixi dele e entrou no prédio. Mana ficou sentada abanando o rabo e olhando para minha cara.
– Faz xixi – disse para ela.
Rabo abanando.
– Anda, Mana! Faz xixi!
Agora deitada na grama, com rabo abanando.
– Vamos, Alpaquinha! Xixi!!
– Rabo abanando.
PARA DE ABANAR ESSE RABO E FAZ XIXI!!
Peguei ela no colo e desci até a garagem do prédio. Coloquei em outra graminha.
– Faz xixi, Mana. Sério!
Parada me olhando.
– Vamos, Mana! XIXI!!!
– Sentada me olhando com rabo abanando.
Desisto, pensei.
ATÉ EU FIQUEI COM PENA DELA
Subimos e fomos para o quarto. Por volta de seis e meia desta manhã, levanto para ir ao banheiro. O que havia no chão do quarto? Xixi da Mana, claro. “Não acredito”, pensei. “Dentro do quarto é demais”. Fui até o tanque e voltei com balde. Q.Boa e Pinho Sol para limpar, enquanto a madame rolava de pelotas na cama dela e abanava o rabo. Dei um corretivo, claro. E ela é tão, mas tão esperta que sabe que fez coisa errada. A gente percebe no olhar. Quarto limpo, janela aberta, voltei a deitar mais um pouquinho. Então o despertador tocou e fiz o que sempre faço: saltei da cama, peguei a Mana e fomos no térreo para ela fazer xixi na grama protegida um pouco da chuva.
– Faz xixi, Mana!
Abanando o rabo.
– Vamos, Mana! O que pode ser tão difícil? Faz xixi!!
– Rabo abanando.
– Pode fazer xixi, pelo amor de Deus?
– Abanando o rabo, sentada na grama.
QUAL É A DIFICULDADE, JESUS?
Resolvi ir até a garagem. Na mesma grama da noite anterior.
– Agora tenta aqui então, Maninha. Vamos, faz xixi para a gente subir e tomar nosso café. Vamos, por favor!
Rabo abanando.
– Tu não vai fazer xixi, é isso?
Sentada abanando o rabo.
– Tu não está com vontade, é isso? Tu fez xixi no quarto e agora não quer fazer onde deveria. É isso?
– Sentada abanando o rabo.
– Ok, desisto. Vamos subir.
Me dirigi até a cozinha para arrumar o café. Foi quando de repente, não mais que de repente…. Olho para o lado e vislumbro o caos: Mana na sala de jantar fazendo duas poças de xixi e um cocozão.
COCOZÃO DOS GRANDES
EU NÃO ACREDITO!!!
– Mana, vem cá!!! Vem cá agora!!!
Então, Mariana saiu correndo feito uma papa léguas atrás da Mana. Mana, sabendo que fez coisa errada, saiu se derrapando pela sala e se escondeu da Mariana. Mariana agarrou a Mana perto do sofá como pôde e esfregou o focinho dela no xixi e no cocô. Deu um tapa de leve no bumbum e disse: “Não pode! Não pode, viu? Aqui, não pode! Feia! Muito feia!!!”. Bastou largar Mana no chão para ela sair se escafedendo. Mariana, então, adiou seu café e foi novamente para o tanque. Limpou toda a sujeira da Mana.
AS DUAS ESTÃO DE MAL
Sim, agora estamos de mal. Não dei água e não dei comida. Ela sabe muito bem que pisou na bola. Está bem quieta no canto dela.
DE COSTAS PARA MIM
Nos comentários da página do blog no Facebook, a Mara Betania escreveu que existem dois tipos de spray à venda nas pet shops: “Pipi pode”e “Pipi não Pode”. Obrigada, Mara. A questão toda é que ela sabe muito bem onde pode e não pode. Ela está sendo é sem vergonha mesmo, sobretudo agora com chuva. O que estou fazendo? Controlando água e comida – água, sobretudo. Porque nunca vi como esses dois bebem água. Parecem uma dupla de camelos. Quanto à chuva, não sei o que acontece com esses lhasas! Parece que são feitos de açúcar! E a cara de nojo que fazem ao molhar as patinhas? Não dá vontade de dar um tapa na orelha? Dito tudo isso, vou agora descer com o Xerife até a graminha. Porque disso eu não posso reclamar dele: sabe direitinho que não se faz xixi em casa e fica esperando a hora de descer. É preciso elogiar quando merece elogios.
PELO MENOS ELA RECONHECE