Tinha um comercial passando na TV, não sei se ainda está no ar, com o ex-jogador Túlio Maravilha, do Botafogo. Uma bela sacada da Volkswagen e da AlmapBBDO. A ideia era ajudar Túlio a chegar ao milésimo gol, e a propaganda pegava no pé do fato de o jogador ter feito um inesquecível gol de mão contra a Argentina. O próprio Túlio emcampava total a história, tirando o maior sarro de si mesmo.
Domingo passado, vi um comercial com a mesma história do protagonista tirando uma onda de si próprio. No caso, o modelo Ricardo Macchi (o eterno cigano Igor). Ele aparece fazendo propaganda também de um modelo de carro, o Cinquecento da Fiat, ao lado do premiadíssimo ator norte-americano Dustin Hoffman, considerado um dos melhores do mundo. O slogan: “Para ser um atorzão não precisa ser grande. Nem para ser um carrão”.
Há mais tempo, estreou outra propaganda que mostra um ladrão furtando um carro. Quando entra no automóvel, surpresa. No banco de trás Byafra começa a cantar Sonho de Ícaro, aquela música que diz Voar, Voar/Subir, Subir. O ladrão sai com o carro, mas não consegue andar nem meio quarteirão. Freia no meio da rua e desiste de levar o veículo. Em seguida uma voz em off diz: “Vai que seu carro não vem com o Byafra cantando…”
Ontem, estava lá eu, na fila do supermercado, com a minha mania de ficar lendo manchetes de revistas de celebridades que ficam expostas, quando topei com uma declaração do cantor Byafra sobre a repercussão do comercial, que não foi pouca: “O problema das pessoas é que elas se levam a sério demais”.
Taí! Todas as três propagandas rebatem justamente esse defeito de fabricação do ser humano: se levar a sério demais. Por isso, eu dou meus parabéns para Tulio Maravilha, Ricardo Macchi e Byafra. Todos souberam rir de si mesmos.
E o melhor: ganharam uns bons trocados com isso.