A quinta-feira mineira amanheceu com uma cara menos amarrada. Explico: não sabia que fazia tanto frio e chovia tanto em Belo Horizonte. Cheguei na terça abaixo d’água, a quarta foi gelada e a quinta, pelo menos o que pude ver até agora pela janela, está mais simpática, com um solzinho querendo aparecer.
Os fashionistas estão todos congelando – sobretudo os fashionistas do Nordeste. Entram e saem da van surtando de frio. Acharam que viriam curtir a primavera mineira e deram de cara com um frio de São José dos Ausentes. Nessas horas de bateção de queixo, eles olham pra mim e dizem:
– Você está tranquila, né? Esse friozinho nem lhe dá cócegas.
Eu não sei de onde essa gente que não vive no Rio Grande do Sul tira que nós, gaúchos, não sentimos frio.
É ÓBVIO QUE TAMBÉM ESTOU COM FRIO
Como se não bastasse, o ar-condicionado da sala de desfiles parece ligado no zero. Samira Campos, minha amiga jornalista fashionista de Florianópolis, veterana de guerra em desfiles de moda, senta em sua cadeira e puxa uma manta para colocar nas pernas. Foi com a manta nas pernas que Samira e eu assistimos ontem, lado a lado, os desfiles da noite – que não postei antes de dormir porque o evento não havia disponibilizado fotos até o horário em que desabei em cima do computador.
Vamos a eles então!
O primeiro da noite e meu preferido: Áurea Prates!
A proposta da marca foi o Boho-Grunge. Ela pegou o grunge como referência dos anos 90 e salpicou de muita sofisticação e elegância
Olha o toque grunge no gorro! E olha o detalhe precioso das peças de Áurea Prates. O handmade é característico da marca e continua sendo seu ponto forte, assim como a utilização da organza, matéria-prima já tradicional da grife
Escrevam o que eu digo: moletom será a peça-chave do próximo inverno. Ele aparece para o dia e para a noite, em roupas casuais e em trajes sofisticados como este, de shape que lembra a peça icônica dos anos 80, todo bordado com pedrarias
O xadrez típico do estilo grunge ganhou interpretação artesanal através do recorte em organzas de cores diferentes e cortadas fio a fio (entenderam a trabalheira??). O artesanal se revela também por meio da aplicação de flores de diversos tecidos (entenderam a trabalheira?) Em tamanhos maiores, se tranformam em uma estampa camuflada, como esta calça estilo jogging (outra tendência muito forte: o esportivo)
Mais um momento xadrez de cobalto e preto com flores cortadas fio a fio e aplicadas
Eu adoro ouvir a história do estilista por trás da criação de um desfile. Confesso que muitas vezes minha inteligência não acompanha alguns devaneios, mas não foi o caso da grife Apartamento 03, que adoro. Escutem só o que conta Luiz Cláudio:
“Tinha memória de quando eu tinha 7 anos e das roupas da minha tia-avó, que destoavam do estilo do resto da família. Ela parecia um personagem, tinha peignoir, casacos de pele, saltos altíssimos e andava deste jeito pela vizinhança. Minha família achava que ela era doida. Conversando com minha mãe, ela me contou que minha tia dizia que se importava mais com o guarda-roupa e com o quartinho onde vivia na casa dos meus avós e que não precisava mais do que isso para ser feliz. Achei que o luxo podia ser representado por esse estilo.”
Assim, o ponto de partida de Luiz Cláudio foi o olhar de uma criança para o luxo de uma figura solitária (a tia). Ele quis andar na contramão da onda fast fashion que invadiu o mercado para nunca mais ir embora e enfatizou características como a exclusividade
Luxo para Luiz Claudio, por exemplo, é utilizar três mil flores em crochê de lã extraídas de um vestido de noiva antigo doado por uma amiga e aplicá-las na coleção
Luxo também é montar peças com fitas de gorgurão sobrepostas uma a uma e às vezes misturadas com brilhos escondidos entre elas
Da série: “reparem na trabalheira” da montagem das fitas de gorgurão. E reparem que os bolsos em trajes sofisticados aparecem de novo. #tendência
O comprimento NUNCA fica acima do joelho
Luxo é este trabalho artesanal de tweeds trançados com correntes de cristal
Agora na versão vestido sequinho
Luxo são esses bordados dos pés à cabeça em transparências florais e pedrarias
Terminado o desfile de Apartamento 03, o tititi ficou por conta da presença da atriz Marina Ruy Barbosa na Fila A do desfile da GIG. Diferentemente das semanas de moda de Rio e São Paulo, em que as globais costuma desfilar, aqui em Minas elas não têm muito o hábito de subir à passarela. Em compensação, são contratadas pelas grifes (com cachê pago, claro) para marcar presença na plateia, vestidas com a marca desfilante, claro.
E ASSIM ESTAVA A LINDA MARINA RUY BARBOSA DE GIG
COM JOIAS DE CLAUDIA ARBEX
Sobre o desfile da GIG: a estilista Gina Guerra revisitou os anos 80 e mostrou uma coleção mais descolada do que as demais participantes, sempre muito marcadas por bordados e pedrarias.
A coleção não apresentou nenhuma peça monocromática. O reinado é da estamparia mesmo, com cartela de cores que brinca com o contraste: tons como preto e marinho se misturam ao amarelo, ao rosa claro e azul em padronagens divididas em étnicas, geométricas e inspiradas na pop art. Nos detalhes, a estilista adiciona placas de acrílico por cima de algumas das estampas
E agora eu estou com um problemina técnico, pra variar. Não consigo baixar mais fotos da GIG. A senha de acesso ao site de fotos parou de funcionar, as fotos que achei na internet são muito grandes e não cabem aqui. O que posso fazer é linkar com o site da minha xará, Gloria Kalil, o único site que postou imagens do desfile até agora.
AQUI DÁ PRA VER
Antes de terminar o tema moda e começar a contagem regressiva para o lançamento e sessão de autógrafos de Vida Peregrina (achavam que eu tinha esquecido, né??), um comentário. Fui informada ontem que talvez Zero Hora não seja convidada para a SP Fashion Week, entre os dias 25 de outubro e 1 de novembro. Isso nunca tinha acontecido até então. Como a carta-convite não chegou até agora, calculo que realmente não somos bem-vindos. Pedi uma justificativa por escrito para entender o motivo. Calculo duas possibilidades e, enquanto a justificativa não chega, especulo sobre elas.
Não pudemos estar presentes na última ou na penúltima edição, agora não me lembro de cabeça. Outras coisas urgentes aconteciam na nossa redação e infelizmente tivemos que declinar do convite – e a produção do evento magoa com esse tipo de coisa.
A clipagem do evento me pediu as matérias de cobertura publicadas na penúltima ou na última edição em que estivemos presentes. Eu enviei o relatório de postagens diárias no blog com chamadas da capa do site de Donna e de Zero Hora e também uma página central na revista Donna. Acharam pouca a cobertura impressa (isso eu ouvi).
Enfim, paro por aqui, não entro em juízo de valor e espero uma resposta do evento para o sim ou para o não. Enquanto isso, começo minha contagem regressiva! Senhoras e senhores…. O tempo de preparativos está se esgotando!
SESSÃO DE AUTÓGRAFOS NA SARAIVA DO MOINHOS SHOPPING ÀS 19h!
Digo, peço e repito: todo mundo lá!
Aqui 30 graus…….calorão que não gosto,troco contigo,rs,rs,rs…..
Mari!!
Estou triste duas vezes:
1º – não poderei ir ao lançamento do livro em Porto Alegre.
2º – Fui me confortar tentando comprar o livro aqui em Caxias e ainda não chegouu!!!
snif snif snif.
Mari
Comprei o livro às 17h30min; às 23h, já tinha concluído a leitura.
Adorei!!!
Jura, Júlia!? E eu levei um mês escrevendo… Haha! Que legal! Bjo. MK
Puuutz… Rafaela. Acontece que ainda é uma pré-venda antes do lançamento oficial no dia 17. Por isso até lá só tem na Saraiva do Moinhos e no site da editora. Mas olha: há planos de fazer sessão de autógrafos em Caxias, viu? Oba! Bjo. MK
Mariana!!!Que boa notícia!!!Quero sim, Mariana em Caxias!!!por favor, adoraria conhecer vc! Peguei ontem meu “Vida Peregrina”. Rafaela, encomendei pela livraria o Arco da Velha aqui de Caxias e chegou ainda na quarta e com desconto da feira do livro! A Marion, da livraria, me disse que eles foram a POA na terça e que aproveitaram para trazer o meu livro, que tinha previsão de entrega de 10 dias. Não sei se eles trouxeram mais livros, mas tenta ligar lá! O pessoal é muito atencioso! Estou louca pra ler, mas ainda não terminei o Peregrina de Araque, que aliás, estou ADORANDO! Consegui fazer meu esposo ficar ansioso pelo término da minha leitura, pois de tanto que dou risada e choro ele ficou muito interessado no livro e está louco pra ler!
Mariana, adoro teu estilo de escrita, vc me distrai, me emociona, me faz rir!!! É como se fosse nossa amiga antiga, que às vezes temos vontade de repreender, outras vezes temos vontade de só ouvir e bater papo. Sinto falta de pessoas genuínas e vc é uma delas para mim, parabéns!
Nossa, não vou emprestar meus livros pra ninguém porque quero autógrafo nos dois, pode ser??? Tomara que possa vir a Caxias, pq em POA não vai dar buahhhh!!
Que legal, que legal, Ivonete!! Amei teu relato! Com certeza vou ter o maior prazer de autografar teus dois peregrinas. Bjo grande. MK