Sumi, desapareci, me escafedi. Passei a segunda-feira trancafiada em casa decupando a entrevista da reportagem de capa da próxima revista Donna. Doze horas encerrada no bunker. Quando me liberei, me atirei no sofá e fiquei feito morta viva olhando para o nada, de barriga pra baixo. Chico tentou me dar comida, mas eu não me mexia. Era uma moribunda zonza.
Ontem de manhã, mesma coisa: 7h30 já estava na frente do computador, encerrada no bunker, escrevendo. Saí apenas para passear com o animal, que batia enlouquecidamente na porta. Voltei para o computador e só fui me liberar às 12h. Tomei banho, fiz minha marmita e parti rumo ao alegre e feliz convívio das Donnas na redação. Então, segui o dia inteiro, até por volta de 21h, envolvida com a reportagem de capa da edição deste fim de semana. Vim para casa, não jantei, dei comida para o animal, brincamos um pouco de “a mão é o inimigo”e “siri é o inimigo lá longe”, sentei na sacada, fiquei olhando para o nada e ouvindo a música-tema da minha reportagem, assimilando tudo o que havia escrito, tomei banho, fui deitar e agora cedo já de volta aqui estou para continuar na lida.
Por que estou contando tudo isso que, na verdade só interessa a mim?
PORQUE NÃO TENHO NADA DE NOVO PRA CONTAR A NÃO SER ISSO
Porque não esperem que eu tenha muita coisa de novo para contar ao longo do dia a não ser isso. Porque fazia muito tempo que não me envolvia tanto física e emocionalmente com uma reportagem. Ontem, a Marihá, estudante de jornalismo, esteve lá na redação de DONNA para fazer uma entrevista comigo sobre… O trabalho de fazer entrevistas! Olha que legal! Pura coincidência.
Porque a reportagem de capa deste fim de semana que estou finalizando hoje é justamente uma enorme entrevista que fiz com a Fernanda Bizzotto Costa, viúva do jogador de futebol e ídolo colorado Fernandão. Comentei sobre o assunto no dia em que fomos ao estúdio fotográfico fazer as fotos da capa da edição.
LEMBRAM?
Contei no post AMULETOS E SEUS SIGNIFICADOS.
Foi interessante parar um pouco a edição da reportagem para responder às perguntas da Marihá porque, no fim das contas, as perguntas sobre o processo de realizar uma entrevista acabaram me obrigando a fazer um checklist mental para verificar se realmente eu estava colocando em prática neste trabalho a teoria que explanava para ela (a teoria que eu acredito sobre uma entrevista, que fique claro, até porque não me julgo senhora da razão de coisa alguma).
Trocando de saco pra mala (trocando de saco pra mala mesmo!) , até porque não vou conseguir me alongar muito, quero dizer que escolhi meu sapatinho do verão: a alpargata espadrille.
Olha!
A verdade verdadeira é que eu me cansei de sapatilhas, ando precisando dar um tempo. Uso sapatilhas há muitos anos, bem anos antes de sapatilhas se tornarem uma febre, inclusive três delas foram minhas parceiras inseparáveis na minha jornada de peregrinação religiosa pelo Oriente Médio, como contei no livro PEREGRINA DE ARAQUE.
Alpargatas-espadrille não são alpargatas pura e simplesmente. A diferença é que elas tem parte do solado de corda, viram ali acima? Por isso eu gosto tanto, porque soa como algo artesanal que acho a cara do verão. Tenho uma da ARAGÄNA que é uma graça, listradinha de preto e branco.
Olha!
ESTOU SEM PHOTOSHOP, POR ISSO A LEGENDA FICA TÃO LONGE…
A minha é igualzinha, só que com preto!
Pesquisei várias maneiras legais de usar alpargatas-espadrille.
Olha!
COM JEANS COLORIDO!
Eis outra peca que acho a cara do verão: jeans colorido!
JEANS, JEANS, E JEANS!
É que sou suspeita, sabe assim? Minha vida é uma calça jeans, rasgada, azul e desbotada. Vai dizer que a alpargata-espadrille não cumpre com louvor e um jeito muito mais despojado o papel da sapatilha?
Olha, eu poderia ficar aqui mais muito tempo bisbilhotando e dando exemplos. Mas preciso sair, preciso passear com o animal, preciso nem sei o que fazer primeiro. Enquanto isso, apenas pensem se não tenho razão de ter uma alpargata-espadrille no pé neste verão?