Tem dias em que pareço estar andando em um trem fantasma. Para onde quer que me vire, um susto. Ontem foi um desses dias. Tirando, claro, o momento em que estive com a Fernanda, a querida e adorável viúva do craque Fernandão, produzindo as fotos de nossa reportagem de capa.
Semana passada, depois de muitas combinações que nunca se encaixavam em uma e outra agenda, conseguimos marcar nosso primeiro encontro no Z Café, da Praça da Encol. Ficamos conversando sobre a nova vida da Fernanda e dos filhos após a morte do marido e do pai – e essa mudança definitiva da família de Goiânia para Porto Alegre, onde Fernanda e os filhos escolheram viver por sentir Fernandão mais presente do que em qualquer outro lugar do mundo. Foi muito emocionante ouvir o depoimento dela e a forma como está lidando dia a dia com o sofrimento da ausência do marido.
A reportagem está prevista para ser a capa da Revista Donna do domingo 16/11 – e hoje fizemos a sessão de fotos para a capa e para as páginas internas da revista.
Olha!
OI, FERNANDA!!
Foi divertido, porque a Fernanda não é nada de gostar de ser fotografada e ficamos conversando sobre vários assuntos para ela esquecer que havia uma lente direcionada pro rosto dela e aquele microfone ali na direita registrando a conversa para um vídeo lindo que a Catraca Filmes está produzindo
Até então, até terminar a sessão de fotos com a Fernanda, tudo andava às mil maravilhas. Eu ainda não havia subido sem comprar passagem (porque é o tipo de passagem que jamais compraria) no trem fantasma da vida. Mas então, de repente…. Não mais que de repente….
Algo horrível. Horripilante. Vi o demo na minha frente. Ele sorria pra mim, arregalava um olhão fundo, tinha os dentes enormes, meia dúzia de fios espetados na cabeça. A própria visão do inferno, uma cena horripilante. Saí correndo porta afora da redação para beber um pouco de água e me acalmar. Mas então, voltei e dei de cara com outra visão do inferno.
Foi uma visão péssima também, mas pelo menos consigo articular algumas palavras, diferentemente do outro demo que não consigo lembrar, tampouco falar sobre, pois começa a me dar um enjoo, uma dor de cabeça muito horrível e a visão do inferno se materializa novamente diante dos meus olhos. Sobre este demo, tenho a dizer o seguinte: o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira que o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, condenado no julgamento do mensalão, possa cumprir o restante da pena de sete anos e 11 meses em regime domiciliar.
Continuei me assustando com muitos outros personagens dessa cena patética brasileira, mas achei que não merecia passar a terça-feira gritando. Foi então que me dei conta que, não por acaso, cedo da manhã, havia colocado inconscientemente (talvez por prever o que estava por vir) uma pomba da paz próxima ao coração.
Olha!
Sou daquelas pessoas que se sentem imensamente protegidas por símbolos e amuletos. Eles trazem aquele tipo de conforto irracional, trazem aquela força que sabemos que temos mas que parece que não nos pertence. Tenho na porta de casa um Buda que um ex-colega da revista Época me trouxe quando foi até a Índia entrevistar o Dalai Lama. Meu Buda tem a bênção do Dalai Lama e foi um dos presentes mais ricos que já tive a oportunidade de ganhar. Também costumo usar um pingente de Nossa Senhora que ganhei do guia que acompanhou minha peregrinação religiosa por Israel, peregrinação contada em detalhes em meu primeiro livro, Peregrina de Araque. Eu até poderia ir procurar a foto agora do momento em que ganho a imagem de Nossa Senhora, mas, pra variar, estou atrasada com as demandas Donna. Outra hora coloco a imagem aqui e conto sobre esta passagem da peregrinação.
Olho grego, hamsá, trevo de quatro folhas, figa, ferradura… São muitos os amuletos que as pessoas costuma usar para se sentirem protegidas. Foi para orientar o trem fantasma a dobrar a esquina para bem longe de mim que pesquisei sobre alguns deles.
Olha!
FERRADURA
Há tempos atrás, o ferro, material usado para fazer a ferradura, era considerado mágico por causa das muitas utilidades. Ele então começou a ser usado para proteger o casco dos cavalos – e os humanos adotaram essa proteção também. Hoje, as ferraduras usadas como pingentes ou berloques, não são necessariamente de ferro, mas o que vale é a crença da proteção
SHAMBALLA
Essa pulseira virou moda entre as famosas uns verões atrás. Diz-se que as shamballas são inspiradas no terço budista, por isso, trazem sorte e afastam as energias negativas. Shambhala significa em sânscrito “um lugar de paz, felicidade, tranquilidade”, e acredita-se que seus habitantes sejam todos iluminados.
HAMSÁ
A palma da mão de origem árabe simboliza proteção contra mau-olhado. Pronuncia-se “chamsa”, o que significa “cinco”- os cinco dedos da mão. É muito popular no Oriente Médio, especialmente no Egito
TREVO DE 4 FOLHAS
O trevo da sorte é internacionalmente conhecido como um amuleto ou talismã natural pela raridade de conter quatro folhas. Diz a lenda que no ano de 200 antes de Cristo, mestres, juízes e sacerdotes na Inglaterra e Irlanda consideravam o trevo de quatro folhas sagrado por formar a imagem da cruz pelas quatro folhas, significando perfeita unidade e equilíbrio. Ou seja, para eles, achar um trevo de quatro folhas era não ter dificuldades na vida, apenas sorte e sucesso. Além da imagem da cruz, cada folha também possui um significado, que pode ser interpretado de algumas maneiras, por exemplo, como as quatros estações do ano, as quatro fases da Lua, os quatro elementos da natureza e ainda traz um significado de: Esperança, Fé, Amor e Sorte.
O trevo de quatro folhas é o amuleto de Heidi Klum. Ela acredita tanto no talismã que até lançou uma coleção de joias baseada nele.
Olha!
Um beijo pra você també, Heidi!
OLHO GREGO
É um talismã contra a inveja e o mau-olhado – também conhecido como um símbolo da sorte e contra energias negativas. O olho grego é muito utilizado como pingentes em pulseiras e correntes, além de tatuagens. Normalmente, é feito de vidro, com a cor azul, pois acredita-se que o mau-olhado tem essa cor, portanto seria mais eficiente em não atraí-lo. O olho também pode simbolizar o olhar de Deus que ilumina e protege as pessoas, além de transmitir a paz.
FIGA
Foi o significado mais curioso que encontrei. Originalmente um amuleto italiano, chamado Mano Fico, em que Mano significa mão e Fico ou Figa é a representação dos genitais femininos. Na era romana, era associada à fertilidade e erotismo. Na Itália este sinal, conhecido como “fica” ou “far le fiche”, pela semelhança com a genitália feminina, foi um gesto comum e muito grosseiro em séculos passados, semelhante ao dedo médio (que a gente costuma ver muito no trânsito). Na Turquia este sinal, conhecido como “nah”, é um gesto muito conhecido e altamente ofensivo. Em países de língua inglesa, como nos Estados Unidos, é uma brincadeira infantil em que se simula arrancar o nariz de uma criança de seu rosto. No Brasil, a figa simboliza os desejos de boa sorte. Hoje é usado como amuleto contra olho gordo na crença de que o obsceno distraia o mal
DEPOIS DO QUE EU VI ONTEM, TODOS !!