Sentei para escrever esta coluna sem saber exatamente sobre o quê. “Tudo, qualquer coisa, menos casamento de príncipe Harry com Meghan Markle”, pensei. Então, fiz o que a maioria dos escritores e jornalistas que conheço costuma fazer: levantei, preparei um café passado com dois pequenos pães de mel da Max, que minha querida sogra havia dado de presente, e voltei para este posto. Antes de continuar, abro um parêntesis: se você mora em Porto Alegre ou costuma vir à cidade, experimente o pão de mel da Max. Aliás, experimente o que você quiser na Max. Tudo vale a pena.
EU GOSTO DAS ROSQUINHAS DE CHOCOLATE
POR ISSO QUE ESTÁ DESSE TAMANHO
Pois bem, devidamente de volta ao computador, enchendo de farelos o teclado e sorvendo goles do meu pretinho salvador da pátria, comecei a navegar pela internet e não demorei nada para cair em um site inspirador: Vamos Falar Sobre o Luto?. Jamais calculei que luto seria o tema da coluna. Pensei em falar sobre sopas, vinhos, queijos, algo que remetesse ao outono que enfim chegou soprando lá fora. Mas caí neste site e não pude ficar insensível a ele.
Neste vídeo, um pouco da história e depoimentos dos idealizadores.
Vamos Falar Sobre o Luto? é uma plataforma digital de informação, inspiração e conforto para quem perdeu alguém que ama ou para quem deseja ajudar um amigo querido. Uma tentativa de romper com o tabu e tornar a experiência menos triste e solitária. Todos os autores do projeto são pessoas que viveram o luto – perderam filhos, pais, mães, maridos – e o que oferecem é conteúdo, ferramentas, caminhos e muita solidariedade. Um lindo trabalho voluntário em um mundo em que poucos são aqueles que se preocupam em olhar para o lado e estender a mão.
Então, sorvendo goles no meu café e terminando a última dentada no primeiro pão de mel, fiquei ali no site, lendo, assistindo vídeos, me emocionando com depoimentos… Até que caí na categoria “A gente indica”. E entre as indicações dos autores do site está um documentário que acaba de estrear na Netflix: A Partida Final.
IMAGEM DE “A PARTIDA FINAL” (END GAME, NO TÍTULO EM VERSÃO ORIGINAL)
Dirigido por Rob Epstein e Jeffrey Friedman, o documentário retrata histórias reais de pessoas que se despedem da vida com suas famílias e as respectivas equipes médicas. As filmagens ocorreram em São Francisco, na Califórnia, e mostram cenas de um hospital e de um hospice – dois espaços de assistência de alta qualidade com papéis distintos. O hospital trata de preservar e prolongar a vida; o hospice está na etapa seguinte, onde se abre mão dos tratamentos que não deram resultado e se cuida do paciente com carinho, conversas e supressão da dor.
Os depoimentos dos personagens do documentário sobre a morte e o luto nada mais fazem do que ajudar a todos nós a refletir sobre a vida, e esta reflexão tem que acontecer antes de que seja tarde demais. Passamos a vida correndo, enxugando gelo, atrasadas, estressadas e esquecemos de pensar justamente sobre a vida, a única vida, que estamos levando e que não voltará mais.
Interessante o depoimento de um dos médicos: “Pessoas saudáveis pensam em como querem morrer, fantasiam com cenários de praia ou montanhas. Pessoas doentes só querem continuar vivas”. Uma doença, portanto, sem cura, porque, como todos sabemos, a única certeza que temos na vida é que vamos embora um dia. Por que então não falar mais naturalmente sobre isso?
Se bateu a curiosidade, clicando AQUI você assiste o trailer
Já que estamos falando em documentários, aproveito para deixar a indicação de outro título que também assisti na Netflix e considero fundamental pensarmos a respeito nos dias de hoje. Chama-se Minimalism (Minimalismo, em tradução livre) e trata-se de um filme sobre as coisas que realmente importam. A certa altura, um dos personagens diz uma frase que sintetiza toda a obra: “Compramos coisas que não precisamos, com o dinheiro que não temos para impressionar pessoas que não gostamos. As coisas que a gente possui acabam sendo donas de nós”.
Dá o Play pra ver o trailer!
♡sim realmente o documentário é muito bom.na vida so leva o que se viveu.
Obrigada pelas dicas Mari!