Vinha caminhando neste calor de Forno Alegre, atravessando o Parcão, com um humor do cão debaixo do sol do meio-dia, quando o celular apitou avisando de uma mensagem que havia acabado de chegar por WhatsApp. Espiei.
AAAFFFF
MAIS UM VÍDEO IDIOTA
ELA É MUITO MAL HUMORADA
Interrompi a caminhada no deserto devido à visão paradisíaca de um carrinho de água de coco e aproveitei a pausa para dar o play no vídeo. “Vamos ver qual é a mensagem imbecil repleta de rosas, arco-íris e potes de ouro pulando na tela que mandaram agora”, pensei. Então, o vídeo iniciou com a voz de um daqueles locutores que se dedicam a narrar amores não correspondidos nesses programas de rádio da madrugada. Começou assim:
Nós bebemos demais. Fumamos demais…
Dei um “pause”, peguei minha água de coco e sentei à sombra de uma árvore. “Ok, vou ser menos azeda e tentar assistir”, ponderei. Voltei a dar o play – e assim continuou:
Gastamos sem critérios. Dirigimos rápido demais. Ficamos acordados até muito mais tarde. Acordamos muito cansados. Lemos muito pouco, assistimos tevê demais e oramos raramente. Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nosso valores. Nos falamos demais, amamos raramente, odiamos frequentemente. Aprendemos a sobreviver, mas não a viver.
Adicionamos anos às nossas vidas, mas não vida aos nossos anos. Fomos e voltamos da Lua, mas temos dificuldade de atravessar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o Espaço, mas não o nosso próprio. Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma. Dominamos o átomo, mas não o nosso preconceito.
Escrevemos mais, mas aprendemos menos. Planejamos mais, mas realizamos menos. Aprendemos a nos apressar e não a esperar. Construímos mais computadores para armazenar mais informação e produzir mais cópias do que nunca. Mas nos comunicamos menos. Estamos na era do fast food e da digestão lenta. Do homem grande de caráter pequeno. Lucros acentuados e relações vazias”.
Esta é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados. Esta é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas mágicas. O momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na despensa. Uma era em que você escuta este vídeo e uma era que te permite dividir esta reflexão com mais alguém ou simplesmente clicar Delete.
ESCOLHI SALVAR
Não apenas salvei, como estou compartilhando neste post. Um pouco piegas? Sim. Autoajuda da mais alta estirpe? Também. Mas independentemente de preconceitos (que estamos cheios, como diz o texto), fala muitas verdades e traz alguma reflexão sempre bem-vinda sobre o momento presente, quem desejamos ser e o que queremos para a nossa vida neste novo ano que se inicia. A você, meu desejo de um feliz 2018. Obrigada por mais um ano de leitura e companhia.
A GENTE AGRADECE DE CORAÇÃO
Belo texto! Quem dera pudéssemos aprender uma pequena parte de tudo isso… Com certeza, teríamos mais qualidade de vida, mais convivência, mais solidariedade e humanidade…Quem dera! Mas vamos ter esperanças de que 2017 venha com, no mínimo, mais tolerância! Feliz 2018!
Que amor!Só agora que li! Gostei bastante, é isso mesmo, sim! Será que conseguimos fazer diferente esse ano? Tentaremos ! Beijão!!!!