Meu pai voltou semana passada de um congresso de cardiologia em San Diego, na Califórnia, e não trouxe minha encomenda. Fiquei bastante, bastante chateada. Magoei. Mas não posso reclamar de papai. Papai, coitado, sempre traz tudo o que eu peço – e adora dizer que eu não peço coisas fáceis. Mentira. Minhas encomendas são as mais fáceis do mundo de encontrar, mas é que ele ficou ressabiado por algo que pedi há cerca de uns 20/25 anos. Aquele tênis de dedinho da Nike, lembram dele?
Olha!
HOJE EM DIA, TEM ATÉ EM CAMELÔ
Pai tinha ido para Nova York e, como sempre faz, como cavalheiro que é, perguntou se alguém tinha alguma encomenda. Eu, cujo apelido levo de Tio Pedro (Tio Pedro era um tio querido que encomendava as coisas mais descabidas…), logo levantei do sofá e falei: “Quero um tênis da Nike”. Na ignorância fashionista de meu pai, ele logo pensou que um tênis da Nike era apenas um tênis da Nike.
Era “o” tênis”, aquela maravilha criativa que acabava de ser lançada e que eu havia visto em uma Vogue America que havia comprado na banca da esquina (naquela época não tinha internet). Recorte e dei o modelo do tênis para ele procurar. Pois até hoje ele adora contar que entrou na loja da Nike em Nova York, uma loja de três andares de tênis, e os vendedores nunca tinha ouvido falar do tal tênis.
Só que, naquela época, meu pai era mais aplicado nas encomendas, sabe assim? Ele não se contentava com o primeiro não. Agora anda mais relaxado. Bastou ouvir, em San Diego, que a loja do shopping na esquina do hotel em que estava hospedado não tinha o modelo de relógio Garmin que eu preciso tanto para emagrecer na esteira, que se contentou com o primeiro “não” e teve o disparate de voltar sem a minha encomenda.
QUAL ERA O MODELO GARMIN, MARIANA?
ESTE, Ó
Com ele, posso correr na esteira e contar meus batimentos cardíacos sem precisar usar aquela maldita faixa do Polar apertando meu peito, o que me deixa muito, mas muuuuuito irritada durante o processo de colocar os bofes pra fora naquela maldita esteira, que eu já achei que fosse minha amiga, mas me arrependi de ter dito isso a ela.
Óbvio que tem para vender no Brasil. Hoje em dia, tudo tem para vender no Brasil, mas pelo triplo do preço. Ou seja: ficarei mais um tempo sem Garmin, mais precisamente até o próximo congresso de papai, que não sei quando será, e terei que colocar pilha no meu maldito Polar para me estrebuchar em cima da esteira até lá.
Estou achando que a Rosa vai me dar o bolo hoje… Já devia ter chegado… Justo hoje…
Hoje está chovendo, vocês não quiseram molhar as açucaradas patinhas com a chuva para fazer xixi na frente do prédio, eu vou ter que sair por volta do meio dia e gostaria que a Rosa fizesse nova tentativa a fim de não voltar para casa e encontrar a sacada transformada em um banheiro de peludinhos.
A GENTE NÃO GOSTA DE MOLHAR AS PATINHAS
Ah, não me diga! E eu não sei disso por acaso! Não entendo qual é o problema de pisar um pouquinho no molhado, fazer o xixi e voltar para casa. Ficam com aquela cara de nojo na porta. Tem tapete em casa, e eu não regulo o tapete! Vocês podem sambar em cima do tapete, como adoram fazer para se limpar. Alguma vez eu disse que não podia se limpar no tapete?
Então custa molhar um pouco as patinhas e fazer o maldito xixi?
Tá bem, depois conversamos sobre isso. Bom, sem Garmin, hoje vou correr na esteira. Sem Garmin, também preciso contar sobre uma tendência avistada nas ruas de Nova York recentemente e que tem a minha cara. Eu não sou lá de seguir moda. Aliás, eu não sou nada de seguir moda. Gosto de usar o que gosto e pronto. Porém, o que eu gosto dessa história de tendência e tal, como já disse em posts anteriores, é que, quando surge uma nova tendência, todas as marcas do mundo se dedicam a criar peças em cima daquela tendência. Então, o que antes era difícil de ser encontrado, vira arroz de festa. Desta vez, a Mom Jeans.
Na tradução livre, “jeans da mamãe”. Na tradução mais livre ainda, a antiga semi baggy. Lembra dela? Era bem feia, né? Usei muuuito nos anos 90, com a cintura lá em cima e aquele cabelo espetado à la Xororó. Que bicho bem feio eu ficava com aquilo. Pois dá para acreditar que a semi baggy está de volta – e agora rebatizada como “jeans da mamãe?”
A questão é a seguinte: há algumas temporadas já havíamos percebido que a cintura das calças, saias, shorts e afins vinham subindo. A cintura sobe, mas a modelagem continua retinha. Só que a indústria da moda precisa ficar inventando… Moda! E então foi a hora de tirar a antiga amiga semi baggy da cartola, subir a cintura dela e relançar para o mundo.
Olha!
QUATRO VERSÕES DE MOM JEANS
Cintura alta, barra dobrada. Bom para quem tem o tal estilo de corpo ampulheta, com as pernas compridas
MAIS QUATRO VERSÕES DE MOM JEANS
Ela tem modelagem mais larguinha, textura mais rígida e promete substituir a skinny como jeans da temporada. Eu, que sempre odiei a tal da skinny, estou bastante contente!
Skinny é confortável para essas modelos esquálidas que não tem gordurinha para gritar dentro da calça. Qual é a mulher normal, feito eu, que pode se sentir bem dentro daquelas embalagens justíssimas de jeans? Me sinto uma morcilha em apuros! Nas ruas de NY, a Mom Jeans tem sido usada como eu amo: com casacões. Tudo largo, sabe assim? Segundo as revistas especializadas, “marcar a silhueta já não é mais a visão das antenadas”. Obrigada, revistas especializadas. Eu sempre soube que havia nascido antenada.
Olha o jeans da mamãe aí!
AMO VISUAL LARGUINHO
As “antenadas” estão usando a Mom Jeans como manda a moda e os modelos que a indústria da moda está criando: com a barra da calça mais curta!
Sabem por que o nome “Mom Jeans?”. Porque, segundo as mesmas revistas especializadas e, sobretudo, as blogueiras de 20 anos de plantão, são as calças “que a sua mãe usava”. Eu usava e não lembro de ter sido mãe, mas tudo bem. Não vou questionar.
Olha uma foto da época!
QUE COISA BEM FEIA, VAI DIZER?
Pior é que era bem assim mesmo – e naquela época a gente achava linnnndo!
AINDA BEM QUE EU NÃO ERA NASCIDO
Mariana! Acompanho tua saga com os cães que não fazem xixi dentro de casa. Tenho um desses também, então só me resta sair com ele na chuva mesmo. Para isso, conto com a ajuda de um acessório muito útil: o dogbrella. Já ouviu falar? É um guarda-chuva ao contrário, que cobre o cachorro e tem uma correntinha para pendurar na peiteira. Olha! http://www.businessinsider.com/the-dogbrella-from-hammacher-schlemmer-2013-2 O meu, eu comprei em um pet em Santa Maria, mas já vi para vender no Mercado Livre. Espero que seja útil! Bjs!
Uau, Carolina! Vou ver já! Obrigada! Bjo, MK
Oi Mari! Essa foto nao é da época nao! É uma paródia que o Saturday Night Live fez em 2003. A do meio (de laranja) é a Tina Fey, do lado dela a Rachel Dratch, a bem da esquerda é a Maya Rudolph, a loira é a Amy Poehler. É bem engraçada, vale procurar o video original. Sobre o relógio, se o principal proposito é se livrar da fita cardiaca dos infernos, eu recomendo o relógio MioAlpha. Ele também mede batimentos pelo pulso e sincroniza com varios apps de corrida. É super-facil de usar e beeeem mais barato do que o Garmim. Boa sorte com a esteira! 🙂
Baita dica, Anita! Vou procurar o relógio. E obrigada pelo alerta da foto! Beijo grande. MK