Pode existir um amanhecer mais feliz do que um amanhecer com sol depois do dilúvio que assolou a cidade? Nããããoooo! Pode existir amanhecer mais feliz do que um dia de sol numa sexta-feira? Nããããoooo!!! Bento e Mana sabem muito bem disso, aliás. Acordaram a mil. Eu tenho um pouco de pena dos meus vizinhos, confesso. Os pobres são obrigados a olhar para minha cara de zumbi descabelado todos os dias. Um zumbi de pijama, Crocs peludinho e que às vezes aparece sem ter tido tempo nem mesmo de escovar os dentes.
TEM COISAS QUE TU NÃO DEVERIA DIZER
Bento é engraçado. O animal coloca pressão para fazer xixi na rua, bate na porta, uiva, late, espirra, me deixa transtornada nas primeiras horas da manhã, eu pulo da cama visivelmente abalada psicologicamente, tudo por conta dele (e da Mana, que está aprendendo com ele) – e ele ainda tem a cara de pau de vir me dar lição de moral.
Mami me ligou ontem. Disse que Olivinha passou o dia esgotada da noite de autógrafos. Realmente, Olivinha se portou magistralmente. Ficou até 11h e tanto da noite na livraria Saraiva. Agora está recebendo tratamento de princesa. Hoje vamos almoçar na mami e farei massagem nos pés da Olivinha.
Eu não mimo ninguém. Apenas estou sendo justa. Também acho que tu te portou muito bem. Só não precisava ter devorado quatro quiches de alho-poró do coquetel que estava sendo servido para os convidados. Mas até aí tudo bem. Faz parte da tua personalidade mesmo. Aliás, por falar em fazer parte da personalidade, começamos a entender a personalidade da Mama. É tudo uma questão de tempo e convívio mesmo. Eu diria que, enquanto o animal veio ao mundo a passeio, a alpaquinha Mana veio ao mundo a comida.
NÃO COMPREM ESSA CARA DE INOCENTE DELA, POR FAVOR
Mana é uma devoradora de tudo que for colocado em sua frente – e do que não for também. O lugar preferido da Mana é a cozinha. Não pode existir uma viva alma na cozinha sem que ela esteja lá, feito um tubarão de boca aberta, esperando que algo sobre pra ela. Ontem, por exemplo! Ontem, Mana fez algo que é a cara dela.
Voltávamos do passeio descendo a Quintino Bocaiuva, Bento dos soltos e Mana das presas na guia, quando de repente, não mais que de repente…. Eis que o animal se aproximou da rua para cheirar uma grama que precisava ser urgentemente cheirada – e eu fiquei de olho nele para que não fizesse bobagem. Como sou uma e não duas, me distraí e fiquei de costas para a Mana. Quando me viro para convidar a madame para atravessar a rua, o que a madame tinha na boca?
E quem disse que a madame largava a maldita perna podre da galinha? Quem? Não largava.
– Larga o osso, Mana!
Nada.
– Larga já esse osso podre, Mana!
– Nada.O que precisei fazer então? O quê? O quê? Colocar minha sedosa e limpa mãozinha naquela perna podre de galinha. E quem disse que a Mana queria largar o osso? Simplesmente não largava. Então, com Bento sentado na grama olhando a cena, Mariana e Mana partiram para uma luta corporal pela perna podre da galinha. Mariana, inclusive, teve que puxar o osso da boca da alpaquinha com as duas mãos. Alpaquinha cerrou as mandíbulas e não soltava o osso. Chegou a ficar de pé, equilibrada nas patas traseiras. Chegou a quase sair do chão atracada naquele podre osso maldito.
ELAS FORAM A ATRAÇÃO DA QUINTINO BOCAIUVA
Os passageiros do ônibus parado na sinaleira da rua Quintino Bocaiuva assistiam a um espetáculo de graça. De um lado, uma alpaquinha de mandíbulas cerradas com a perna podre da galinha quase enfiada na goela. De outro, Mariana e sua calça de pijama e seus cabelos no rosto, transtornada, querendo arrancar o osso da goela da alpaquinha.
A dificuldade que tenho de dar remédios para o animal, que vira o focinho para o lado e faz cara de nojo para tudo, não tenho para dar remédios para a Mana. Mana pega remédios no ar, apenas envoltos com um pouquinho de pastinha de ração. Uma maravilha! Mana também come os snacks dela rápido para tentar comer o do animal. Mas eu já deixei claro que nesta casa, acima de tudo, está o respeito – e ela entendeu. Tanto entendeu que está se tornando uma serviçal do animal. Sim, o animal, que de bobo não tem nada, colocou a Mana para trabalhar. O que quero dizer com isso? Campainha, por exemplo.
Quem disse que o animal se levanta de sua cama para ver quem chegou? O animal fica de pelotas em sua cama. Manda a Mana. E ela obedece. Aliás, começo a desconfiar de que, quando saio de casa, o animal ensina doutrinas para a Mana. Ela está ficando muito aliada a ele. Dormem juntos, acordam juntos, brincam juntos e agora deu para fazer coisas orientada pelo animal.
Sensacional!!!! Estou rindo muito aqui!! Queria ter visto essa cena,hahahaha.
Novamente, parabéns pelo livro (que estou quase no fim, amando) e pelo portal! Sucesso, muito sucesso para esse novo projeto!
Um beijo prá vc, Bento, Olívia e Mana!
Parabéns Mari pelo portal!!!! Muito sucesso!!! Ainda não comecei a ler o livro (estou “economizando” rsrsrsrsrs no findi vou começar!!! parabéns pelo lançamento!! Foi ótimo!!! Tudo perfeito! Adoro ver a família que vem toda de Bagé (ou quase) mas desta vez só vi o Tunico, não vi a Leila!!! Beijos guriazinha!!!!
Tia Leila estava em Minas Gerais e enviou o tio Tonico, Martha! Hahaha!! Bjo. MK
Amei!!! Parabens!!!