Nos meus pés, nesta manhã de quarta-feira, jaz um animal acabado. Eu não sei o motivo, uma vez que o animal passou a terça-feira de pelotas na casa da vóva, enquanto eu encarei um bate-volta de 500km a Cachoeira do Sul e aqui estou, em pé, na labuta. Eu diria que o animal diria que veio ao mundo a passeio e tem o direito de ficar de pelotas o tempo que bem entender.
Não sei se ainda já cheguei a tanto, o que sei é que hoje é dia de psiquiatra, eu vou sair daqui a pouco para minha consulta e o passeio vai ficar para a volta.
TU NÃO DISSE QUE IA DIVIDIR A CONSULTA COMIGO?
Tu conseguiu dinheiro para pagar a metade da consulta?
Então, lamento. Não vou abdicar de meia hora da minha consulta para ficar ouvindo tu te lamentar das bolas que não tirou.
Dorme mais um pouco e depois a gente conversa. Tenho váááários assuntos para colocar em dia, mas os 15 minutos que me restam antes de sair de casa serão insuficientes para tanto. Então, rendo-me a um questonário respondido pela nutricionista Fabiana Buchalla sobre o que ela considera mitos e verdades da culinária japonesa.
:Pés firmes no chão; bolas permanecem onde estão
: Adivinha quem tem sempre a última palavra?
Eu não sou daquelas que acham que comida japonesa é inofensiva. O shoyo, por exemplo, tem muuuuuito sódio – e brasileiro adora mergulhar o sushi e o sashimi num balde de shoyo, o que está errado. O molho de soja deve ser usado apenas para dar um gostinho no peixe. Outra coisa que abdiquei há muito tempo porque realmente não via sentido algum – e parecia uma papagaia repetindo sem pensar aquilo que via todo mundo fazer – é colocar sal na beirada da caixinha de saquê.
Nenhum, no meu ponto de vista. A menos que se queira pagar uma drenagem linfática no dia seguinte para eliminar o acúmulo de líquido do organismo. Mas vou parar agora com minhas considerações de consumidora leiga e passar a palavra para a nutricionista Fabiana.
Fabiana diz que muitos mitos cercam a culinária japonesa. Excesso de sódio, condimentos, riqueza de ômega 3 – que auxilia na diminuição dos níveis de triglicerídeos e colesterol ruim LDL e pode favorecer o aumento do colesterol bom HDL -, entre outras características, são divulgadas com frequência por quem consome sushis e sashimis.
VAMOS ÀS PERGUNTAS E RESPOSTAS!
Comida japonesa não engorda?
Mito. Apesar de alguns alimentos conterem poucas calorias, consumir em excesso pode, sim, contribuir para o aumento de peso, ainda mais se preferir os alimentos fritos.
Alimentos japoneses ajudam a prevenir o envelhecimento?
Em partes. Por conter Ômega 3 e ácidos graxos, eles ajudam na produção do colesterol do bem – HDL, o peixe acaba retardando o envelhecimento e auxilia também na diminuição de problemas cardiovasculares e ósseos.
Comida japonesa é mais nutritiva que hambúrguer e pizza?
Verdade. A culinária japonesa é rica em nutrientes e com menor teor de gordura, o que aumenta a saciedade. Sendo assim, é natural que, muitas vezes, ao consumir peixes e alimentos orientais a pessoa fique mais satisfeita com menor quantidade.
O shari (arroz branco) possui muito carboidrato?
Verdade. Se cozido sem sal e sem gordura e consumido com moderação, o shari é fonte de carboidratos e aminoácidos essenciais para o organismo.
Temakis e sushis são ricos em cálcio?
Verdade. As algas, que envolvem os temakis e sushis, são ricas em cálcio. Proteína e ferro também estão presentes em grande parcela das algas.
Comida japonesa não é indicada para gestantes?
Mito. Os alimentos japoneses podem ser consumidos por qualquer pessoa, mas pelas gestantes com cautela. A má fama acontece porque há um mito que o metilmercurio (encontrado em alguns peixes) apresenta risco à saúde do bebê e da gestante. Todavia, esse tipo de peixe não é amplamente utilizado na culinária japonesa e o seu consumo esporádico também não apresenta risco nenhum à saúde.
NÃO SEI PRA QUÊ FALAR DE PEIXE CRU ÀS 8H DA MANHÃ