Desde que saí dia a dia da edição de Donna, me tornei colunista e colaboradora do site e da revista e lancei meu novo portal, deixei de ter um lugar para onde ir além dos limites das quatro paredes da minha casa na hora de trabalhar. Ajudei a aumentar a estatística daqueles que trabalham em sistema home office.

Desde então, quero escrever um post completo sobre o assunto, mas sempre acontece uma coisa ou outra e acabo me desviando. Já toquei no tema superficialmente, já falei do quanto é mais difícil as pessoas ao redor entenderem que a gente está em casa trabalhando e não de bobeira do que nós mesmas compreendermos a nova rotina.

BEM DIFÍCIL

O Bento, por exemplo. O Xerife acha que estou disponível as 24 horas do dia para passeios. Antes, passeávamos, eu tomava banho, me vestia, batia a porta e ele sabia que só voltaria de noite. Agora, ele está como o diabo gosta: fazendo exigências de hora em hora. Alpaquinha não anda muito diferente. O convívio com o Xerife começa a contaminar a boa educação da Papaq – e estou com medo de onde isso possa parar. Algumas finas ironias verbais e de comportamento já começaram.

BENTO É UM ÓTIMO PROFESSOR

FALTAM SÓ QUATRO LIÇÕES DA CARTILHA

AINDA BEM QUE EU MORO COM A VÓVA

Tratarei sobre o convívio das criaturas em outro post, caso contrário, de novo o tema home office vai ficar só na vontade. Fui instigada a falar hoje sobre o assunto depois de um email muito carinhoso que recebi da Danúbia Dias Schaulet. Escreveu a Danúbia:

Olá, Mari
Me chamo Danúbia, creio que tu te lembras de mim por alguns comentários no Face. Gostaria de dar uma opinião de assunto para o blog (por mais que seja meio estranho): exemplos de como montar um home office, dicas para quem quer iniciar. Saiba que és minha inspiração. Quando eu for jornalista e me perguntarem que jornalista me inspira, com certeza ouvirás teu nome. Grande abraço.

Ó, MEU CORAÇÃO PRA TI, DANÚBIA!

Muito bem, vamos ao assunto sugerido pela Danúbia (depois deste email, não posso decepcionar, né?). Fui ler mais sobre o assunto, e ele é riquíssimo. A verdade é que, apesar desse mundo superconectado, poucas empresas ainda oferecem uma rotina flexível, sem a necessidade de bater cartão todos os dias – o que eu acho uma burrice, sobretudo porque trabalhar até duas vezes por semana de casa aumenta a produtividade, segundo recentes pesquisas americanas.

Domenico Di Masi sabe tudo

Bom, da minha experiência de cinco meses de home office, algumas coisas já aprendi – o que não quer dizer que já tenha conseguido necessariamente colocar em prática. Mas as lições estão assimiladas. Uma delas: planejamento. É fundamental iniciar o dia sabendo exatamente o que temos que fazer nas próximas horas. Eu costumo criar calendários semanais e colocar ali todas as minhas tarefas. Começo sempre pelas mais difíceis, porque é no começo do dia que minha criatividade funciona melhor (vai de cada um).

COMPREI UM DESSES PRA CHAMAR DE MEU
Risco e rabisco atividades diárias. O melhor é chegar ao final do dia e poder apagar tudo com a sensação de dever cumprido

Outra lição importante: ter um ambiente de trabalho. No meu caso, é o bunker-escritório. Não sei sentar no sofá e trabalhar, sabe assim? Me dá a sensação de coisas feitas pela metade. Amo meu bunker, ele me inspira muito. É cheio de recordações, fotografias, livros, quinquilharias penduradas por tudo.

Olha!

UM CORNER DO BUNKER-ESCRITÓRIO
Estou devendo uma foto mais completa dele.
Próxima promessa a ser cumprida!

Acho importantíssimo criar nosso próprio ambiente, viu, Danúbia? E daí decorar como mais gostar – seja com flores, porta-retratos, livros, calendários, porta-lápis etc. Outro ensinamento importante (este eu odeio seguir): jamais trabalhar de pijama. Pior é que faz todo sentido. Quando eu não tenho que ir à aula de pilates de manhã, por exemplo, tenho mania de seguir com o abrigo do pijama e mudar só a parte de cima. Mas devo confessar que, se tomo um banho e colocou uma roupa, me sinto mais motivada, sabe?

NEM EU SEI EXPLICAR MUITO BEM

Mais uma lição essencial: ficar longe, muito longe de distrações como Facebook, Instagram e, sobretudo, Whats App. As pessoas não querem saber, não estão nem aí se a gente precisa se concentrar ou não. Ficam simplesmente bombardeando de estímulos por todos os lados e se a gente se deixar seduzir… Já era! Quando preciso me concentrar, coloco um aviso no meu perfil do Whats App de que não estou disponível naquele momento e tiro ele de perto de mim. Todo mundo pode esperar.

Algumas regrinhas de etiqueta para levar a sério no Whats App

Uma das coisas mais difíceis de assimilar quando a gente sai de uma rotina de escritório (no meu caso, redação) e começa a trabalhar em casa é a questão do horário. Finalmente, estamos livres para fazer nossos próprios horários – e isso, num primeiro momento, é de um entendimento bastante complexo. Por exemplo: não tem nada de mal aceitar o convite de uma amiga para tomar um café às 4h da tarde, ou marcar uma massagem em horário tido como “comercial” se todas as nossas metas e responsabilidades naquele dia estão em dia.

ENTENDE?

É tão, tão, mas tãããooo difícil se permitir, sabe assim? Eu, só agora, depois de ler muito a respeito de home office e da experiência de outras pessoas que estão no mesmo caminho, começo a me permitir mais e, sobretudo, começo a entender que os meus horários não são comerciais – são feitos por mim. Só por mim. Então, se trabalho algumas horas no sábado e no domingo (e isso acontece bastante), me permito aliviar mais a segunda-feira, sabe assim? Encontrei essa fórmula para ser mais feliz, já que tenho traumas de segundas-feiras.

TRAUMAS SEVEROS

Continuo mantendo em cima da mesa do bunker-escritório uma garrafinha de água. Na redação de Donna, eu era famosa por estar sempre com uma coleção de garrafinhas de água, já que tinha que descer cinco andares até o bar para comprar. Como agora a cozinha de casa é mais perto, tenho sempre uma garrafinha reutilizável. Porque beber água é muuuito importante – e se a gente não tem a garrafinha por perto acaba não bebendo mesmo.

DOIS LITROS DE ÁGUA POR DIA, VIU?

A GENTE SE ESFORÇA

Outra dica importante, Danúbia – e que é difícil, se não temos disciplina: encerrar o trabalho. Como estamos em casa, a gente acha que pode ficar trabalhando noite adentro, sabe assim? Dia desses, o Chico chegou em casa, fez uma coisa e outra, arrumou o jantar…. Me espiou uma, duas, três vezes…. “Será que já não deu?”, perguntou. Eram quase 10h da noite – e eu estava ali entretida no trabalho. Por um lado é legal e tal, a criatividade está rolando solta. Mas, por outro, é preciso dar um break e fechar a porta do escritório, sabe?

A GENTE SABE BEM

Pra finalizar em grande estilo, fiz uma galeria de fotos com ideias criativas de home office que encontrei.

Olha!
(Basta clicar em cada imagem que elas abrem em tamanho maior!)