A cena é recente e eu fui testemunha: três mulheres sentadas em um desses cafés da cidade comentavam sobre os “fiascos” dos respectivos maridos e namorados quando o assunto é dor.
O papo havia começado porque uma delas, visivelmente aborrecida com o tamanho e a duração do chororô do parceiro, fez o desabafo para as demais:
– É um resfriado, gurias! Só um resfriado! E ele passa todo o tempo fungando, com cara de coitado, arrastando os pés pela casa, enrolado em cobertores e me pedindo para tirar a temperatura como se fosse um moribundo! Ah, tem pena, né?
– São todos iguais! – exclamou a segunda – Eles acham que vão morrer por causa de uma gripezinha de nada!! Haja paciência…
– Eu faço que não vejo para não me irritar ainda mais com a fiasqueira – comentou a terceira.
CONTA A HISTÓRIA DO TAXISTA, MARIANA!
É uma história simples, mas que ilustra bem a menor tolerância à dor dos homens em relação às mulheres. Um taxista dirigia com três passageiras no banco de trás, quando começou a sentir uma dor horrível. As mulheres tentaram acalmar o motorista, uma delas assumiu a direção do carro e foram todos direto para a emergência do hospital mais próximo. Feitos os exames iniciais, veio o diagnóstico: pedra nos rins. O médico foi chamado.
O médico disse que se o motorista estava fazendo aquela fiasqueira por causa de pedra nos rins, é porque seguramente não faz a mais remota ideia do que significa uma dor de parto.
A tolerância da mulher em relação à dor é muito maior do que a deles – e começa ainda na mais tenra infância. Desde pequena, ela é colocada à prova de sua resistência quando a mãe, ao tentar desembaraçar os cabelos da filha, impõe: “Pra ficar bonita tem que sofrer!”
A bravura das meninas continua na adolescência, quando elas precisam submeter-se a sessões frequentes de depilação. A coragem invade a vida adulta com tratamentos a laser, micro-agulhamento no rosto, botox e todos esses procedimentos estéticos que, ao fim e ao cabo – sempre em nome da vaidade -, elas acabam tirando de letra.
O cirurgião vascular Rafael Vilela diz que não há nenhum estudo médico que comprove a resistência feminina à dor, mas os anos de centro cirúrgico por si só já bastam. “Não é preciso provar nada. As mulheres são melhores e pronto”, afirma. “Eu mesmo não sou nada resistente e jamais deixaria que fizessem em mim as operações que eu faço nas mulheres.
O animal refere-se ao experimento do psicólogo Ed Keogh, da Universidade de Bath, no Reino Unido. A conclusão do especialista: diferentemente do que se pensava até então, o homem é mais resistente à dor. Só que…. “os homens são mais chorões”, diz o psicólogo
Conclui a anestesiologista Fabíola Minson, da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor,em uma de suas pesquisas: “As mulheres sentem dor por mais tempo, com mais frequëncia e maior intensidade, mas, por uma questão cultural, reclamam menos e sofrem caladas”.
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NÃO ACREDITO EM INSTITUTOS DE PESQUISAS