Há dois prédios recentemente finalizados aqui perto de casa destinados a moradores únicos, ou seja, são imóveis pequenos para quem busca um espaço para morar sozinho. Trata-se de uma tendência mundial que chega com cada vez mais força ao Brasil. Apartamentos de um quarto são os mais procurados do país, sabia dessa? Pois é. Dia desses, passeando com Chico e Bento, passamos na frente de um deles, logo aqui na rua Dona Laura entre a Quintino e a Bordini.
– Queria tanto conhecer… – comentei com o Chico.
– Por quê? – ele quis saber. – Está pensando em te mudar?
– Não! Haha! Por curiosidade mesmo. Adoro conhecer espaços pequenos.
ELA TEM UMAS PREFERÊNCIAS MUITO BIZARRAS
Dentro desse espírito de acomodar a vida em pequenos espaços, me chamou a atenção uma reportagem que li durante o fim de semana na revista Casa Cláudia sobre móveis versáteis para aproveitar bem os espaços pequenos.
Olha que genial!
MÓVEL-BANHEIRO
Achei simplesmente sensacional essa criação da Line Art. Por fora, fechadinho, parece um armário. Daí a gente abre as portas e aparece tudo aquilo que precisamos (exceto a privada) em um banheiro. Não é incrível?
POLTRONA-CAMA
Tipo da coisa que todo mundo deveria ter, morando ou não em espaços pequenos. Não ocupa espaço, é funcional para os moradores da casa e quebra o maior galho para receber hóspedes. Além do mais, é linda e alegre, vai dizer? Chama-se Flop e foi criada pela designer russa Elena Sidorova.
Agora, atenção, atenção! A próxima invenção é quase surreal.
Olha!
APARADOR-CAMA DE CACHORRO
Fiquei de boca a-ber-ta! Não é genial? Quem diz que este lindo móvel transforma-se em segundos numa camona para dois cachorros de grande porte? É muita estileira para o meu gosto. Demais!
COMPRA PRA GENTE?
Pois então… Captaram o “para a gente”? Acontece que estamos com uma hóspede aqui em casa. Uma lhasa apso de mais ou menos 3 anos. Aconteceu que a Dra. Rosana Pacheco, que trabalha na SEDA, me mandou uma mensagem quase desesperadora na semana passada. Acabava de receber esta lhasa abandonada e toda cheia de problemas de pele. A senhora que achou e entregou na SEDA falou que não podia ficar com ela e, se ficasse, devolveria para a rua. Foi então que, estava aqui Mariana trabalhando, quando entrou o Whats App da Dra. Rosana pedindo ajuda.
Na sexta-feira passada, combinei com a Rosana que a traria para casa a fim de evitar o pior. Bento e eu fomos até o Hospital Veterinário resgatá-la. Resolvi levar o animal para facilitar a adaptação. Jamais se chega com um cachorro novo no território do antigo. Sobretudo se este antigo é o Xerife, se é que vocês me entendem… Bento não deu a menor bola para ela à primeira vista. Mas foi chegarmos em casa para começar a fazer o que não deve: correr atrás da Mana.
EU QUE DEI ESSE NOME PARA ELA
ELE QUERIA CHAMAR ELA DE MINA
EU SOU O MANO E ELA É A MINA
DÁ PRA ACREDITAR?
Com alguma negociação, concordei com Mana. Expliquei que, como ele se julga o Mano, ela seria a Mana. A princípio, o animal relutou um pouco em abrir mão de Mina, mas expliquei que ela poderia ficar mal falada pelo bairro. Ele titubeou um pouco, mas aceitou. A Mana é muito educada. Dorme na cama que compramos para ela, não faz barulho, respeita os espaços do animal. Achei que precisaria fazer um circo para promover a integração. Que nada! Bento recebeu super bem a companheira. É ele que manda, claro. Mas ela aceita numa boa. Existe, entretanto, um único porém para a permanência definitiva da Mana aqui em casa: o animal tem que parar de perseguir ela pela casa.
PORÉM DOS DIFÍCEIS
Bento está submetendo-se a um tratamento muito sério, duas vezes por semana, na Vitalvet, uma clínica veterinária onde atende o doutor Ricardo de Bem Pacheco. Recebemos a recomendação do doutor Ricardo para tratar a artrose do animal. E qual não foi a surpresa quando consultamos e o doutor Ricardo, especialista em fisioterapia e neste tipo de reabilitação, disse que Bento tinha uma artrose menos catastrófica do que estávamos achando!
ESTOU DOS BONS
Não, não está dos bons. Doutor Ricardo diagnosticou problemas na coluna e nos joelhos – daí provavelmente o fato de Bento depositar o peso nos braços e cotovelos e mancar. Ele acredita numa melhora substancial, mas para isso precisa de…. Repouso! E o que Bento não quer fazer com a Mana aqui em casa é…. Repouso! Sábado à tarde, ao buscá-lo na clínica, ouvi que tinha regredido no tratamento. Tive que contar para a veterinária que o animal anda correndo atrás da Mana pela casa. Ouvi que isso está terminantemente proibido.
COMO CONVENCER O ANIMAL?
Sentamos os três no chão da sala e conversei abertamente com os dois. Mana ouviu tudo e atendeu prontamente. Tem mantido distância do animal. Já o animal… Bem, o animal… Eis o retrato abaixo da série “uma imagem vale mais do que mil palavras”.
NÃO LARGA A COITADA
Então, queridas leitoras, essa é a situação da Mariana nesta fase de sua vida. Mariana passa o dia tentando trabalhar e manter cada um no seu canto. Mariana não quer apelar para o cárcere privado em cantos distintos da casa, pois Bento não merece depois de anos e Mana tampouco merece uma nova casa assim. Mariana vai seguir tentando que Bento conviva com Mana de maneira a não aparecer, qualquer dia, com uma lesão irrecuperável na coluna (era só o que me faltava…). Se Mariana não conseguir, terá que ver um novo lar para esse amor de lhasinha. Uma coisa, porém, é certa. Para a rua a Mana não volta.
JAMAIS!