No quesito concordância com as prioridades femininas, sou uma brasileira de araque. Não entendo muito bem esse culto ao corpo desmedido, essa preocupação em impedir a chegada das rugas com litros de botox. Acho tudo exagerado demais e acho que todas nós, mulheres brasileiras, só sairíamos ganhando se a ala que está mais focada em cirurgia plástica desse uma voltinha ali pela Fnac ou pela Livraria Cultura para ver que a vida é um mundo bem maior de possibilidades.
Foi por isso que não senti orgulho algum ao ler a notícia de que a tradicional cadeia de lojas de departamento britânica Marks & Spencer registrou neste ano um aumento de 3,2% em suas vendas, impulsionado pela coleção Brazilian Knickers – as calcinhas brasileiras. Nos últimos três meses, as tais calcinhas registraram um aumento de vendas de 60%. Mais de 460 mil peças foram vendidas desde maio.
Como são essas Brazilian Knickers? Menores que a média mundial, claro. Agora, não somos apenas o país das mulatas, do Carnaval, do oba-oba e do futebol. Somos também o país das calcinhas. Podia ir pra casa sem essa.