Quando eu tinha lá meus 16, 18 anos, naquela insatisfação com o próprio corpo, com aquelas neuras típicas de adolescentes, costumava dizer que a única coisa que prestava fisicamente em mim era o meu cabelo. De fato, era um cabelão. Lindo. Me achava gorda, me achava feia, me achava tudo de ruim. Mas o meu cabelo… Esse salvava a minha existência!
Brincava com a minha mãe que, se um dia cortassem meu cabelo, não restaria nada de mim. Acabaria de vez com a Mariana. Meu cabelo era brilhante, compriiiiiido, inteiro. Elogiado por tudo e por todos. Uma espécie de salvoconducto para eu continuar vivendo.
Então, os anos foram passando, eu fui me entendendo melhor, me gostando mais, me encontrei na minha profissão, minhas preocupações tornaram-se mais reais e menos imaginárias até que, um belo dia, vivendo em São Paulo, eu decidi que queria ter cabelo joãozinho. Quando na minha vida eu pensaria em cortar o cabelo joãozinho? Pois fui lá e cortei. Beeeeem curtinho.
Olha, eu estou há hoooooras para abrir uma gaveta emperrada na casa da mãe e tirar de lá várias fotos de várias fases da minha vida – e juro que farei isso este fim de semana. Por enquanto, me imaginem de cabelo joãozinho.
QUANDO EU DIGO QUE ESSE BLOG É UM DESSERVIÇO, ELA BRIGA COMIGO
Uma vez com cabelo joãozinho, eu adorei o estilo. Conto um pouco sobre isso em meu segundo livro, Vida Peregrina. Jurei que jamais teria cabelo comprido novamente. Era muito prático ser uma joãozinho. Lavava rapidinho, arrumava rapidinho, uma facilidade para quem vivia no corre-corre de uma vida em redação em São Paulo. Mas como tudo na vida, um belo dia, acho que uns bons dois anos depois, cansei. Cansei da minha cara e resolvi deixar de novo o cabelo crescer. Foi um parto, parecia que jamais voltaria a ser comprido. Quanto mais demorava, mais ansiosa em ficava. Mas ele cresceu e cresceu e cresceu – e hoje voltou a ter quaaaase o mesmo comprimento que tinha lá nos meus 16, 18 anos.
Claro, neste meio tempo eu cortei mais curtinho, deixei mais comprido, cortei franja, tirei franja… Mas cheguei, enfim, à conclusão que o meu estilo mesmo, aquele que faz com que eu me sinta à vontade na minha própria pele, é este que carrego hoje: um cabelo comprido, inteiro e com algumas mechas que dão uma certa luminosidade ao rosto.
+ MARI KALIL: A cor do meu cabelo matará de inveja as estrelas de Hollywood
Sempre que resolvo cortar algumas camadas ou tento algum corte mais moderninho, me arrependo. Não sou eu. Eu sou esta maria madalena, não adianta. Não sei até quando manterei o cabelo assim, antigamente diziam que uma mulher mais velha não combinava com cabelo comprido e tal… Mas as coisas mudaram tanto… Vou mantendo assim até quando me sentir bem para usar assim. Cada um sabe de si, não é verdade?
MINHA AUTOESTIMA ANDA ELEVADÍSSIMA COM MINHAS MELENAS
Cabelo comprido, ao contrário do curtinho, permite uma série de variações. Não é porque o cabelo é comprido que devemos sempre andar com ele comprido, não! Dá pra fazer rabo de cavalo, trança, coque… Mas é preciso aprender a fazer tudo isso. Tenho uma inveja branca da Julia Petit…. Um dia, ainda vou aprender a fazer aquela trança escama de peixe que ela realiza em dois toques na cabeça. Enquanto esse dia não chega, pretendo me divertir com um livro que acaba de ser lançado no Brasil pela editora Sextante. Trata-se de Paixão por Cabelos, da australiana Christina Butcher.
Olha!
O livro ensina nada menos do que 82 diferentes penteados possíveis de serem feitos em casa. Não é genial? Oitenta e dois! Trança de raiz, coque bagunçado, fios meio presos e meio soltos, rabo de cavalo… Dá de tudo. E todos os penteados são ilustrados, o que ajuda bastante a entender se estamos fazendo a coisa certa.
Eis três imagens do livro!
Há também informações sobre tipo de acessórios que precisamos para realizar cada um, se faz falta uma mãozinha amiga na hora de finalizar ou ajudar no processo e também sugestões de ocasiões para usar cada um dos penteados.
Christina diz no livro que o “coque rosquinha” é o mais fácil de fazer e que o mais complicado leva também um nome bastante complicado: French Fishtail Chignon. É a tal trança espinha de peixe que a Julia Petit faz em dois toques.
Olha!
MUITO PRAZER, SOU A TRANÇA ESPINHA DE PEIXE
Sabe quando vou conseguir fazer uma igual? No dia de São Nunca!
Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Christina aconselhou toda mulher a ter em casa dois tipos de acessórios básicos: elástico e grampos de boa qualidade. “Dá pra fazer quase tudo com esses dois itens”, avisa. Ela diz que as australianas adoram um coque alto e bagunçado, principalmente depois de sair da praia (eu também, Christina! Gosto do coque, não da praia!). E aposta na tiara de trança como o penteado que ainda ganhará muita popularidade no Brasil.
Olha ela aí!
GOSTEI BASTANTE E NÃO DEVE SER DIFÍCIL! VOU EXPERIMENTAR!
Que diferença faz se vai ser antes ou depois do passeio, Bento?
ELE QUER SABER SE ESPERA SENTADO