Não posso ouvir falar na estreia de um novo filme argentino que sou tomada por uma urticária de ansiedade da série “preciso ver já”. Quando soube que O Clã havia entrado em cartaz, na semana passada, passei todos os dias tentando programar uma ida ao cinema. Pois este dia chegou no sábado, data do meu aniversário, quando Chico não teve a coragem de negar este meu pedido – e lá fomos nós assistir ao filme no Moinhos Shopping.
Gosto de chegar cedo ao cinema – digo com uma hora de antecedência, pelo menos. Daí tenho certeza de que vou conseguir comprar meus ingressos com tranquilidade, vou conseguir tomar um café e sentar no meu lugar sem que as luzes tenham antes se apagado. Não interessa se está passando o trailer ainda. Eu não gosto de chegar depois que já está todo mundo sentado. Não gosto e ponto.
Eu falo sério: este é um problema sério que eu tenho. Só que as pessoas acham graça e me tiram para louca – a começar pelo meu respectivo marido. Assim sendo, não consegui chegar a tempo de as luzes não terem se apagado, comprei assentos em uma fileira mais na frente, pois as outras já estava lotadas e entrei me tropeçando no cinema (para risadas do meu marido).
MENOS MAL QUE AINDA ESTAVA NO TRAILER
Outra coisa: me nego a assistir a filme que já tenha começado – eis outra coisa que me tira do sério: não acompanhar a história desde o começo. Não consigo entender pessoas que entram lépidas e faceiras no cinema uns 15 minutos depois de o filme já ter iniciado, com refrigerante e pipoca na mão, como se nada estivesse acontecendo.
Pois bem, devidamente sentadinha na fileira D poltrona 2, assisti a todos os trailers a que tinha direito e o começo direitinho de O Clã. E que filmaço! Pesado, bastante pesado para a noite de um aniversário. Mas divino!
– Não tinha uma coisinha mais leve para celebrar teu dia? – perguntou o Chico na saída no cinema.
CARTAZ ORIGINAL DO FILME: DOS MESMOS PRODUTORES DE “RELATOS SELVAGENS”
Trata-se de uma história baseada em fatos reais – ou melhor, eu diria surreais. Uma história chocante que narra a rotina da família Puccio, de classe média, que se tornou um dos maiores grupos criminosos da Argentina. Liderados pelo patriarca Arquimedes Puccio (Guillermo Francella, de O Segredo dos Seus Olhos), os Puccio praticam sequestros de pessoas ricas, solicitam pagamento de suas famílias, ficam com o dinheiro pago pelo resgate das vítimas e ainda assim assassinam os reféns.
GUILLERMO FRANCELLA E PETER LANZANI: PAI E FILHO DO CLÃ PUCCIO
Na companhia do filho Alejandro (Peter Lanzani), Arquimedes comanda os crimes enquanto suas filhas e sua esposa se fazem de cegas. Ou seja: uma família vive normalmente numa casa, reza antes das refeições e tal, enquanto em quartinho fétido e escondido, presos por correntes e cadeados, surrados e mal tratados, reféns berram e são linchados à espera do pagamento do resgate (que não resultará em nenhuma libertação).
Por que o cinema argentino é tão incrível; e Ricardo Darín, tão especial
O Clã é a grande aposta dos argentinos para o Oscar 2016. Estreou com a soma de 504 mil espectadores nos quatro primeiros dias em cartaz – desempenho 10% superior ao obtido por Relatos Selvagens, o maior sucesso do cinema argentino em todos os tempos, com 3,45 milhões de espectadores (assisti duas vezes e assistiria outras mais!!)
Dá o Play e me diz se não escolhi um bom filme para ver no meu aniversário!?
No Brasil, o diretor Pablo Trapero é conhecido por ter dirigido Abutres e Elefante Branco, ambos estrelados pelo maravilhoso Ricardo Darín. O Clã foi exibido no Festival de Toronto 2015 e premiado com o Leão de Prata de melhor diretor no Festival de Veneza 2015. Tem uma reportagem bem bacana do jornal O Globo sobre o filme, que também publica uma entrevista com Trapero.
AQUI o link!
SE EU GANHEI MEU ÓCULOS DE PRESENTE DE ANIVERSÁRIO?
MELHOR NÃO TOCAR NESTE ASSUNTO
Mariana, adoro ler tua coluna e teu site, descobri que temos muita coisa em comum, inclusive o dia do aniversário 19 de dezembro. Tbm assisti O Clã e adorei o filme.
bjs
Que legal, Denise!!! Parabéns pra ti também!! Muitos anos de vida! Bjo grande. MK
Mariana,
Me senti confortada sabendo que não sou a única que não assiste filme já iniciado. E também tenho paixão pelo cinema argentino. Ainda não consegui tempo para ver o Clã.
Fica tranquilo que tem muitas “malucas” por aí.
Abraço!!