Slow Life: desacelerar e saber dizer “não” são habilidades pessoais valiosas

Eu já trabalhei muito na vida corporativa. Tipo 12 horas com intervalo de 15 minutos para almoço no refeitório. Intercalava a jornada com reuniões e mais reuniões. Lembro de ter estado em cinco em um dia. Chegava em casa estressada, cabeça mais pesada que o corpo, e muitas vezes me sentia mais ocupada do que produtiva. Sensação vazia, sabe?

Quando conseguia sair no final das 8 horas previstas, me sentia culpada e ainda ouvia piadinhas infames do tipo “tá fácil, hein”. Se precisasse deixar o trabalho algumas horas para ir ao médico, para resolver algum problema particular, então, só pensava em voltar correndo. Minha desculpa preferida era: “não tenho tempo, ando trabalhando muito”. Não tenho saudade dessa época.

A parte boa é que sempre podemos mudar, desde que tenhamos consciência do que nos prejudica e do que necessitamos melhorar.

0462a4424673474abcb50b48009dcc30UM NOVO CAMINHO É POSSÍVEL: SÓ PRECISAMOS SABER O QUE QUEREMOS

Outro dia, compartilhei no Facebook o texto Trabalhar muito é cafona, em que a autora discorre exatamente sobre o título. Aliás, adoro essa palavra, acho cafona, cafona. Mas ela me ganhou quando disse que ficava com pena das pessoas que enchiam o peito dizendo que trabalhavam muito como sinal de status, de sucesso. Não, não é. Desaprovo a minha atitude no passado porque eu dizia SIM pra muita coisa: por participar e perceber que algumas reuniões eram improdutivas e não ter proposto alguma mudança, por não ter feito mais pela minha qualidade de vida, por não ter saído para tomar um café na rua quando sentia necessidade de respirar, por não ter respeitado mais as minhas vontades.

+LU BEMFICA: Por que as mulheres amam adorar a moda e o jeito de Carol Bassi trabalhar sua marca

Desde que mudei a minha atividade profissional, desacelerar é um movimento consciente e diário. Muitas vezes tenho a sensação de que trabalho ainda mais, mas muito disso ocorre em função da tecnologia. Mensagens, informação, tudo a um toque, na tela do celular. É tentador e automático. Esse movimento ganhou nome: slow life.

Aposto que, a essa altura, quem me acompanha até aqui deve estar se perguntando: fácil dizer, mas como fazer? Como ser mais desenvolvido pessoalmente tendo tempo para trabalhar, ganhar dinheiro, encontrar os amigos, curtir a família? Fórmula pronta, não há. Mas a experiência de um pode contribuir para o método do outro. Em vez de dicas mastigadas, vou apenas revelar o que me ajuda nesta mudança.

+MARI KALIL: Dizer não nada tem a ver com egoísmo, mas com amor próprio

Meus nove mandamentos

1) Estou aberta a mudanças. E isso inclui novas ferramentas tecnológicas e métodos que possam me auxiliar no meu desenvolvimento pessoal.
2) Gerencio meu tempo. Uso um planner semanal e ele é o meu guia pra marcar compromissos de trabalho, pessoais e a minha folga. E respeito o que eu coloquei ali como prioridades.
3) Evito socializar com pessoas que reclamam de tudo, que me transmitem negatividade. Não dou conversa.
4) Aprendi a negociar, pesquisar custos e reconhecer a diferença entre preço e valor.
5) Sei planejar e realizar. Foco e determinação são as chaves neste item.
6) Em menos de um ano li mais livros do que nos últimos cinco.
7) Agora tenho limites. Descanso é sagrado e ócio é vida.
8) Eu sou a única pessoa responsável pelo meu sucesso. Não terceirizo responsabilidades sobre sucesso ou fracasso.
9) A coragem de mudar me trouxe o vício do frio na barriga. Prefiro competir comigo mesma a perder tempo me preocupando com a concorrência. O sol nasceu pra todos e viva as diferenças!

Compartilhar
Luciane Bemfica

Luciane Bemfica

Luciane Bemfica é jornalista no mundo corporativo que foi escolhida pela profissão. Em 2015 decidiu fazer MBA em Negócios Digitais para arejar as ideias. Foi aí que descobriu sua paixão pelo branding pessoal. Fez cursos e criou um site para ensinar que o nome e a imagem são o patrimônio mais valioso de qualquer profissional - estagiário, tia do café, chefe, dono de empresa ou do seu próprio nariz. É a número três de quatro irmãs, e a dinda da Vic e da Manu.

1 Comentário

Deixar uma resposta Cancelar Resposta

Seu endereço de email não será publicado

Utilize as tags HTML : <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

Facebook

InstagramInstagram has returned invalid data.