Nunca tinha pensado nisso. Nunca tinha pensado que molho putanesca, que amo tanto, poderia servir de molho para algum outro tipo de prato que não o spaghetti. Graças ao louvado Deus, sou uma pessoa que tem boas relações. Como boas relações, entenda-se afinidade com o blog do meu querido colega Mikel López Iturriaga, jornalista espanhol do El País.
Mikel escreve o blog El Comidista e tornou-se referência gastronômica em toda a Espanha. Eu adoro o que ele escreve porque são dicas e receitas para gente como a gente. Além disso, Mikel escreve bem e é bem humorado, o que faz total diferença nos dias de hoje. Ontem à noite, fui dar uma olhada no que ele andava falando e topei com essa história do molho putanesca.
Faça uma pesquisa no Google e comprove que ele só aparece acompanhado de massas
Na concepção do gênio Mikel, molho putanesca pode, sim, acompanhar outros pratos, como o nobre, o maravilhoso, o não tem para ninguém…. atum!
“Poucos molhos no mundo contêm tantos ingredientes que eu gosto como o putanesca”, diz Mikel, ao que assino embaixo. Trata-se de uma mistura de tomate, azeitonas, pimenta malagueta, alcaparras, anchova, alho (alho traz felicidade) e salsa. Mikel diz que ama tanto o putanesca que não se conforma com o fato de ele só aparecer na companhia de spaghettis. “Pode acompanhar tranquilamente carnes e peixes”, afirma Mikel. E é aí que entra o atum.
Mikel diz que na sua versão de putanesca, permite-se usar aquelas azeitonas verdes maiores, sem caroço e um pouco mais picantes no lugar das típicas azeitonas pretas dos tradicionais molhos alla putanesca. Todo o restante da receita, ele segue mais ou menos como manda a cartilha. Assim como Mikel, eu gosto do atum bem seladinho por fora e cru por dentro. Portanto, para que fique assim, é importantíssimo que a frigideira esteja pelando na hora de dourar o peixe. Tudo para que ele não fique mais do que um minuto selando (cerca de 30 segundos de cada lado) e mantenha o interior vermelhinho.
Lendo as orientações de Mikel para chegar ao prato perfeito, achei tudo muito simples. Me acompanhem por favor.
Vamos precisar de:
* filé de atum (para quantas pessoas forem comer)
* 1 pimenta malagueta
* 1 dente de alho
* 4 filetezinhos de anchova (em conserva mesmo)
* 500 g de tomates pelados em conserva
* 75 g das tais azeitonas verdes picantes e sem caroço
* 50 g de alcaparras
* 1/2 colher de orégano
* 2 colheres de salda picadinha
* Azeite de oliva extra virgem
* Sal e pimenta preta moída
AGORA, A DINÂMICA DA COISA É A SEGUINTE
1) Picamos a pimenta malagueta, as azeitonas e o tomate.
2) Colocamos a frigideira para aquecer e, quando ela estiver pelando, fazemos aquele procedimento com o atum. Terminado o procedimento, tiramos o atum da frigideira, jogamos um punhado de sal e deixamos ele quietinho num canto.
3) Baixamos o fogo e colocamos mais azeite na frigideira. Então, jogamos o alho dentro até dourar. Em seguida, colocamos as anchovas até que elas comecem a se dissolver. Fazemos isso mexendo e mexendo o alho e as anchovas com uma colher de madeira.
4) Hora de acrescentar o tomate, a pimenta malagueta, as azeitonas e o orégano e deixar tudo cozinhar por cerca de 15 minutos ou até que o molho tenha perdido a maior parte do líquido.
5) Bebericar um vinhozinho e ir colocando a mesa.
6) Passados os tais minutos ou estando o molho sem muito líquido, retiramos tudo do fogo e colocamos na mesma frigideira o atum, que estava quieto no seu canto, e a salsinha. Tapamos a frigideira, deixamos repousar por uns 3 minutinhos e servimos.
O resultado é de ajoelhar e chorar no cantinho.
Olha!
Mari, molho maravilho mas cadê a cebola?
Hehehe! Acho que me empolguei e inventei a cebola, Giovana! Vou lá tirar correndo da receita. Desculpa, aê! Bjo. MK
Oi Mari!!!
Acabei de ler o Norwegian Wood, do Haruki Murakami. Achei um livro ótimo de ler mas achei muito deprimente. Os outros livros dele são assim?
Sério, achou deprimente, Nina? Faz tempo que eu li, mas acho que eu era mais depressiva naquela época. Haha! Não achei deprimente o Kafka à Beira Mar. Bjo. MK