Ontem acordei com a cabeça cheia de coisas. Muitas coisas a fazer e sem saber por onde começar, sabe assim? Tinha que terminar o livro (preciso entregar definitivamente amanhã), tinha que começar a escrever a reportagem sobre a viagem para o Peru para a capa da revista Donna do domingo 23, tinha um compromisso no Centro e uma reunião logo depois. Fora os compromissos de sempre: passear com o animal. Começou a me dar uma angústia no peito e resolvi sair porta afora para caminhar no Parcão e colocar a mente em ordem.
Vesti meu shortinho, camiseta, top, boné contra raios UVB, óculos escuros e prendi uma pochete na cintura com uns trocados para água, chave de casa e celular. Coloquei os fones no ouvido, sintonizei na BandNews e entrei parque adentro disposta a perder umas calorias, aliviar a mente, respirar ar puro e voltar a fazer qualquer coisa de exercício aeróbico.
QUE INFERNO
Não adianta, não adianta, não adianta. Definitivamente não gosto de nenhuma espécie de aeróbico. Comecei a caminhar no parque – e o que era para ser um passeio desestressante virou um tormento. A pochete ficava sacudindo na minha cintura, minhas pernas coçavam (já disse que me coço feito bicho sarnento quando minha circulação é ativada), pedrinhas do chão do parque pulavam para dentro do meu tênis. Concluí meu objetivo: caminhei 45 minutos. Mas contei cada minuto que não passava e decidi que o menos pior ainda é voltar a reativar a esteira aqui de casa, que anda abandonada, a pobre. Pelo menos estou encerrada eu comigo mesma no quartinho e posso proferir toda sorte de maldições durante os 45 minutos sem ter ninguém como testemunha.
NINGUÉM MERECE OUVIR E VER A CENA
Eu adoro caminhar. Mas adoro caminhar a passeio. Adoro observar a paisagem ao redor. Nas viagens, posso passar o tempo todo caminhando. Se me convidarem para ir a pé a algum lugar, sou a primeira a pular do sofá. Eu adoraria caminhar por aí e topar com as obras do artista alemão Tineke Meirink, já ouviu falar? Eu, até então, nunca. Ele é especializado em arte de rua. Fotografa situações corriqueiras das paisagens das cidades (postes, muros, pontes, casas, manchas…) que tenham potencial para serem transformadas em figuras e completa digitalmente a imagem. O resultado é muito divertido.
Olha!
(Da série “as imagens valem mais do que mil legendas).
O antes e o depois em cada uma delas!
NÃO SÃO GENIAIS???!!!