Arlecchino, a sorveteria que é o maior fenômeno do Uruguai

Sou vizinha da sorveteria Arlecchino aqui em Punta. Entra verão, sai verão, já faz alguns anos que observo a movimentação que costuma formar-se ali em frente. Não tem muito horário, sabe assim? Sempre tem gente – bastante gente. Mas à tardinha e na madrugada, digo lá pela meia-noite/1h, pouco antes da Arlecchino fechar suas portas, a fila é absurda. E é uma fila que vem ficando a cada ano maior. Se a Arlecchino já era um sucesso, posso afirmar que neste 2015 tornou-se um fenômemo do verão uruguaio.

woman-question7O QUE A ARLECCHINO TEM, MARIANA?

Pois aí é que está. O que será que a Arlecchino tem que as outras não têm? Complicado dizer que se trata de um sorvete diferenciado quando Punta também oferece várias heladerias Freddo e a deliciosa Volta, em Manantiales. Eu arrisco dizer que a Arlecchino tem, sim, o melhor sorvete de Punta. E afirmo com certeza o que ela não tem: ostentação. É uma sorveteria localizada no final da Avda. Gorlero e raramente ouve-se português por perto. É tradicional dos uruguaios e argentinos e nela hay de todo – de crianças a avós. É uma sorveteria família, sabe assim? Ponto de encontro de veranistas, não de turistas. Este é um de seus grandes diferenciais.

Segunda-feira à noite, na volta do jantar no Lo de Charlie, até tentamos matar o desejo de comer o sorvete da Arlecchino pela primeira vez. Só que a fila estava maior do que eu jamais havia visto. Ontem, com o tempo ruim, achamos por bem tentar outra vez. Calculamos que o horário estava propício e que não encontraríamos a Arlecchino lotada. Pois as fotos não me deixam mentir.

Olha!

arlecchino1Entrei pela porta lateral e fiz essa foto da fila que chegava a tapar o caixa e saía porta principal afora da gelateria. Olha o público ao qual me referia: mulheres, homens, crianças, carrinhos de bebê, adolescentes…. Hay de todo!

arlecchinoDo mesmo lugar, a foto de outra perspectiva. As pessoas aglomeradas em frente à vitrine de sabores esperando a chamada do seu número. Outra coisa que eu falava: a absoluta falta de ostentação da sorveteria. Na Arlecchino, sorvete não está na moda. Está na vontade de comer diferenciado

arlecchino3 Olha quem eu achei ali na fila! Um cachorrinho!! Será que é ele mesmo? O xerife? O comendador? O Bento, ele mesmo? Um zoom, um zoom, um zoom, por favor!!!

arlecchino4MEU DEUS!!!
É ELE MESMO!!!

bento1
ELA SÓ PODE ESTAR DE SACANAGEM

felizHE HE HE

Pedi que Bento e Chico esperassem na fila para fazer esses registros do fenômeno da Arlecchino, que não me deixam mentir. É essa aglomeração TODOS OS DIAS. Achamos que merecíamos comer dois sabores. Chico disse que pediria frutas rojas e chocolate amatgo. Eu falei que queria chocolate amargo e dulce de leche super. Não, apenas dulce de leche não me bastava. Precisava ser super, pra ser beeeem doce mesmo. Ah, e copinho sempre, já que não nasci com coordenação para comer sorvete em casquinha, sobretudo em Punta del Este, com vento vindo de todos os lados da península.

Passado um tempinho, até que chegasse nossa vez na fila, Chico apareceu com os dois copinhos.
Olha!

arlecchino9OOOOOOOHHHHHH!!!!!
(olha, vocês me desculpem, mas faz 15 minutos que tento desvirar essa maldita dessa foto e não consigo. Bento está na porta me olhando com cara de “é pra hoje ou pra amanhã?”e Chico já deu umas 15 indiretas sobre o atraso do nosso passeio. Assim sendo, peço minhas mais sinceras desculpas, mas não vou tentar pela enésima vez desvirar essa foto desgraçada)

– Te imitei – ele disse, com os dois sorvetes em punho.
– Tu sempre me imita – respondi.
– Tinha acabado frutas rojas.
– Hum…
– É bom esse chocolate amargo, né?
– Muito bom. Beeeem amargo. Contrasta com o doce do dulce de leche super.
– Não existe outra sorveteria aqui com um chocolate tão amargo – ele constatou.
– É verdade.
– O chocolate amargo do Freddo é doce.
– É verdade. Vou até fazer uma foto da cor desse chocolate amargo – falei.

Olha!

arlecchino8BEEEEM ESCURO, BEEEEM AMARGO!
Perdão, de novo, pela foto invertida!
Importante: preço de cada copinho de dois sabores: R$ 8

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Mari Kalil

Mari Kalil

Sou escritora, jornalista, colunista da Band TV e Band News FM e autora dos livros "Peregrina de araque", "Vida peregrina" e "Tudo tem uma primeira vez". Sou gaúcha, nasci em Porto Alegre, vivo em Porto Alegre, mas com os olhos voltados para o mundo. Já morei em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Barcelona. Já fui repórter, editora, colunista. Trabalhei nos jornais Zero Hora, O Estado de S.Paulo e Jornal do Brasil; nas revistas Época e IstoÉ e fui correspondente da BBC na Espanha, onde cursei pós-graduação em roteiro, edição e direção de cinema na Escuela Superior de Imagen y Diseño de Barcelona. O blog Mari Kalil Por Aí é direcionado a todas as mulheres que, como eu, querem descomplicar a vida e ficar por dentro de tudo aquilo que possa trazer bem-estar, felicidade e paz interior. É para se divertir, para entender de moda, de beleza, para conhecer lugares, deliciar-se com boa gastronomia, mas, acima de tudo, para valorizar as pequenas grandes coisas que estão disponíveis ao redor: as coisas simples e boas.

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