Banho de mar: a cura para todos os males é prática de outros séculos

Quem não se sente revigorado depois de um belo mergulho no mar?

Olha, tomar banho de mar já foi uma atividade bastante inusitada na cultura. Banhos, em geral, eram considerados práticas de vaidade e luxúria – e condenados na Idade Média. Mas, aos poucos, isso foi mudando. Graças às observações e estudos da medicina, o banho de mar acabou virando um santo remédio.

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Foi na Europa, mais precisamente na Inglaterra, a partir do século 18, que alguns médicos começaram a constatar as propriedades terapêuticas da água salgada. Alguns dos estudos experimentais da época mostravam que a água do mar tinha efeito positivo para ajudar na cura de resfriados à paralisia, de doenças físicas e mentais. E aí o povo todo tomava o rumo do Canal da Mancha para realizar as suas terapias do mar.

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No Brasil, os índios sempre tomaram banho de mar. O hábito, no entanto, só foi incorporado pela população (não indígena) quando o rei D. João VI precisou se curar com as águas oceânicas. Dizem que ele não era muito chegado no banho, mas como era recomendação médica, teve que ceder. Construiu sua casa de banho, no litoral carioca e lá curava suas feridas. E, como tudo o que o rei fazia virava moda, diversas casas de banho foram abertas no Rio de Janeiro (suas roupas de banho também eram tendência beachwear!).

Retrato_de_D._Joao_VI_-_Gregorius,_Albertus_Jacob_Frans_2D. JOÃO VI: REI DAS TENDÊNCIAS BEACHWEAR

O uso do litoral brasileiro foi inaugurado por D. João VI com a função de cura. Anos mais tarde, os comportamentos praianos foram se transformando, e o ser humano passou a usar o banho de mar para lazer. Hoje, “pegar uma praia” é uma cultura bem complexa e diversificada, que inclui descanso, esportes, gastronomia, festas. Ainda temos muito para falar sobre cultura de praia aqui com a Mari!

Por mais que a saúde não seja hoje o principal motivo para um banho de mar, ele continua tendo o dom energizante. Essa teoria fica ainda mais viva depois de voltar de um feriado na praia e ter curado uma rinite com um belo banho mar. Obrigada, Oceano Atlântico, pelas suas propriedades medicinais!

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Priscilla Guimarães

Priscilla Guimarães

É analista cultural. Gosta de estudar os porquês da vida, o sentido das coisas. Se dedica a entender as formas de expressão e os significados da cultura. Hoje é sócia diretora na City - consultoria de pesquisa em comportamento humano que tem o propósito de trazer novas perspectivas sobre a sociedade para dentro das empresas. Também coordena a Clínica do Subterrâneo, workshops filosóficos organizados pela City, com o objetivo de trazer conhecimento das ciências humanas para as práticas empresariais. Ainda é sócia diretora na Comunidade Criativa, plataforma de co criação de produtos e serviços que une consumidores e marcas. É graduada em jornalismo e mestra em comunicação social. Já trabalhou com produção de TV, redação jornalística e publicitária, planejamento de comunicação e marketing. Foi professora de graduação e pós graduação. Morou em Paris. Faz psicanálise há 13 anos. Faz ballet e treinamento funcional. Pra relaxar, viaja, faz amigos e mergulho amador.

1 Comentário
  1. Amei seu artigo,sobre benefícios do banho de mar. É verdade. É revigorante,nao só o banho, como o cheiro do mar,a brisa, ou até mesmo apenas admirar. Parabéns.b

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