Já disse e repeti mil vezes que minha vida não seria a mesma em qualidade caso a ioga não existisse. Não apenas pelos benefícios que ela proporciona ao corpo, mas, sobretudo, ao poder que tem de mexer com a mente – pelo menos com a minha. Tenho certeza que meu jeito meio low profile de levar a vida deve-se muito à ioga. Ela, definitivamente, me faz mais feliz.
Conheci a ioga quando fui morar na Espanha, em 2003. No momento em que decidi que largaria tudo para uma temporada na Europa, o tudo incluiu também a chatisse da academia. Eu haveria de encontrar algo que me desse prazer, não era possível mais viver só com obrigações. Encontrei a ioga. Fui apresentada à ela por um professor hindu chamado Upendra, até hoje meu maior mestre e um dos meus melhores amigos.
Devo ao Upendra o benefício de ter conhecido a ioga em toda sua essência. Por isso não me conformo em fazer uma aula qualquer. Sou exigente com professores e, nos últimos tempos, descobri que sozinha, em casa, atinjo um estado de plenitude muito maior. Vira e mexe, o Upendra me manda umas aulas em vídeo, e eu sigo. Ou, então, faço a prática com duas professoras americanas, Tara Stiles e Seane Corn, cujos DVDs chegaram direitinho na porta de casa via Amazon.
Estou dizendo que isso funciona pra mim, longe de querer ditar regras. Sobretudo tratando-se de ioga, uma filosofia de vida e uma prática física em que cada um sabe seus limites e até onde pode chegar. Não funcionaria pra mim, por exemplo, uma modalidade de aula que um estúdio em Hong Kong acaba de criar: a Doga, prática de ioga que une cães e donos e que garante “benefícios mútuos”. Sei não.
Tenho certeza que o Bento prefere correr no parque (inclusive, me daria uma dentada se eu resolvesse fazer o mesmo que a dona do salsicha). Já eu não abro mão da minha ioga sem ninguém por perto.