Então cheguei a São Paulo na feliz companhia de meus adoráveis Rivotril. Para o bem de eu não sofrer um surto psicótico e me agarrar na jugular de algum passageiro próximo ao primeiro sinal de turbulência, faço uso da medicação contra o sofrimento nas alturas.
Do aeroporto para o hotel, do hotel para a desarrumação rápida da mala, da mala desarrumada para a van, da van para o Parque Villa Lobos onde se realiza da edição de verão 2015 da SP Fashion Week. Neste meio tempo, consegui comer um sanduiche da TAM e nada mais.
Cheguei ao Parque Villa Lobos com uma folga de uma hora antes de começar o primeiro desfile do dia, da Animale (que acabo de assistir). Fui direto fazer o reconhecimento do ambiente e também dar uma volta na lojinha do SPFW que eu tanto amo. Então, não resisti e sucumbi ao primeiro ataque consumista do dia. Em menos de uma hora em solo paulista eu já dei um jeito de gastar meu pobre suado dinheirinho. Mas foi por uma boa causa.
Comprei outro óculos de madeira, como dá pra ver. Estou viciada em óculos de madeira desde minha maravilhosa aquisição.
São levinhos, protegem muito bem do sol e combinam com tudo – com todos os estilos de roupa. Há um estande da Notiluca dentro da lojinha do SPFW e eu achei por bem garantir o meu outro modelo preferido antes que acabe, pois parece que o povo fashionista está descobrindo agora o prazer de usar um óculos de madeira.
Animale fez um belo desfile. Não foi o mais lindo de todos os tempos, mas teve muitas sacadas criativas e de muito bom gosto, a começar pela cartela de cores escolhida: terra, céu, açaí, tangerina, menta, cimento, café, branco e preto. Essa coisa fashionista para apelidar marrom, azul, vinho, laranja, verde, grafite, marrom mais escuro e branco e preto.
Porque do contrário não seria uma semana de moda, Bentinho. A Animale se propôs a um olhar para dentro do Brasil, e a estilista Priscila Darolt fez um passeio por pontos altos do Norte e do Nordeste através de cores, objetos e histórias. Como o desfile acabou de terminar, ainda não há fotos disponíveis, mas o croquei já ajuda.
Olha!
As rendas renascença, vindas de Pernambuco, representaram grande parte da coleção. Na releitura desenvolvida em couro e seda, elas se misturaram a xilogravuras, que são capturadas da poesia de cordel e das formas contemporâneas da artista Maria Bonomi.
MUITO PRAZER, SOU MARIA BONOMI
Algumas obras da artista!
Os trabalhos manuais apareceram no couro e em corações de tecido desenvolvidos em bordados regionais, que se contrapõem à modernidade dos fios de látex.
Olha o látex chiquérrimo!
As estampas surgiram em alfaiataria e foram projetadas na ráfia de tricô bordada e trançada com palha de seda
A silhueta é feminina, com babados, decotes, vestidos em linha A e cintura marcada
Mais um neste estilo. Olha!
Os comprimentos podem variar do mini ao longo e se harmonizam ao sapato de couro vegetal atanado, que teve seu dorso inspirado em uma escultura trazida da Amazônia
Era isso para o momento. Diante da balbúrdia da sala de imprensa, até acho que consegui fazer algo de útil. Agora saio correndo para os outros desfiles – Tufi Duek e Cavalera. E também para conhecer o estande de O Boticário, onde me esperam. Assim que der, volto para postar. Quero saber se meu cachorrinho está comportado.
Bento?