Ontem à noite, cheguei em casa com o arsenal de medicamentos para o fígado do animal e mais o arsenal de alimentação. O arsenal de medicamentos inclui desde um fitoterápico, passando por medicação humana e veterinária. Alguns devem ser ministrados durante 30 dias, outros por uma semana. O arsenal de alimentação inclui um único tipo de ração: Royal Canin Gastro Intestinal Low Fat.
Olha!
VERSÃO DAS SECAS
VERSÃO DAS ÚMIDAS
Minha maior apreensão era se eu conseguiria dar os remédios para o animal utilizando apenas ração. Procurei não ter nenhum pensamento negativo – e aproveitei que o animal observava curioso a retirada de todos os produtos da sacola. Mostrei para ele qual seria sua alimentação pelos próximos 30 dias e que ele deveria colaborar com a gente no sentido de facilitar nossa vida – e a dele. Imediatamente começou a latir.
ESTAVA DOS CURIOSOS
Peguei um dos remédios, o que ele deve ingerir de 12 em 12 horas, abri a lata de ração, passei o dedo na ração das úmidas, que parece um patê e (surpreendentemente!) tem um aroma maravilhoso (“Vou pegar uma torradinha para comer com ela”, brincou o Chico), e enrolei o remédio com a ração. Me aproximei do nariz do animal e ofereci. E qual não foi a minha surpresa! Engoliu sem piscar. Juro que não acreditei. Me ajoelhei no chão da cozinha e agradeci a todos os santos e ao anjo da guarda que nos protege.
OBRIGADA, SENHOR
OBRIGADA, SENHOR
NÃO SEI COMO AGRADECER, SENHOR
VOU CONSEGUIR VIAJAR MAIS TRANQUILA, SENHOR
ESTOU APAIXONADO POR DAS HEPÁTICAS
Bento adorou a ração. Agora de manhã, tomou todos os remédios sem cuspir. Isso nunca tinha acontecido. Eu não tenho palavras para agradecer aos céus. Não sou daquelas donas de cachorro que conseguem enfiar remédio goela abaixo, sabe assim? Minha mãe consegue – e eu admiro muito quem sabe fazer isso. Mas nunca consegui. Então, cada vez que preciso medicar o animal, esse tipo de apreensão toma conta de mim. Porque, convenhamos, todas sabemos: Bento não tem uma personalidade fácil.
SOU DOS TEMPERAMENTAIS
PELO MENOS ELE RECONHECE
Além de estar apreensiva com o fato de ele comer ou não os remédios com a ração, estava apreensiva também (ainda estou um bocado, confesso) com o fato de, justamente neste momento, eu estar com uma viagem marcada a trabalho. É aquelas coisas da vida, né? Coisas da vida de um pobre bicho. Há anos sonho e planejo conhecer o Peru. Sempre fiquei no quase. Pois agora chegou a hora – e justamente quando o animal precisa de mais cuidado. O fato de ele estar bem de ânimo, de termos começado o tratamento e de ele ter adorado a ração já me tirou um grande peso das costas. Agora preciso apenas deixar as recomendações escritas para a semana em que ficarei fora – e ele será muito bem cuidado pelo Chico e pela Vóva.
EU DISSE PRA ELA QUE VOU FICAR BEM
Sim, ele me garantiu que vai ficar bem. Compadeceu-se do meu sofrimento, ora veja só! Minha rotina muda a partir de hoje. Após a viagem para o Peru (vou fazer um post antes de viajar, na madrugada de sábado, com o roteiro do passeio e transformarei o blog num diário de bordo, portanto preparem-se para vir comigo!), saio em recesso de um mês do comando da revista Donna para escrever meu terceiro livro.
ESTOU MUITO EMPOLGADA
Serão 30 dias hibernada no escritório de casa, produzindo textos sem parar, como aconteceu com o Vida Peregrina. Muitas pessoas me perguntam como funciona meu esquema de trabalho de escrita de um livro em 30 dias, já que até hoje só escrevi livros assim, com a corda no pescoço. Funciona de forma muito simples: o livro tem que sair em 30 dias. Não há muito espaço para devaneios. Portanto, eu monto um calendário de produção dia a dia e colo na parede. A cada dia concluído, marco um “ok” verde ou um “x” vermelho – e o que não consegui concluir no dia do “x” vermelho, me obrigo a compensar no dia seguinte.
Acordo muito cedo, porque é de manhã que a minha criatividade está no auge. Estou me programando para levantar às 6h, tomar café, começar a escrever, dar uma pausa por volta de 9h, passear com o animal, voltar a escrever até o início da tarde, dar outra pausa para a cabeça, comer alguma coisa e voltar a escrever até por volta de 7h da noite. Daí janto e vou dormir antes das 10h. Preciso de 8h de sono cravadas no relógio. Sem celular, sem e-mail, sem nada. Todo esse tempo encerrada no mais absoluto silêncio.
VAI DAR CERTO
FALA A HASHTAG QUE VAMOS USAR EM SOLIDARIEDADE A ELA, BENTO
#TAMOJUNTO