A dieta Low Carb, que contraria diversos mitos ainda tidos como verdade, tem sido comprovada cientificamente por cada vez mais estudos. Esse estilo de alimentação é mais generoso em gorduras naturais, correta em proteínas de alto valor biológico e mais otimizada em carboidratos. Conforme explica o especialista em nutrição otimizada pela Universidade Estadual de San Diego, EUA, Rodrigo Polesso, após anos de estudos concluiu-se que ao diminuir o consumo de carboidratos refinados e processados, principalmente, e aumentar o de gorduras boas, as pessoas sentem-se mais saciadas e automaticamente acabam comendo menos, pois o corpo se regula.
– Só para citar uma dessas pesquisas, em 2014 o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos testou dietas de baixa gordura e de baixo carboidrato em 150 homens e mulheres por um ano, e o grupo que restringiu carboidratos perdeu praticamente o dobro do peso e tinha uma propensão maior a perder peso a partir do tecido adiposo – resume.
Mesmo assim, a alimentação Low Carb ainda é uma novidade e causa dúvidas entre as pessoas. Por isso o especialista listou os sete maiores erros sobre esse estilo de vida, que devem ser esclarecidos para as pessoas não interpretarem a dieta de forma errada. Vamos ver?
DIETA LOW CARB: AUMENTO DE GORDURAS BOAS E MAIS SACIEDADE
1. Não buscar entender a base metabólica
Segundo Polesso, uma das dúvidas mais frequentes entre as pessoas é se determinado alimento pode ou não pode. “Todos os alimentos são divididos em três macronutrientes: gordura, proteínas e carboidratos. Quando você entende pelo menos a essência de como o corpo metaboliza cada um deles, você começa a responder sozinho se um alimento pode ou não, independente da quantidade calórica”, esclarece. Ele conta que, ao entender isso, as pessoas passam a ter liberdade e conseguem avaliar sozinhas a qualidade dos alimentos.
2. Exagerar
Rodrigo explica que a alimentação Low Carb é mais baixa em carboidratos e prioriza gorduras, porém as pessoas tendem a acreditar que essa dieta também é alta em proteínas, o que não é verdade. “As pessoas costumam exagerar nas proteínas, quando na verdade o consumo deve permanecer normal”, declara. Outro ponto que o especialista explica é que as pessoas pensam que podem comer gordura “no tablete”, como se fosse um picolé, ou que precisam cortar o carboidrato em 100%. “As pessoas acabam entendendo isso tudo de uma forma muito simplista e acabam exagerando no consumo ou corte de alimentos”, conta.
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3. Continuar tentando controlar a quantidade
O especialista conta que a maioria das pessoas está presa no paradigma quantitativo da alimentação, ou seja, elas pensam que vão emagrecer se comerem em menor quantidade e focam nisso. No entanto a ciência comprova que muito mais importante é a qualidade dos alimentos. “Quando você ajusta a qualidade do que come, a quantidade vai se ajustar por si só”, explica.
4. Tirar conclusões muito cedo
Polesso explica que, como qualquer processo, uma alimentação saudável também precisa de um período de adaptação. Ou seja, se a pessoa está seguindo uma dieta alimentar ruim há 20, 30 ou 40 anos, ela pode não perder o peso que esperava assim que muda para a alimentação Low Carb, e assim acaba tirando uma conclusão muito cedo, ignorando o período de adaptação. “É importante conversar com o seu nutricionista para saber o que esperar antes de começar o processo, e então, quando se deparar com esse tipo de situação, você consegue entender que é algo normal, antes de tirar conclusões precipitadas”, ressalta.
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5. Medo e desânimo
Segundo Polesso, o medo tem muito a ver com a questão de não saber o que esperar. “Vamos supor que você está acima do peso, se sentindo mal, sem conseguir processar suas ideias, e então começa a fazer uma alimentação Low Carb. No começo você não irá saber o que esperar, logo, ao encontrar qualquer obstáculo, ficará tentado a desistir”, explica. O especialista enfatiza que se aprenda o porquê das coisas antes de tudo. Aconselha também que, nessa situação, após entender algumas dicas do processo, pode surgir alguma vontade de comer um pão, ou sentir-se desanimado uma vez que o metabolismo está em processo de adaptação, e a pessoa acaba desistindo de tudo, por medo de não dar certo. “É comum as pessoas acreditarem então que a dieta não dá certo, que não funciona, ou então se culpam por não terem conseguido, quando tudo na realidade está funcionando e o corpo se adaptando gradativamente.”, conta.
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6. Ceder às pressões sociais externas
Para Polesso, esse ponto é muito importante. “Se você tem plena confiança da sua decisão de começar a seguir um estilo de alimentação saudável, mas não se abasteceu de conhecimento, você vai tender a ceder às pressões externas”, conta. Assim, ele explica que um estilo de alimentação saudável precisa fazer sentido para a pessoa, pois dessa forma ela irá criar um escudo contra as pressões externas. “O conhecimento científico é um dos principais aliados neste momento e é por isso que eu foco em disseminá-lo de forma simples e direta para que toda pessoa do dia a dia possa absorvê-lo”, ressalta.
7. Não saber dosar as expectativas
O especialista ressalta que o ser humano, apesar de ser similar em sua essência, possui muitas diferenças, e o impacto da alimentação na saúde varia muito de acordo com o estilo de vida de cada um. “Talvez você seja uma pessoa que comece a perder peso mais devagar. Outras pessoas podem perder bastante peso logo no começo, mas no final do processo os dois tenderão a alcançar o mesmo objetivo”, ressalta.