Desde o fim do relacionamento com Brad Pitt, desde que foi “trocada” por Angelina Jolie, como até hoje adora afirmar a imprensa marrom, Jennifer Aniston vive na mira dos paparazzi de plantão. Perseguida, fotografada, indagada. Repórteres, editores, fotógrafos de celebridades só querem saber quando ela vai casar, com quem, quando vai ter filhos. Passados longos anos, Jennifer casou, em agosto do ano passado, com Justin Theroux, em uma cerimônia privada. A mídia não se deu por satisfeita. Desde o começo do verão nos Estados Unidos, estão embrenhados em perseguir a atriz com lentes em formato de canhão para descobrir se a barriga cresce e se ela, enfim, terá um herdeiro.
“Ela está grávida”, contou um amigo do casal à publicação “In Touch”. “Ela e Justin estão em êxtase! Jen queria ter um bebê com Justin há anos. A notícia da gravidez veio em um momento ruim na sua vida, já que ela acabou de perder a mãe e passou por uma crise com Justin. Mas agora esta gravidez surpresa transformou o pior dos tempos no melhor deles”, afirmou a fonte da revista. Para o jornal inglês “Metro”, o agente da atriz desmentiu a informação e limitou-se a dizer: “Jennifer não está grávida”.
REPRODUÇÃO DA CAPA DA “IN TOUCH”: AFIRMAÇÕES FALSAS SOBRE A GRAVIDEZ
Em meio a tantos rumores, a atriz de 47 anos fez um longo desabafo ao Huffington Post e iniciou sua reflexão relatando as perseguições que ela e o marido sofrem:
– Eu não estou grávida. Eu estou farta – disse. – Eu não gosto de dar energia para o negócio que vive de mentiras, mas queria participar de uma conversa mais ampla, que já começou e deve continuar.
JENNIFER ANISTON E JUSTIN THEROUX: PERSEGUIÇÃO IMPLACÁVEL
Leia trechos traduzidos do desabafo da atriz:
“O mês passado, em particular, iluminou minhas ideias no que diz respeito ao quanto nós definimos o valor de uma mulher com base no seu estado civil e materna. A enorme quantidade de recursos gastos pela imprensa tentando simplesmente descobrir se estou ou não estou grávida aponta para a perpetuação desta noção de que as mulheres são de alguma forma incompletas, sem sucesso, ou infelizes, se não estão casadas e com filhos. Neste último período de notícias sobre minha vida pessoal, houve fuzilamentos em massa, incêndios florestais, as principais decisões do Supremo Tribunal.
Aqui era onde eu queria chegar: estamos completas com ou sem uma companhia, com ou sem um filho. Nós começamos a decidir por nós mesmas, o que é belo quando se trata de nossos corpos. Essa decisão é nossa, e só nossa. Vamos tomar essa decisão por nós e para que as jovens mulheres neste mundo olhem para nós como exemplos. Nós não precisamos ser casadas ou mães para sermos completas. Nós começamos a determinar nosso próprio ‘feliz para sempre'”.
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Se eu sou algum tipo de símbolo para algumas pessoas lá fora, então, é claro que sou um exemplo de como nós, enquanto sociedade, enxergamos as nossas mães, filhas, irmãs, esposas, amigas e colegas. A maneira como sou retratada pela mídia é simplesmente um reflexo de como vemos e retratamos as mulheres em geral, avaliadas de acordo com um padrão distorcido de beleza. É um acordo subconsciente. Nós estamos no comando do nosso acordo. As meninas em todos os lugares estão absorvendo o nosso acordo, passivamente ou de outra forma. E isso começa cedo. As meninas recebem uma mensagem dizendo que não são magras o suficiente, que não são dignas de nossa atenção, porque não se parecem com uma modelo ou atriz da capa de uma revista. É algo que estamos todos comprando com boa vontade. Usamos notícias de celebridades para perpetuar essa visão desumanizante de mulheres, focada apenas na aparência física. ‘Ela está grávida? Ela está comendo demais?'”.
O que pode mudar é a nossa consciência em relação às mensagens tóxicas dentro destas histórias. Eu não estou grávida, eu estou farta”.
Em minha coluna na revista Donna, do jornal Zero Hora, de Porto Alegre, abordei tema semelhante.
CARD DIVULGADO COM TRECHO DA COLUNA
O texto completo pode ser lido AQUI
Mariana,
A receita para a felicidade está pronta, não é?! Você tem que seguir os padrões e terá uma vida feliz. Pronto! Mas quanta besteira mesmo! E, sobre a decisão de ter ou não filhos, não vejo nenhum motivo que possa levar uma mulher a tê-los que não seja a própria vontade. Sou mãe e tenho total consciência disto. Maternidade deveria ser sempre uma escolha, consciente e segura. Como bem escreveu Elizabeth Gilbert “A maternidade é como uma tatuagem na testa, você tem que ter certeza que deseja fazê-la”.