Mais do que corte ou cor, o cabelo deve refletir a alma que habita em nós

Das muita sugestões que chegaram até minha pessoa por meio de vocês, nobre e queridas leitoras, amigas fiéis de todas as horas, a respeito de assuntos para serem contemplados neste nobre espaço que vem a ser meu blog-diário Por Aí, uma delas contemplarei agora. A primeira, contemplei em minha coluna da semana retrasada na revista Donna (felicidade) e a terceira (meditação) contemplarei no próximo fim de semana da edição. Sobre o que vou falar agora? Cabelo branco. Por quê? Porque cheguei em casa agora há pouco, esbaforida e quase sem ar devido à umidade relativa do ar de Porto Alegre, que bate quase na casa dos 100% (isso aqui parece a Amazônia) e topei com uma antena branca saindo do meu cocuruto em direção ao teto do elevador.

hysteria23DE NOVO, NÃO!!

“De novo?”, pensei. “Mas quando foi que eu sentei na cadeira da Bê para ela sumir com esses malditos?”, continuei pensando. “Já faz um mês?”, não cheguei a nenhuma conclusão. O elevador parou no terceiro andar (bem feito, devia ter subido de escada), e eu continuava olhando para aquela antena arrepiada naquele espelho de elevador horripilante. Abri a porta de casa, peguei o rumo do corredor, do corredor virei em direção ao closet, chutei o Croc que jazia no meio do ambiente, agarrei uma pinça e extirpei aquela antena que aos meus cabelos não pertencia.

homem-vade-retroVADE RETRO, SATANÁS

Quando várias leitoras sugeriram o assunto cabelo branco, não foi sob este enfoque de terror, pelo contrário. Foi sobre a liberdade de deixar a cabeça grisalha. “Fala sobre mulheres que assumem seus cabelos brancos”, escreveu a Patricia Dalcin. “Concordo”, falou a Claudia Colares. “Assumir os brancos realmente envelhece?”, perguntou. E por aí foi. Bom, diante do meu relato sobre o ocorrido agora há pouco, acho que podem ter uma ideia do que penso de cabelo branco para mim, não é mesmo?

hysteria23VISÃO DO INFERNO

Calma, muita calma nessa hora. O que eu tenho como bonito para mim não significa que tenha como bonito para os demais. Posso dizer que demorei muitos anos para entender qual é o cabelo que mais combina com a Mariana. Quando falo em combinar com a Mariana, não estou dizendo que é aquele cabelo que fico mais bonita aos olhos dos outros. Pode ser até que não!  Mas sim é aquele cabelo que me representa, que faz com que me olhe no espelho e entenda que, sim, esta é a melhor representação de quem eu sou por dentro.

+MARI KALIL: A cor do meu cabelo matará de inveja as estrelas de Hollywood

Já tive cabelo joãozinho, já cortei franja, já repiquei, já deixei pelo ombro, já fiz de tudo. Porém, dentre todos, o cabelo que fala por mim é o cabelo que tenho agora: compriiiiido e com mechas nas pontas. Quase uma maria madalena, sabe assim? Sem camadas, sem modernices, sem nada. Comprido e inteiro mesmo. De preferência lavado à noite para dormir úmido e acordar com movimento.

mariana cabelo1MEU CABELO DEPOIS DE DORMIR ÚMIDO
Foto tirada no dia do vídeo em que recebi as sugestões!

Eu sei que há um sem número de contra indicações sobre dormir com cabelo úmido, mas este é assunto para outro post – e não é sempre que faço isso. Não percamos o foco. O tema agora é o tal “pode” e “não pode”. Se as mulheres podem assumir os cabelos brancos? Óbvio que podem! Se cabelo branco envelhece? Depende de como você se sente ao se olhar no espelho. Eu me sinto envelhecida e por isso passo tonalizante na raiz. Mas minha querida amiga Mariele Salgado não se sente assim. E deixou a cabeça toda branca. Mariele é mais moça do que eu – e é linda e estilosa.

Olha!

MARI 92_8373835913523379487_nME DIZ SE NÃO É PURO CHARME?
Vocês por acaso acham que a Mari está se sentindo velha?
Óbvio que não! Está se sentindo ótima!

Me digam se a Mari não passa a impressão de que está feliz com quem vê no espelho. Sim, está. Porque ela encontrou o seu próprio estilo – e ele passa pela cabeça grisalha. Acho impressionante essa relação íntima que as mulheres têm com seus cabelos. Talvez isso explique a proliferação de salões de beleza mesmo em épocas de crise. O cabelo é determinante para o nosso bom (ou mau) humor, para a nossa auto (ou baixa) estima. Investimos no cabelo, lemos tudo sobre cremes, shampoos e tratamentos, pedimos para o cabeleireiro cortar igualzinho ao cabelo da atriz da novela, mas jamais, jamais, jamais ficaremos iguais a ela. Pelo simples fato de que somos todas diferentes por dentro – e o cabelo nada mais é do que o reflexo da nossa alma diante do espelho.

+MARI KALIL: Mari, seu cabelo está tão lindo… Conta a técnica do blog? Aqui está!

Por que Gisele Bündchen nunca mudou o cabelo? Porque ela se encontrou neste estilo. Gisele sente-se Gisele com seu indefectível cabelo ondulado e com mechas. Por que todas querem o cabelo de Gisele? Porque ela é feliz assim. Porém, por mais que a gente possa se aproximar de ter um cabelo como o de Gisele, este cabelo não trará a felicidade da modelo a reboque para nossa vida. Gisele é bonita também porque encontrou seu estilo – e isso a faz feliz. E é esta felicidade que a faz ainda mais linda.

Gisele-Bundchens-hairOU NÃO É?

Sabe o que acontece muito comigo? Bom, em primeiro lugar afirmo ser uma pessoa extremamente observadora. Costumo observar, portanto, homens e mulheres com esses cabelos moderninhos, repicados, cheios de musse, gel, coloridos e tal. A primeira impressão que muitos passam é a de que são pessoas destemidas, de vanguarda, modernas, cosmopolitas e tal. Só que, na maioria das vezes, depois de engatar a conversa, mostram-se tímidos, inseguros, ambivalentes. Isso não aconteceu uma nem duas vezes comigo. Mas váááárias! Adolescentes, principalmente, costumam buscar a autoafirmação em cores vibrantes de cabelo.

Emo-Fashion-HairstylesOU NÃO É?

Para concluir, tenho a dizer o seguinte: use o cabelo que quiser, do comprimento que quiser, da cor que quiser. Grisalho? Ótimo. Ficou feliz? Melhor ainda. Grisalho pintado de grisalho ou grisalho natural? Tanto faz. O natural é bonito? Ótimo. Sem paciência de deixar o cabelo branco crescer até dominar toda a cabeça? Há tinturas cinzas ótimas! Experimenta! O máximo que vai acontecer é passar um tonalizante por cima depois. Há coisas bem menos remediáveis nesta vida, vai dizer?

happiness valeVÁ SER FELIZ COM O CABELO QUE A DEIXE FELIZ!

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Mari Kalil

Mari Kalil

Sou escritora, jornalista, colunista da Band TV e Band News FM e autora dos livros "Peregrina de araque", "Vida peregrina" e "Tudo tem uma primeira vez". Sou gaúcha, nasci em Porto Alegre, vivo em Porto Alegre, mas com os olhos voltados para o mundo. Já morei em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Barcelona. Já fui repórter, editora, colunista. Trabalhei nos jornais Zero Hora, O Estado de S.Paulo e Jornal do Brasil; nas revistas Época e IstoÉ e fui correspondente da BBC na Espanha, onde cursei pós-graduação em roteiro, edição e direção de cinema na Escuela Superior de Imagen y Diseño de Barcelona. O blog Mari Kalil Por Aí é direcionado a todas as mulheres que, como eu, querem descomplicar a vida e ficar por dentro de tudo aquilo que possa trazer bem-estar, felicidade e paz interior. É para se divertir, para entender de moda, de beleza, para conhecer lugares, deliciar-se com boa gastronomia, mas, acima de tudo, para valorizar as pequenas grandes coisas que estão disponíveis ao redor: as coisas simples e boas.

1 Comentário
  1. Mari adorei o post e concordo contigo, cabelo independente de moda, deve refletir a pessoa. Lembro de há algum tempo ter lido uma entrevista (acho) da Costanza Pascolato em que perguntada do porquê usar diariamente o mesmo cabelo/óculos ela respondeu por essa mesma linha: da evolução de encontrar-se neste estilo e de usá-lo diariamente por sentir-se bem e confortável com ele. Great minds think alike 😉

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