Em que momento você, querida leitora, escolhe a roupa que vai vestir? Na noite anterior, deitada na cama antes de apagar a luz do abajur? De manhã cedo, enquanto escova os dentes ou enquanto engole o café? Ou enquanto toma banho? De minha parte, quando tenho um compromisso fora das quatro paredes desta vida de home office, penso no que vou vestir em todos esses momentos. Varia. Às vezes, me ensaboando no banho, às vezes sem nem me dar conta do que estou comendo, às vezes durante o passeio com Bento e Papaqui, às vezes antes de dormir (o resultado sempre dá mais certo). Depende. Depende das outras ocupações que estão naquele momento entupindo meu pobre cérebro.
ELAS ESTÃO FICANDO CADA VEZ EM MAIOR NÚMERO
ELA ANDA MEIO ATRAPALHADA DAS IDEIAS
Pois venho por meio desta dizer que uma pesquisa encomendada pela rede de lojas inglesa Marks & Spencer constatou que, em média, as mulheres gastam 17 minutos para se arrumar todos os dias de manhã. Das duas mil pessoas ouvidas, quase metade admitiu já ter chegado atrasada ao trabalho porque perdeu tempo escolhendo a roupa. Sei bem o que é isso, sobretudo quando se está acima do peso desejado. Isso, minhas caras amigas e leitoras, é a visão do inferno!
Tirar e botar uma roupa – e depois a outra e a outra e a outra – e constatar que nada fica bem é um dos piores coices na autoestima da gente – pelo menos na minha. E a irritação, então? Me diga se não dá uma neurastenia profunda não conseguir sair do closet enquanto o tempo urge lá fora e as horas vão passando?
Pois fiquei sabendo que não estou sozinha nesse horroroso sentimento. O estudo revelou que cerca de 62% das mulheres têm acessos de raiva quando procuram o que vestir antes de sair de casa. A questão é tão séria que chega a alterar o humor de 15% dos participantes da pesquisa. Ainda de acordo com os pesquisadores, o estresse matinal causado pela “luta” contra o guarda-roupa é culpado pelos atrasos de uma em cada 10 pessoas.
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A pesquisa também mostrou que uma mulher em cada 20 chegou a cancelar algum encontro ou compromisso porque ficou refém dentro do closet. Eu já pensei nisso muitas vezes, durante os momentos de cólera, mas enfiei qualquer pretinho básico e saí porta afora espumando de ódio. O mais surpreendente não é que eu ou as pesquisadas não temos o que vestir. Geralmente, roupa é o que não falta no armário. O problema é o tilt no cérebro mesmo, sabe assim? Tem um momento em que parece que os neurônios param de conversar entre si e nada veste.
Os pesquisadores xeretaram até mesmo dentro dos closets das entrevistadas e confirmou-se que, apesar da clássica frase “não tenho nada para vestir”, cada uma das mulheres ouvidas têm em média 152 peças no armário. Porém, só 44% são usadas regularmente.