Cheguei em casa dia desses e a Vogue de abril estava em cima da mesa do escritório. Assinei a Vogue impressa há uns dois anos e faz quase um ano que tento cancelar e não consigo. O mesmo acontece para a edição digital do jornal O Globo. Um verdadeiro inferno. Mas este é um outro assunto que merece um outro post. O tema agora é a capa da revista Vogue de abril.
Olha!
ESTA É A FOTO DE CAPA SEM AS DEVIDAS APLICAÇÕES DE LOGO, CHAMADAS E AFINS
São 10 estrelas da televisão brasileira que a revista escolheu para prestar homenagem aos 50 anos da TV Globo. Trata-se de uma daquelas capas duplas que se desdobram em duas, estilo Vanity Fair…
Esta é a primeira capa, que fica visível nas bancas. Traz Fernanda Lima, Fernanda Montenegro, Renata Vasconcellos, Camila Pitanga e Glória Pires…
Esta é a segunda capa, que fica dobrada atrás da primeira. Traz Gloria Maria, Paolla Oliveira, Angélica, Malu Mader e Grazi Massafera
Achei legal a ideia da revista e imaginei a guerra de egos que não deve ter sido selecionar apenas 10 atrizes de um amplo universo de estrelas (apenas Renata Vasconcellos, minha musa-mór, é do jornalismo da emissora). Sentei na cadeira do escritório, abri a revista e comecei a observar melhor figurinos e afins. Vi que a imagem foi clicada por uma papisa no assunto, a fotógrafa alemã Ellen von Unwerth. Jogo de cores e estética incrível. Mas uma coisa me chamou muito a atenção – algo que não acho mais cabível nos dias de hoje em uma publicação feminina: o exagero no Photoshop.
Pelo visto, meu estranhamento não foi único. Na conta da revista no Instagram, uma saraivada de críticas de seguidores se fez valer. “Adorei o Photoshop todo kkkk”, falou uma; “Galera da Vogue, pega mais leve no PS! Tá puxado, muito puxado!!”, escreveu outra; “Pra que tanto Photoshop? A Gloria Maria está toda esticada”; “Camila Pitanga tão branca que quase nem reconheci”; “A única coisa diferente que vi nessa capa foi a Fernanda Montenegro 20 anos mais moça”.
NÃO DÁ PRA TIRAR A RAZÃO DAS CRÍTICAS, VAI DIZER?
Entendo o Photoshop como ferramenta para corrigir algumas mínimas imperfeições, ou manchas, sutilezas, enfim, principalmente em capas de publicações femininas e editoriais de moda em que a estética é bastante importante. Mas a maneira como o Photoshop tem sido utilizado ultimamente passou de todos os critérios e limites. Serve para tirar barriga, eliminar rugas, definir silhuetas, rejuvenescer (às vezes, até aleijar) – apresentar uma perfeição que não existe. E o consumidor há muito deixou de ser o bobo da corte. Ninguém mais acredita em tudo o que vê.
OU ACREDITA?
ACREDITA?
OU NÃO ACREDITA?
ACREDITA?
OU NÃO ACREDITA?
ACREDITA?
ACREDITO!!!!!