Minhas queridas leitoras e amigas me perguntam se sobrevivi ao percurso de bicicleta de ontem. Sim, queridas, obrigada pela preocupação. Eu sobrevivi. Sobrevivi ao jejum, sobrevivi ao calor dos infernos, sobrevivi ao fedor do Arroio Dilúvio evaporando seu cheiro fétido sob o calor dos infernos, sobrevivi à bexiga cheia sem poder ir ao banheiro, pois precisava estar com a bexiga cheia para fazer o exame de ultrassonografia. Enfim, sobrevivi aos mais de cinco quilômetros de bicicleta de volta do Morro Santa Teresa sem nenhuma faca na garganta ou revólver na cabeça – e ainda em jejum, com fome e sem poder ir ao banheiro.
Agora, me perguntem:
– E aí, Mari? O que o vendedor da loja de bicicletas disse quando vocês chegaram com as bicicletas para revisão?
Eu respondo:
– Sabem o que ele disse?
– O que, Mari?
– Essas bicicletas são novas, não são? – ele disse.
– Sim – respondeu o Chico.
– Pois é…. – ele falou, coçando a orelha. – Precisam de revisão?
– Sim – insistiu o Chico. – Já faz um ano que temos elas.
– Estão bastante conservadas, hein? – observou o vendedor. E emendou, olhando para a minha cara:
– A tua bicicleta está com algum problema?
– Não, nenhum – respondi.
– Quando tu troca a marcha… Assim… Tá tudo certo? – ele quis saber.
– Sim, tudo certo.
– Tu não encontra nenhuma dificuldade na hora de trocar a marcha? – insistiu o Chico, olhando para mim.
– Nenhuma. Está tudo ótimo.
– Sei… – disse o vendedor.
– E a tua? – perguntou ele para o Chico.
– Ah, eu sim! Quando troco a marcha ouço um barulho estranho…
– Hummm… – respondeu o vendedor, tentando ver motivo para revisar as duas bicicletas.
É ÓBVIO QUE NÃO PRECISAM DE REVISÃO!
TU FEZ ESSE ESCÂNDALO NA LOJA?
Sabem em que consiste uma revisão de bicicleta? Consiste em desmontar a coitada inteirinha! Para que desmontar a pobre bicicleta que está um Porsche de boa? Porém, eu não quis ficar dando contra, sabe assim? Deixei lá o Chico negociando com o vendedor o desmanche das duas bicicletas e fui ver umas cestinhas para colocar na bicicleta do Chico, pois precisamos transportar a Papaqui.
Sim, além de incorporar o vocabulário do animal, Papaqui anda reclamando que está das excluídas dos passeios de bicicleta, porque aquela bicicleta que tem a cesta que suporta o peso da Gorda não é nossa, fica lá em Punta del Este. Agora temos que achar uma cesta compatível ao peso e tamanho da Papaqui.
Se a Gorda controlasse um pouco o apetite, seria mais fácil. Mas a Gorda é boa de garfo, sabe assim? Gosta da coisa. Tudo bem que coma, apesar de eu estar regulando a quantidade para ver se emagrece um pouco, já que pode prejudicar a saúde dela. Mas o que a Papaqui precisa entender é que a necessidade do exercício físico é fundamental. Nem parece que ela tem três anos e o cara tem 15. Bento sobe a Coronel Bordini todos os dias de manhã como se tivesse motor 6.0 nas patinhas. Já a Gorda….
Pede água, joga o corpo para trás para não ser arrastada, faz o maior fiasco. Mas percorre todo o caminho, nem que seja a cabresto. Quer comer? Então vai ter que caminhar.
Por falar em pisada das grandes, pisada das grandes mesmo é aquele monte de óleo de cozinha no supermercado, já viram? Pois agora que não assisto novela das nove e tenho tempo de sobra para fazer o que quiser, resolvi, ontem, primeiro dia da alforria do horário nobre, pesquisar sobre óleos bons e óleos ruins. Afinal, de uma vez por todas, qual é o óleo certo para cozinhar? Descobri preciosidades na série da BBC Trust Me, I’m a Doctor.
Você pode pensar que é óbvio que frituras feitas com óleo vegetal são mais saudáveis do que se fossem feitas com óleo animal, como banha (o nome é horrível, eu sei…) ou manteiga, certo? Pois reveja seus conceitos, darling! Uma pesquisa realizada pela emissora inglesa em parceria com um hospital da Inglaterra colocou na roda óleo de girassol, óleo vegetal, óleo de milho, óleo de canola, azeite, manteiga e banha animal. Faço questão de reproduzir um trecho da conclusão do estudo publicada na reportagem do site da BBC Brasil:
“Quando você está fritando ou cozinhando em uma alta temperatura (próximo de 180°C), as estruturas moleculares de gorduras e óleos mudam. Acontece o que chamamos de oxidação – elas reagem com o oxigênio do ar formando aldeídos e peróxidos de lipídio. O consumo de aldeídos, mesmo que em pequenas quantidades, tem sido relacionado a um risco de doenças do coração e câncer”.
Então o que o professor e cientista Martin Grootveld e sua equipe descobriram? “Descobrimos que os óleos que eram ricos em poliinssaturados – o de milho e o de girassol – geravam altos níveis de aldeídos.”
ÓLEO DE MILHO (QUANDO AQUECIDO)… PERIGO, PERIGO PERIGO!!!
ÓLEO DE GIRASSOL (QUANDO AQUECIDO)… PERIGO, PERIGO, PERIGO!!
NÃO USAR NENHUM DOS DOIS PARA COZINHAR!!!
FICOU CLARO!??
Já o azeite e o óleo de canola, diz a reportagem, produziram muito menos aldeídos, assim como a manteiga e a banha animal. Motivo: são óleos ricos em ácidos graxos monoinsaturados e saturados, que são muito mais estáveis quando submetidos ao calor.
MAS QUAL É O MELHOR DE TODOS PARA COZINHAR, MARIANA?
Segundo doutor Grootveld, o melhor óleo para fritar e cozinhar é… O azeite!! A pesquisa também sugere que, quando o assunto é cozinhar ou fritar, manteiga ou banha animal são mais indicadas do que óleo de girassol e de milho. Diz o cientista:
– Se eu tivesse que escolher entre banha e poliinsaturados, eu optaria pela banha sempre.
A banha animal, apesar de ter uma reputação de “não saudável”, é, na verdade, rica em gorduras monoinsaturadas. Já quanto aos óleos, ele defende como “óleo ideal” para cozinhar o azeite (tem 76% de lipídios monoinsaturados, 14% saturados e apenas 10% polinsaturados). Mas calma! Não precisa ser o azeite extra virgem, sempre mais caro. Guarde este para temperar saladas e pratos frios. Para cozinhar ou fritar alimentos, pode ser o azeite comum, o virgem. Esclarece o cientista o porquê não gastar mais com o extra-virgem na hora de cozinhar alimentos: “Os níveis antioxidantes presentes em produtos extra virgem são insuficientes para proteger contra a oxidação induzida pelo calor.”
O que foi agora?
COMO NÃO VER NOVELA FAZ BEM PARA ESTE BLOG
Mari eu só usava canola, mas aí li este comentário num blog e parei, olha: “Canola é um novo nome de Colza, um ‘tipo’ de mostarda que foi ou é a mesma planta utilizada para a produção do agente mostarda, gás letal usado de forma terrível nas últimas grandes Guerras Mundiais”. Pesquisei e achei mais estudos dizendo que a Canola era ruim. Na verdade os óleos vegetais, segundo eu li, não são bons como dizem. Assim, parti para o azeite, para banha e na medida do possível eu asso aquilo que pode ser assado, ao invés de fritar. Bjs.
Mariana, não encontrei nenhum estudo dessa importância, mas pesquisei bastante sobre isso também e li em vários lugares que o óleo de amendoim é muito bom para cozinhar…
E o óleo de côco?
E o de côco?
É bom, Marizita! Bjo. MK