Desde que abri a minha agenda para conhecer novas pessoas e compreender melhor as necessidades de posicionamento de suas marcas pessoais, tenho percebido um discurso muito comum: a insegurança sobre a própria carreira. A pergunta é: por que estou fazendo o que estou fazendo?
Alguns ingressaram em uma carreira em empresa como trainees ou logo depois de formados na graduação e se acomodaram no emprego. Outros, autônomos, vivem uma mudança no mercado de trabalho e suas necessidades e já não encontram sentido em suas atividades. Tem ainda os que se percebem perdidos, atropelados pela geração millenial e pela tecnologia ou desconfortáveis com suas situações no mercado de trabalho.
Para esses, não aconselho um trabalho de posicionamento de marca pessoal antes que resolvam suas inquietudes profissionais. Talvez precisem de um coach de carreira ou de vida, o que não sou.
MUDANÇA REQUER CORAGEM E TAMBÉM AUTOCONHECIMENTO
Sei bem que a minha história é inspiradora e que provavelmente as pessoas me procuram seduzidas pela narrativa da minha trajetória de mudança. Já contei e recontei várias vezes que depois de 15 anos trabalhando na mesma empresa senti a necessidade de abrir um novo caminho. Foi na retomada da vida acadêmica, durante um MBA, que aproveitei o investimento em tempo e dinheiro para criar uma possibilidade que não existia. Idealizei uma nova atividade, planejei, mas só virei a chave porque tive certeza do que eu queria fazer. Me imaginei no futuro que eu criei e que hoje é o meu presente.
+LU BEMFICA: De jornalista a consultora, como fiz minha mudança de carreira
Dessas pessoas com quem tive a oportunidade de trocar experiências e, quem diria, dar alguma dica baseada na minha expertise, o que ganhei em troca foi a satisfação de saber que de alguma forma mostrei que é possível mudar. E para essas pessoas e tantas outras que estão em situações como as que mencionei lá no começo, deixo aqui algumas dicas que podem ajudá-las nessa trajetória.
+ Mudar de atividade profissional requer, antes de qualquer coisa, alta dose de autoconhecimento. Procure identificar atividades que você gosta de fazer, que se sente confortável executando. Se não existisse dinheiro no mundo, qual a atividade que você escolheria para desenvolver? A resposta pode ser a chave para esse caminho.
+ Atitudes impulsivas são perigosas. Trace um plano, coloque prazo, preveja investimento em você e no seu plano de mudança.
+ Faça networking na área que você pretende atuar. Reconheça o mercado, converse, pergunte, investigue o terreno. Se puder, faça cursos para ter certeza da escolha.
+ Planejamento financeiro é fundamental para fazer a transição. Começar em uma nova atividade gera custos e provavelmente você não terá entradas suficientes para manter-se durante algum tempo.
E lembre-se: sair da zona de conforto dói. Não é fácil mudar. É preciso muita coragem. Mas a satisfação que dá quando o projeto começa a dar certo e render financeiramente não tem preço.