Todo mundo tem seus dias ruins – e foi esta máxima que me salvou de um salto em queda livre do terceiro andar do meu quarto hoje de manhã. Ah, sim: de cabeça no chão, ressalte-se. Toda mulher tem aquele dia em que simplesmente não consegue se vestir, vai dizer? Nada fica bem. Se o dia está úmido e chuvoso, só piora, pois o cabelo também não ajuda. Então, o que era para ser apenas um contratempo rápido acaba se transformando num caos.

ELA ESTAVA BEM IRRITADA HOJE

Bento bateu na porta do quarto para entrar no momento em que eu já havia desistido de me vestir pela terceira vez. Abri a porta e voltei a sentar na cama, pensando que essa banalidade de colocar uma roupa não podia consumir minha mente e minha energia. Ele ficou ali olhando para mim, resignado pela ausência do passeio em um dia de chuva; eu fiquei ali, com a cabeça apoiada entre as mãos e os cotovelos apoiados nas pernas olhando para ele e pensando que momento patético era aquele que estava criando para mim.

É incrível como funciona a cabeça da gente – e é incrível como a cabeça é capaz de criar situações que podem tomar proporções inimagináveis. Se eu ficasse ali criando um monstro na minha cabeça, certamente teria colocado o pijama e não mais saído do quarto. Mas resolvi vestir qualquer coisa e sair porta afora. Resmungando claro.

SE NÃO RESMUNGASSE, NÃO SERIA ELA

Tomei meu café, trabalhei um pouco no computador, me encerrei no quartinho da meditação por meia hora, tive que ir ao banco abaixo de chuva, um carro passou na esquina da Goethe com a Dona Laura e me deu um banho, eu resolvi soltar o cabelo para ficar um pouco mais descabelada da ventania com chuva, encharquei meu jeans e minhas botas, entrei no carro pingando, quase fiquei sem gasolina na Silva Só, abasteci no Posto Ipiranga, respondi para o frentista que eu não fazia parte do clube Quilômetros de Vantagem, cheguei no trabalho, tomei outro banho de chuva do estacionamento até a redação e aqui estou.

CONTINUA RESMUNGANDO?

Bufando um pouco, sim. Afinal, não estou nos meus dias. Quem nunca? Mas como a ideia é tirar um pouco o foco desta quarta-feira para que ela termine logo e sem muito sofrimento, venho por meio desta dividir uma notícia que muito me alegrou, visto que torço muito para essa empresa chamada Mix Natural. Já contei e recontei que pelo menos uma vez por semana almoço um wrap ou uma salada de lá. Peço pelo sistema de tele-entrega. Pois agora o Mix, que só funcionava em esquema delivery, está abrindo seu primeiro restaurante em Porto Alegre – e fiquei muito feliz.

Olha!

PARABÉNS!!
Pra comer na loja ou pegar para levar!
O endereço: Rua Mariante, 985 (próximo a Protásio)

FALA DE OUTRA COISA AGORA PRA NÃO VOLTAR A RESMUNGAR

NÃO QUERO

PARA DE FAZER MANHA, TU É ADULTA

NÃO SOU

QUANDO EU DIGO QUE ESSE BLOG É UM DESSERVIÇO, ELA BRIGA COMIGO

Mari Kalil

Sou escritora, jornalista, colunista da Band TV e Band News FM e autora dos livros "Peregrina de araque", "Vida peregrina" e "Tudo tem uma primeira vez". Sou gaúcha, nasci em Porto Alegre, vivo em Porto Alegre, mas com os olhos voltados para o mundo. Já morei em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Barcelona. Já fui repórter, editora, colunista. Trabalhei nos jornais Zero Hora, O Estado de S.Paulo e Jornal do Brasil; nas revistas Época e IstoÉ e fui correspondente da BBC na Espanha, onde cursei pós-graduação em roteiro, edição e direção de cinema na Escuela Superior de Imagen y Diseño de Barcelona. O blog Mari Kalil Por Aí é direcionado a todas as mulheres que, como eu, querem descomplicar a vida e ficar por dentro de tudo aquilo que possa trazer bem-estar, felicidade e paz interior. É para se divertir, para entender de moda, de beleza, para conhecer lugares, deliciar-se com boa gastronomia, mas, acima de tudo, para valorizar as pequenas grandes coisas que estão disponíveis ao redor: as coisas simples e boas.