Eu fazia coaching nutricional com o querido Fernando Rebello, que mudou-se para Santa Catarina com a querida Flora, minha ex-professora de pilates. Isso foi há um ano e pouco mais ou menos. Aprendi muuitas coisas incríveis de alimentação com o Fernando, algumas relatadas aqui no blog em alguns posts como O SALMÃO CONQUISTOU MEU RESPEITO e O SMOOTHIE QUE É VIDA. Entre tantas coisas, uma delas nunca esqueci: muitas vezes, quando a gente sente fome, na verdade pode não ser fome, mas sinal de desidratação. Está faltando beber água. Bingo! Faz todo sentido.
:O que é importante ler (e saber) no rótulo das embalagens
:Vai ter mais sucos dentro das caixinhas. Viva!
Dia desses, estávamos na cozinha, Chico e eu, preparando a janta quando o animal adentrou o recinto gritando. Queria comer. Gritou um pouco, eu olhei para a cara dele, perguntei qual o motivo do estardalhaço, ele parou de gritar, dirigiu-se para seu pote de água, bebeu, bebeu e bebeu, deu as costas e foi embora. De novo, a teoria do Fernando fez todo sentido. “Viu?”, falei para o Chico. “Era sede e ele achava que era fome”.
ELA QUE PENSA
Pois andava fazendo minhas leituras matinais nesta manhã de sexta-feira, cuja temperatura aponta para mais verão do que outono, quando leio uma notícia no jornal O Globo que corrobora a tese do Fernando sobre fome e desidratação. Dizia assim: “A desidratação suave pode ser mascarada pela sensação de fome, segundo a Academia Americana de Nutrição e Dietética. A confusão acontece no hipotálamo, parte do cérebro que regula fome e sede: quando a pessoa está desidratada, os sinais ficam trocados e, em vez de beber um copo d’água, a pessoa devora um saco de batatas fritas”.
SABE BEM O QUE É ISSO, NÉ, MARY?
Mary, minha amiga e subeditora aqui de Donna, vira e mexe bebe uma garrafa de água com gás. “Ah, me deu fome, não sabia o que comer e resolvi beber água com gás” – já vi ela dizer e fazer isso um zilhão de vezes. Está certíssima. Há outros fatores que aparentam fome e na verdade não são, o que faz parecer a muitas pessoas que elas estão sempre com fome.
QUAIS SÃO ESSES FATORES, MARIANA?
Quando dormimos pouco, por exemplo. Isso acontece direto comigo: sempre que durmo pouco, tenho vontade de comer coisas que não fazem parte do meu hábito alimentar. Coisas mais pesadas e gordurentas. Pois diz o estudo americano que, quando a pessoa dorme pouco, dois hormônios relacionados ao apetite começam a conspirar contra ela: grelina (que estimula o apetite) e leptina (que promove a sensação de saciedade). A falta da sono também favorece a fadiga grave. O cérebro desesperado por energia provoca ânsia de carboidratos, por exemplo.
DAÍ A VONTADE DELE
Sempre tenho vontade dele quando estou com horas de sono a menos
Outro fator que é ba-ta-ta: já reparou que um biscoito recheado sempre leva a outro? Que o digam as bolachinhas de Oreo, que o digam os Bis. Pois a voracidade é química! O fato de não conseguir parar em uma bolachinha de Oreo só acontece porque, carboidratos simples, aqueles cheios de amido, como biscoito e pães, liberam muito açúcar na corrente sanguínea de uma única vez, fazendo com que, pouco tempo depois, o corpo sinta mais e mais necessidade de açúcar, caindo num círculo vicioso.
AÇÚCAR É VÍCIO, OUVIU?
Quanto mais a gente come, mais o corpo precisa
Por fim, o último fator que nos leva a pensar que estamos sempre com fome tem a ver com medicamentos como antidepressivos e corticoides usados nos tratamentos de alergias e alguns tipos de câncer. Eles são conhecidos por afetar o apetite. “Já a tensão faz com que o sistema aumente a produção de hormônios do estresse – adrenalina e cortisol”, diz a reportagem. Níveis altos desses hormônios enganam o cérebro, que pensa estar sob ataque e pede energia. Ou seja: o cérebro acha que está com fome (quando na verdade você está estressada) e pede comida. Daí, além de estressada, você come o que não queria e engorda.
Como é que se diz mesmo, Bento?
COMO É BOM SER CACHORRO