Reeducação alimentar: a palavrinha mágica para meu jeans voltar a fechar

Eu tinha planejado escrever sobre outra coisa nesta abençoada sexta-feira. Só que os planos mudaram – por um nobre motivo. Aconteceu que eu despertei esta manhã, me espreguicei, levantei da cama, me olhei no espelho com um olho aberto e outro fechado, mezzo descabelada, mas com percepção para observar que, sim, “estou mais enxuta”. Será? Para quem está pegando o bonde andando e não tem acompanhado minha trajetória de reeducação alimentar, explico rapidamente que estou há 20 dias engajada em uma dieta que em nada me faz sofrer, ministrada pela minha querida nutricionista Carina Borges, com o objetivo de perder seis quilos adquiridos sem me dar conta ao longo dos últimos quatro anos.

Então, nesta manhã, sentindo-me mais enxuta, ponderei se não era o momento de subir no banquinho e baixar de cima do armário uma querida calça jeans que foi minha companheira inseparável até esses malditos quilos tomarem conta deste meu corpo que não os pertence. “Vou experimentar para ver se ela voltou a servir”, pensei. “Mas não posso me deprimir se a calça não fechar”, continuei pensando. “Combinado, Mariana? Sem tristeza, ok?”, falei para mim mesma. “Combinado”, respondi. Então subi no banquinho e arrecadei a calça.

Olha!

CALÇADA SÉRIE UMA IMAGEM VALE MAIS DO QUE MIL PALAVRAS

crying2-425x499QUASE CHOREI DE EMOÇÃO

O melhor de tudo é que não precisei deitar na cama e fazer malabarismos e soltar grunhidos. Enfiei a calça, subi o cós até a cintura e plim! O botão fechou magicamente, e ela não ficou esturricada, sabe assim? Nem eu fiquei com aquela bunda e coxas de funkeira que tanto odeio. Nada disso. Fiquei, como se diz mesmo? Ah, sim! Fiquei “slim”. É uma vitória, uma grande vitória. Essa calça não estava passando dos quadris, dá pra acreditar? Se eu fiz programa Pugliesi? Se me inspirei na anoréxica Carol Magalhães? Se segui essas dicas mirabolantes dessas blogueiras fitness? Não, não e não. O que eu fiz, sim, foi buscar a ajuda de uma nutricionista, uma profissional que estudou e se formou na faculdade e tem propriedade para receitar o que sabe que deve ser receitado.

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Então, para compartilhar minha felicidade…. Compartilhei a foto do espelho no Instagram! E o que aconteceu? “Mari, conta tudo sobre a tua dieta!!!”. Agora, portanto, volto a repetir o que escrevi no início deste post: eu não planejava falar sobre este assunto nesta abençoada sexta-feira. Mas, se for para inspirar mais e mais mulheres a seguir por este caminho da alimentação correta, da saúde, do corpo saudavelmente em forma, escrevo, sim. Com o maior prazer.

olivia10-350x4993O ASSUNTO É LONGO

bento1123AINDA BEM QUE A GENTE JÁ PASSEOU

Eu sempre pesei 52 quilos. De uns quatro anos para cá, sem saber como, fui ganhando peso. Um quilo aqui, mais um quilo ali… Resultado: seis a mais. Seis quilos que se concentram, no meu caso, sobretudo nos quadris, coxas e abdômen. O que aconteceu? perdi quase todas as minhas calças – jeans, alfaiataria… Tudo. O curioso é que eu não tenho e nunca tive uma alimentação ruim, pelo contrário! Eu como pouco e gosto de saladas, carnes, frutas, verduras. Não como fritura, não como carboidrato em excesso, não sou de doce, nada disso. Como é que isso foi acontecer, então? Não conseguia entender. Conversei com minha ginecologista, e ela teve que concordar comigo: bastava de engordar. Disse a doutora Maria Celeste:

– Mariana, todas as mulheres precisam ter claro que, a partir dos 40 anos, se não praticarem uma atividade física regularmente, se não diminuírem a quantidade do que comem e não selecionarem com cuidado aquilo que colocam na boca, os quilos vão se acumular. E quanto mais o tempo passar, mais difícil será perder. Eu concordo contigo: chega de ganhar peso. Quando comecei a te tratar, tu pesava 52 quilos. Está agora com 58. A tendência é ir ganhando sem perceber. Acho que chega. Vamos baixar ou pelo menos não ganhar mais? – ela me desafiou.

wonder-woman-1VAMOS

Já fiz muuuuuita dieta louca na minha vida – e acho sinceramente que contribuí para estragar o funcionamento do meu metabolismo. Fiz a dieta da proteína, a dieta do tomate (eu inventei, só comia tomate… Sem comentários, por favor), a dieta da sopa, a dieta dos sucos, a dieta da lua… Tinha lá meus 20 anos e todas trouxeram resultados rápidos. Mas duradouros? Jamais. Só que agora cheguei numa fase da vida em que não quero passar privações, sabe assim? Desde que me operei do câncer de pele que descobri, há três anos, e vi que a vida pode acabar assim, de repente, ali na esquina, quero poder aproveitá-la com as delícias que ela pode me oferecer. Mas mantendo a qualidade de vida e da minha alimentação.

+MARI KALIL: Os erros que estragam o liquidificador e a teimosia que não enxerga o óbvio

Mas por onde começar? Se eu tomo suco verde, se eu como salada, se eu adoro legumes e verduras, se não devoro pratos de macarrão, se rejeito sobremesa, se faço treinamento funcional, ioga, pilates e esteira? O que mais eu poderia fazer? Concluí que talvez eu precisasse de uma organização alimentar. Então, procurei a Carina. Conversamos sobre a minha rotina, sobre minhas preferências, sobre coisas que me nego a abrir mão e chegamos a um modelo de “dieta”, que eu não gosto de chamar “dieta” porque não me sinto privada de nada.

woman-looking-crazy-feature-280x1253SÓ DE UM VINHOZINHO DE VEZ EM QUANDO

Primeira providência
Comer de três em três horas. Confesso que não tinha esse hábito e achava bobagem. Não é. Impressionante como nos primeiros dias eu senti meu organismo entrando nos eixos e voltando a sentir fome nas horas certas – eu era daquelas pessoas que não sentiam fome.

Segunda providência
Beber dois litros de água por dia. Há muuuito tempo atrás eu até bebia, mas deixei o hábito de lado. Faz diferença, sim. Eu me irritava quando via essas celebridades globais dizendo que o segredo da boa forma era beber os tais dos litros. Óbvio que isso não é o único segredo e que elas escondem o resto. Mas ajuda muito, muito. Sobretudo para quem tem problema de circulação e retenção de líquido feito eu. Como eu me organizei? Tenho uma garrafa de um litro sempre comigo. Me coordeno para terminar com ela antes do almoço e depois beber outra igual na parte da tarde. No que isso também me ajudou: a não ter sede na hora das refeições, o que é ótimo, porque não devemos mesmo beber enquanto comemos.

Terceira providência
Parar de comer tudo que é saudável em quantidade. Eu achava que, só porque é saudável, podia comer várias frutas no café da manhã ou toda sorte de legumes e verduras no almoço. Não é assim. Os alimentos precisam ser combinados, e alguns legumes não são tão amigos do emagrecimento como podem parecer. Exemplos? Vagem, cenoura, beterraba, chuchu, ervilha, milho, abóbora e moranga. Devem ser consumidos com moderação, no máximo uma colher de sopa.

Quarta providência
Fruta + castanha do Pará. Sempre que for comer uma maçã, uma pera, uma ameixa, uma laranja, uma banana ou outra fruta qualquer, como também uma unidade (apenas uma!) de castanha do Pará. Ela ajuda a diminuir o índice glicêmico da fruta. Truquezinhos que só as nutricionistas conhecem.

Ahhhhhhh!!FALA DA DIETA EM SI, MARIANA!

Outra coisa que quero deixar muito claro é que eu não acredito em dieta generalizada e não recomendo que as pessoas saiam imitando dietas de outras pessoas. Cada uma de nós tem um estilo de vida. Umas trabalham fora; outras não. Umas têm filhos; outras não. Umas gostam mais de doce; outras não. Umas não vivem sem carboidrato; outras não. Umas têm vida social mais ativa; outras não. Umas amam fazer atividade física; outras fazem por obrigação… Entendem o que quero dizer? Para a gente ver resultados em uma dieta – e, sobretudo, para ser feliz com ela -, precisamos que ela seja criada exclusivamente para a gente. Foi o que a Carina fez. Me ouviu, ouviu, ouviu, perguntou, perguntou, perguntou e criou a dieta da Mariana.

Woman-Asking-Question-20-749x499TU VAI FALAR OU VAI FICAR ENROLANDO?

Eu vou falar porque as gurias estão pedindo, mas eu não quero que me imitem! Quero apenas servir de inspiração para quem está sofrendo com os quilinhos a mais e não sabe por onde começar a perder.

woman-looking-crazy-feature-280x1253ESTÁ CLARO??

business-people-group-shouting1SIM, MARI!!!!

Muito bem, no café da manhã, como meio mamão papaia com farinha de linhaça dourada. Bebo um copo de chá de hibisco gelado. Já dei a receita no post O Estresse que vem com um Texto e as Medidas que se vão com um Chá. Então, em seguida, bebo até duas xícaras de café preto (não gosto de leite e daí falo de novo na particularidade de cada pessoa em ter sua própria dieta) e uma fatia de pão sem glúten (gosto das marcas Bem Nutrir, Maná Sem Glúten, Santa Baunilha e Completo). Em cima deste pão coloco uma colher de sopa de cottage da marca LacFree, da Verde Campo, e duas fatias de blanquet de peru (posso variar com presunto magro, peito de peru ou mesmo um ovo mexido).

cara-de-nojo1OVO MEXIDO EM CIMA DO PÃO, MARIANA?

almondegas16FICA TÃÃÃO BOM!

Olha só, um exemplo prático agora do que mudou na minha vida a reeducação alimentar: neste momento em que vos escrevo, não tenho a mínima fome. Tomei este café da manhã que relatei às 8h30. Agora o relógio marca quase 12h. Passaram-se três horas, portanto. Se eu não tivesse feito a reeducação alimentar, passaria batido e só comeria na hora do meu almoço, lá pelas 14h30 (gosto de almoçar tarde). O que é isso? É errado! Portanto, vou levantar um bocadinho e vou até a cozinha pegar uma castanha do Pará e uma maçã. Este será meu lanche da manhã. A fruta também poderia ser pera, ameixa ou uma xícara de chá de uva.

alto-la121JÁ VOLTO

Olha!

MAÇAMAÇÃ CORTADINHA COM CASTANHA DO PARÁ

Olha onde está a água da minha garrafa de um litro até o presente momento!

AGUAOOOOOOOHHHHH!
Passei da metade! É puro hábito! Depois que a gente acostuma, vive com sede!

Tenho outras opções de lanches da manhã, de cafés da manhã, de almoço, de tudo. Carina me deu três opções de escolha para cada refeição, pra não enjoar, mas vou falar sobre o que é mais frequente na minha rotina.

No almoço, faço a combinação de 150 gramas (quantidade é importante!) de uma proteína magra + saladas e legumes à vontade (tirando aquela turma de legumes que mencionei, que pode apenas uma colher de sopa) + 100 gramas de algum carboidrato, que pode ser arroz integral/batata doce/batata inglesa/batata baroa/massa de arroz/purê de aipim. Carina liberou para comer de sobremesa três rodelas de abacaxi com canela, mas, como disse, não gosto de nada de sobremesa e passo batido.

+MARI KALIL: Quando é impossível escolher apenas um chocolate e uma alpargata

Três horas depois do almoço, hora de comer de novo. Neste horário, costumo sentir vontade de um docinho, um chocolatinho. Não faz muito, fiz um post sobre os chocolates permitidos (está neste link logo acima). Quando estou desesperada, a ponto de matar ou morrer, tenho a liberação para comer 25 gramas de chocolate das marcas Chocolife/Amma/Only4. Caso contrário, gosto de lanchar um mix de oleaginosas (1 noz pecan + 5 amêndoas sem sal + 3 macadâmias) ou mesmo uma banana com cacau e canela (coloco no micro, esmago e misturo tudo!).

nham-nhamNHAM NHAM

Três horas mais tarde – e daí já vai ser à tardinha -, estou liberada para comer o último carboidrato do dia. Tem dias em que, neste horário, meu corpo está pedindo o tal carboidrato, impressionante. Gosto de duas alternativas: pão sírio integral torradinho no forno elétrico (croc, croc croc) com cottage + sardinha ou atum + mostarda Dijon (como uma pizza mesmo) ou iogurte DoTambo sem açúcar e sem lactose.

DoTambo02OI, BONITÃO!

Por fim, à noite, salada e verduras + 100 gramas de proteína. Daí, eu vario: omelete com dois ovos/peito de frango/carpaccio/lombinho… Perguntei para a Carina se, agora no inverno, poderia comer uma sopinha. Liberado: de legumes, de cebola… Mas sempre com uma proteína! Antes de dormir, se estiver com fome, o que raramente acontece, bebo um Yakult e como 10 amêndoas sem sal. Agora me diz: qual é o sacrifício??

shouting-woman1NENHUM!!

Sacrifício, sim, é correr na esteira. Isso é o diabo em forma de sacrifício. Mas é preciso. É o que farei daqui a pouco. Fico me amarrando, me amarrando, mas vou. Depois, fico contente e satisfeita. Combinei com o Luis, meu professor de treinamento funcional, que vou correr na esteira às sextas, sábados, domingos e segundas. Em torno de 30min a 40 min. Segundas e quintas, faço pilates; terças e quintas, funcional. Ioga pratico a meu bel prazer, de preferência à noite, sozinha, no meu quarto da meditação.

httpwpclicrbscombrporaifiles201212sacougifCAPTARAM?

Não adianta só fechar a boca: tem que fazer exercício. De preferência, algum da nossa preferência – em se tratando de aeróbico, algo impossível pra mim. Mas é o preço. Pra finalizar, visto que estou há quase três horas falando de dieta e quero mudar de assunto um pouco, Carina me concedeu duas refeições livres por semana. Costumo usar os créditos no fim de semana, no jantar de sábado e no almoço de domingo. Bebo meu vinhozinho também, minha cervejinha, minha caipirinha. Mas percebi, neste mês, que não fico esperando desesperadamente este momento de comer, sabe assim? Quando posso comer, eu até como, sei lá, uma massa, mas deu. Não me faz aqueeeela falta! E o que é isso? Reeducação alimentar. Isso é o futuro para quem quer ter saúde, uma boa forma física e envelhecer com qualidade de vida.

Woman-confused3QUEM NÃO QUER?

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Mari Kalil

Mari Kalil

Sou escritora, jornalista, colunista da Band TV e Band News FM e autora dos livros "Peregrina de araque", "Vida peregrina" e "Tudo tem uma primeira vez". Sou gaúcha, nasci em Porto Alegre, vivo em Porto Alegre, mas com os olhos voltados para o mundo. Já morei em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Barcelona. Já fui repórter, editora, colunista. Trabalhei nos jornais Zero Hora, O Estado de S.Paulo e Jornal do Brasil; nas revistas Época e IstoÉ e fui correspondente da BBC na Espanha, onde cursei pós-graduação em roteiro, edição e direção de cinema na Escuela Superior de Imagen y Diseño de Barcelona. O blog Mari Kalil Por Aí é direcionado a todas as mulheres que, como eu, querem descomplicar a vida e ficar por dentro de tudo aquilo que possa trazer bem-estar, felicidade e paz interior. É para se divertir, para entender de moda, de beleza, para conhecer lugares, deliciar-se com boa gastronomia, mas, acima de tudo, para valorizar as pequenas grandes coisas que estão disponíveis ao redor: as coisas simples e boas.

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