Dia desses, minha amiga Maurem Motta, também conhecida como a dona do Pop, perguntou se o Bento sofria com os fogos de artifício das festas de fim de ano. Sim, Maurem, o Bento sofre assim como todos os cachorros do planeta Terra que conheço.
– Guria, o Pop fica desesperado! – ela contou.
Todos ficam desesperados. O Pancho, o Cimarron da minha mãe, um homem feito, grande e forte feito um Fila, chora feito filhote de Chihuahua ao espocar de uma bombinha junina. Pior: atira seu corpanzil de 45 quilos contra a porta da rua para entrar em casa e se enfiar em baixo da cama.
Bento e Pancho se odeiam. Bento não perde a oportunidade de chamar o Pancho de tudo que julga direito. Bento e Pancho se odeiam porque Bento passou a vida toda implicando com o coitado do Pancho, que não estava nem aí para a existência do Bento. Até que, um dia, Pancho veio querer brincar de bolinha com o Bento, e o Bento, do alto de seus seis quilos e dois dentes a menos na boca, veio querer botar o Pancho para correr.
Cansado de ser escorraçado por um Lhasa Apso, Pancho abriu a bocarra e enfiou meio Bento lá pra dentro. Eu, que lia no pátio, pegando um pouco de sol de outono logo após o almoço, atirei o livro para cima e me atirei em cima do Pancho, que engolia o Bento. Com uma mão, tentava abrir a mandíbula do Pancho; com a outra, puxar o Bento lá de dentro. Bento berrava feito bode com fome, e Pancho arrastava o Bento pelo pátio e me arrastava junto, fazendo sangrar meus dois joelhos.
Quando eu finalmente consegui livrar o animal – e não me perguntem como -, ele, graças a Deus, saiu em disparada para dentro de casa e se enfiou embaixo do armário da sala. Pelo menos teve uma atitude digna para comigo e não resolveu se botar, raivoso, de volta no Pancho.
Desde então, Bento e Pancho não podem se ver que se agridem verbalmente. O animal, em vez de ficar na dele, fazer de conta que não vê o Cimarron que é 10 vezes maior e mais forte do que ele, fala os maiores impropérios para o Pancho, que rosna de volta.
É SUPER TRANQUILO VISITAR A MAMÃE COM O ANIMAL
Dito isso, não era nada disso que eu ia contar. Eu estava falando da minha amiga Maurem, do seu lhasa Pop e do desespero de todos os cachorros do planeta Terra com os fogos de artifício das festas de final de ano. Bento enfia-se embaixo da cama e fica lá tremendo. O máximo que posso fazer por ele é dar carinho e dizer que está tudo bem. Pois não sei bem o que eu lia dia desses, nessa coisa de ficar abrindo mais e mais janelas na internet, quando topei com uma técnica chamada Tellington Touch, já ouviram falar?
O animal está receoso que eu aplique a técnica nele e deu para ficar desmoralizando a Tellington Touch. Ela leva este nome porque foi criada por uma expert em comportamento e psicologia canina, Linda Tellington. Na verdade, a Tellington Touch compreende um sem-número de técnicas para lidar com animais, entre elas esta a que me refiro, a técnica do pano. Trata-se de uma técnica que consiste em amenizar o sofrimento dos animais com o barulho e que conta com a ajuda de um pano, que deve ser enrolado no corpo dos cães de maneira estratégica.
Olha!
O PASSO A PASSO DA TELLINGTON TOUCH
O objetivo é que as faixas pressionem e estimulem a circulação sanguínea do corpo do animal, suavizando principalmente as tensões nas regiões traseiras, patas e orelhas. Defendem os entusiastas da técnica que esse procedimento diminui a irritabilidade dos cães, pois se sabe que os que sentem medo de estouros e explosões também possuem grande sensibilidade nesses locais.
NÃO VOU SER AMORDAÇADO NEM MORTO
A pressão exercida pelo pano ativa o sistema nervoso autônomo dos animais. Com isso, a informação sensitiva é enviada ao cérebro e faz com que os cães se acalmem, segundo veterinários que defendem a Tellington Touch. A bióloga com foco em psicologia e especializada em comportamento animal da empresa Ethos Animal Helena Truksa explica que os cães tendem a se sentir melhores porque lugares pequenos e apertados lhes dão mais segurança.
Daí, lendo isso, lembrei do nascimento do meu afilhado, João Benício, e concluí que nós, animais, somos todos iguais em nossos instintos. Quando o João nasceu, as enfermeiras do hospital ensinaram minha irmã a “empacotar” o bebê com uma mantinha (tipo envelopar mesmo) para que ele ficasse mais tranquilo, uma vez que, desta forma, sentiria a mesma sensação de proteção que tinha dentro do útero materno. Desde então apelidei meu afilhado de Johnny Pacotinho – para desespero de mamãe, que diz que parece nome de traficante.
Achei tãããããoooo interessante essa técnica que procurei até um vídeo no YouTube que ensina – para vocês concordarem comigo que o propósito da Tellington Touch é o mesmo.
Olha!
Voltando ao mundo quatro patas, há veterinários que dizem que é tudo bobagem. Argumentam que o pano segura o animal e isso evita que fique pulando, mas não serve para acalmá-lo. O fato de estar enrolado não significa que não continue aflito. Seja qual for a conclusão disso tudo, eu sei que estou pensando em empacotar alguns animais no Réveillon. Três, no caso. Para ter minha própria opinião a respeito da Tellington Touch.
O que vocês acham?
A idéia é boa sim .. nós que temos uma giganta Waimaraner , vamos ter que adotar a técnica, pois ela sofre demais e acaba se escondendo em lugares perigosos e acaba se machucando. Quero ver fotos do Pancho … sou fascinada por cachorro grandão!!
Puxa Mari. É verdade, tu nunca tinha falado do Pancho pra gente.Coloca uma fotinho dele pra gente ver. Acho foguetes a coisa mais estúpida do mundo. É bonito, é, mas simplesmente explodir dinheiro é uma ofensa a tanta gente que passa fome.
Mari, teremos que testar na #matilhafranzfabbrin . Há uns anos atrás, a Pantufa apavorada com os fogos fugiu lá da ilha e meu pai acabou encontrando ela na estrada!!! Ufa! Não imagino o que teria sido de nós.
Kkkkkkkkkk Kkkkkkkkkk rindo aqui até 2030 vamos tentar essa técnica aqui em casa vai q funciona né
Testei a técnica Mari, mas com mais nhas cadelas não funcionou, continuaram nervosas e com muito medo!!!Abs